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Geografia: Pequena História Crítica

Por:   •  18/4/2016  •  Resenha  •  1.787 Palavras (8 Páginas)  •  778 Visualizações

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Livro: Geografia: Pequena História Crítica

Autor (a): Antônio Carlos Gomes

Editora: Annablume

Páginas: 48

No livro, Geografia: Pequena História Crítica, o autor Antônio Carlos Moraes te leva a viajar durante a história, perpassando pela França, Alemanha, América e chegando ao Brasil citando obras e teorias de Milton Santos.

Durante sua obra, Carlos mostra a tentativa de diversos geógrafos do passado de tentar descobrir o objeto da Geografia, e mostra como a tentativa de chegar a essa descoberta contribuiu para o desenvolvimento do pensamento geográfico. Ele nos faz embarcar pela Geografia Tradicional mais localizada na França. Carlos nos diz que, é possível afirmar que o pensamento geográfico andava muito disperso. Por um lado, conhecimentos diversificados sem unidade. Por outro, não eram chamados de Geografia muito do que se é rotulado por isso hoje.

O autor diz que esta dispersão citada muda no final do século XVIII. Até então não se podia falar do conhecimento geográfico como algo padronizado, não podendo falar da disciplina como um todo sistematizado e particularizado. Estas, só acontecerão depois do acontecimento de uma série de fatores, no inicio do século XIX, como as grandes navegações, por exemplo. Carlos, no livro, fala que As condições materiais para a sistematização da Geografia são forjadas no processo de avanço e domínio das relações capitalistas.

Antônio Carlos Moraes cita uma primeira valorização do temário geográfico, que ocorre na discussão da filosofia. O autor diz que o temário geográfico só obtém o pleno reconhecimento de sua autoridade com o surgimento do evolucionismo. “Ao início do século XIX, a malha dos pressupostos históricos da sistematização da Geografia estava suficientemente tecida. A terra estava toda conhecida.”, diz Carlos.

Ele cita também os considerados pais da Geografia, Humboldt e Ritter, que vivenciaram na Alemanha o aparecimento do ideal de unificação. ”A proposta de Ritter é antropocêntrica, regional, valorizando a relação homem-natureza. Em termos de método, Ritter vai reforçar a análise empírica”, cita.

Logo depois, Antônio Carlos Gomes fala sobre o geógrafo Ratzel, e de como sua Geografia proposta privilegiou o elemento humano e abriu várias frentes de estudo, valorizando questões referentes à História e ao espaço, como: a formação dos territórios, a difusão dos homens no Globo (migrações, colonizações, etc.), a distribuição dos povos e das raças na superfície terrestre, o isolamento e suas conseqüências, além de estudos monográficos das áreas habitadas.

O autor comenta sobre como as colocações de Ratzel foram radicalizadas por seus discípulos, e que foi constituído por eles a doutrina do “determinismo geográfico”. Os autores dessa corrente partiram da definição de Ratzel e a simplificaram. Antônio Carlos cita outros desdobramentos da proposta ratzeliana que se manifestou na constituição da Geopolítica, dedicada ao estudo da dominação de territórios, partindo da colocação de Ratzel, sobre a ação do Estado sobre o espaço.

Carlos fala sobre uma última perspectiva, que foi a escola “ambientalista”, que, esta mais recente, não pode ser considerada uma filiação dieta da Antropologia. Pelos desdobramentos expostos por Carlos, é possível avaliar a importância dos pensamentos de Ratzelna evolução do pensamento geográfico.

Logo em seguida, Antônio Carlos Gomes fala sobre uma grande escola da Geografia, que se opõe às colocações ratzelianas, que tem por seu principal formulador Paul Vidal de La Blache. Carlos cita a França como o país que realizou uma revolução burguesa da maneira mais pura. Antônio Carlos a descreve como todo o fragmento feudal sendo removido, o governo burguês sendo instalado e dando ao Estado a feição que necessitava. Na metade do século XIX, a França e a Alemanha disputavam a supremacia no controle continental da Europa. “Havia um choque de interesses entre os países.”, diz Carlos.

