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Fichamento - Por Uma Outra Globalização. Milton Santos

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Por:   •  17/7/2013  •  4.762 Palavras (20 Páginas)  •  6.056 Visualizações

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Fichamento

I) Introdução Geral

1. O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade.

“devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.” (p.18).

O mundo tal como nos fazem crer: a globalização como fábula

“Este mundo globalizado, visto como fábula, erige como verdade um certo número de fantasias, cuja repetição, entretanto, acaba por se tornar uma base aparentemente sólida de sua interpretação (Maria da Conceição Tavares, Destruição não criadora, 1999).” (p.18).

“Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas [...] Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado” (p.19).

O mundo como é: a globalização como perversidade

“De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades.” (p.19).

“A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas.” (p.20).

O mundo como pode ser: uma outra globalização

“Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta” (p.20).

“Um outro dado de nossa era, indicativo da possibilidade de mudanças, é a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores, o que permite um ainda maior dinamismo àquela mistura entre pessoas e filosofias.” (p.21).

“A população aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra constitui uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possibilidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual [...] No plano teórico, o que verificamos é a possibilidade de produção de um novo discurso, de uma nova metanarrativa, um novo grande relato.” (p.21).

II) A produção da globalização

“A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista [...] há dois elementos fundamentais a levar em conta: o estado das técnicas e o estado da política.” (p.23).

“No fim do século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma presença planetária.” (p.23).

“Os fatores que contribuem para explicar a arquitetura da globalização atual são: a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do planeta e a existência de um motor único na história, representado pela mais-valia globalizada. Um mercado global utilizando esse sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa. Isso poderia ser diferente se seu uso político fosse outro.” (p.24).

2. A unicidade técnica

“A cada evolução técnica, uma nova etapa histórica se torna possível. As técnicas se dão como famílias. Nunca, na história do homem, aparece uma técnica isolada; o que se instala são grupos de técnicas, verdadeiros sistemas.” (p.24).

“Na história da humanidade é a primeira vez que tal conjunto de técnicas envolve o planeta como um todo e faz sentir, instantaneamente, sua presença [...] A técnica da informação alcança a totalidade de cada país, direta ou indiretamente [...] Antes havia técnicas hegemônicas e não hegemônicas; hoje, as técnicas não hegemônicas são hegemonizadas [...] As técnicas apenas se realizam, tornando-se história, com a intermediação da política, isto é, da política das empresas e da política dos Estados, conjunta ou separadamente.” (p.26).

“O sistema técnico dominante no mundo de hoje tem uma outra característica, isto é, a de ser invasor [...] Tudo se junta e articula depois mediante a "inteligência" da firma. Senão não poderia haver empresa transnacional [...] Se a produção se fragmenta tecnicamente, há, do outro lado, uma unidade política de comando. Essa unidade política do comando funciona no interior das firmas, mas não há propriamente uma unidade de comando do mercado global.” (p.26/27).

3. A convergência dos momentos

“A unicidade do tempo não é apenas o resultado de que, nos mais diversos lugares, a hora do relógio é a mesma [...] Se a hora é a mesma, convergem, também, os momentos vividos [...] O tempo real também autoriza usar o mesmo momento a partir de múltiplos lugares; e todos os lugares a partir de um só deles. E, em ambos os casos, de forma concatenada e eficaz.” (p.27/28).

“[...] a informação instantânea e globalizada por enquanto não é generalizada e veraz porque atualmente intermediada pelas grandes empresas da informação [...] ideologia de um mundo só e da aldeia global considera o tempo real como um patrimônio coletivo da humanidade. Mas ainda estamos longe desse ideal, todavia alcançável.” (p.28).

“A história é comandada pelos grandes atores desse tempo real, que são, ao mesmo tempo, os donos da velocidade e os autores do discurso ideológico [...] Fisicamente, isto é, potencialmente, ele existe para todos. Mas efetivamente, isto é, socialmente, ele é excludente e assegura exclusividades, ou, pelo menos, privilégios de uso.” (p.28).

4. O motor único

“Este período dispõe de um sistema unificado de técnicas, instalado sobre um planeta informado e permitindo ações igualmente globais [...] haveria um motor único que é, exatamente, a mencionada mais-valia universal [...] porque a partir de agora a produção se dá à escala mundial, por intermédio de empresas mundiais, que competem entre si [...] As que resistem e sobrevivem são aquelas que obtêm a mais-valia maior, permitindo-se, assim, continuar a proceder e a competir.” (p.29).

“Um

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