Antônio fala sobre uma primeira crítica feita por Vidal às colocações de Ratzel, que foi a respeito da politização explícita do discurso deste, ou seja, criticava o fato das teses ratzelianas tratarem abertamente as questões políticas. Carlos comenta também que Vidal, depois, criticou o caráter naturalista de Ratzel, isto é, criticava a minimização do elemento humano. Carlos ainda chega a citar uma terceira crítica sobre à Antropologia geográfica, que foi contra a concepção fatalista e mecanicista da relação entre o homem e a natureza. “A partir destes três pontos, Vidal de La Blache construiu sua proposta de Geografia, sempre como diálogo crítico e sua congênere alemã.”, diz Carlos. Vidal de La Blache define o objeto da Geografia como a relação homem-natureza na perspectiva de paisagem. Pôs o homem como ser ativo, influenciado pelo meio, mas que atua sobre este, o modificando. Carlos cita argumentos de Vidal como o que o gênero de vida, uma vez estabelecido, tenderia à reprodução simples, ou seja, reproduzindo-se sempre de uma mesma forma. Antônio Carlos Gomes diz que em termos, Vidal não rompeu as colocações de Ratzel, mas deu um prosseguimento a elas. Vidal acentuou o propósito humano na Geografia, unindo todos os estudos geográficos à Geografia Humana.

        Carlos comenta que os seguidores de Vidal desenvolveram a proposta lablachiana em toda sua potencialidade. A noção de Região se fundou na Geografia. Antônio diz que o autor que realmente avançou as formulações de La Blache, gerando uma proposta mais elaborada foi Max Sorre. A Geografia de Sorre pode ser entendida como o estudo da ecologia do homem. “A proposta de Sorre, sem dúvida, foi a reciclagem da Geografia Humana concebida por Vidal de La Blache.”, comenta Carlos. Antônio diz que as propostas que fecharam o ciclo da Geografia Tradicional foram de M. Le Lannou e A. Cholley. Lannou concebeu a Geografia como eminentemente regional, definido o objeto como “o homem habitante”. Para Cholley, a Geografia tinha por objetivo as “combinações” existentes na superfície do planeta. Este foi o itinerário da Geografia Tradicional na França.

Antônio Carlos Gomes cita outra grande corrente do pensamento Geográfico, denominada Geografia Racionalista, filiada a A. Hettner e R. Hartshorne. Alfred Hettner foi um geógrafo alemão influenciado pelas colocações de Ratzel. As idéias de Hettner encontraram escassa penetração em sua época, talvez por causa do Possibilismo. Carlos diz que a Geografia americana se desenvolveu a partir dos anos trinta, chegando aos dias atuais a ser um dos centros mundiais de produção geográfica.O seu mais destacado formulado foi Carl O. Sauer que propôs o estudo das “paisagens culturais”. Entretanto foram as colocações de Hartshorne que tiveram maior repercursão dado seu caráter amplo e explicitamente metodológico. “A primeira diferença da proposta de Hartshorne residiu entre defender a idéia de que as ciências se definiram por métodos próprios, não por objetos singulares. Assim, a Geografia teria sua individualidade e autoridade decorrentes de uma forma própria de analisar a realidade.”, Comenta Carlos. Os conceitos básicos formulados por Hartshorne foram os de “área” e de “integração”, ambos referidos ao método. Área viria a ser uma porção da superfície terrestre, construindo o processo de investigação. Carlos fala sobre a segunda proposta sobre forma de estudo de Hartshorne, que foi por ele denominado de Geografia Nomotética. “Esta deveria ser generalizadora, apesar de parcial.”, comenta Antônio. Por um lado, as propostas de Hartshorne e por outro, as de Cholley e Lannou encerram as derradeiras tentativas da Geografia Tradicional.

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