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Howerd Becker - Como se escrever e terminar um texto

Por:   •  17/10/2017  •  Resenha  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  319 Visualizações

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Becker é um sociólogo que escreveu um livro dando dicas de como se escrever e terminar um texto. Em seu primeiro capítulo, inicialmente, ele conta que começou a ministrar um seminário de redação para estudantes da pós-graduação, onde nem ele possuía um domínio total sobre o conteúdo. Ele fica espantado ao ver a quantidade de pessoas que se inscreveram no curso (incluindo pesquisadores do pós-doutorado).

Em sua primeira aula, sem saber como iniciar o assunto, ele pergunta a todos da sala os detalhes de como eles começavam a escrever. E por fim, ele vê que todos possuem certo ritual próprio para se dar início à escrita, que cada um possui seu hábito próprio, incluindo ele mesmo.

        Mas para que tantos rituais? Becker chega a conclusão de que esses rituais são feitos por questão de medo. Ao perguntar aos alunos quais eram os medos para que as pessoas criassem tais rituais, ele obteve duas respostas. A primeira era o medo de que as pessoas possuem de não conseguir organizar seus pensamentos, e a segunda resposta, era de que as pessoas tinham medo de escrever “errado” e de que outras pessoas rissem de seu trabalho. Logo, se o texto não fosse considerado “acabado” por diversos motivos, como a falta de tempo, por exemplo, ninguém poderia rir, e assim, as pessoas teriam uma justificativa para o texto “ruim”.

        Com o passar das aulas, Becker percebe que ninguém conhecia os hábitos de escrita de ninguém, e nem mesmo aqueles que eram amigos mostravam seus textos uns para os outros. Então ele propôs que para continuar as aulas, os alunos deveriam levar um artigo já escrito para que eles pudessem treinar suas correções. No inicio de sua segunda aula, ele distribui um rascunho de artigo de uma amiga para que eles pudessem junto cortar as palavras em excesso. No final, eles resumiram quatro páginas em três quarto de página. Becker utiliza desse exercício para mostrar para seus alunos que é comum as pessoas que trabalham com a escrita reescreverem seus trabalhos diversas vezes, e que é bom ter outra pessoa avaliando o seu trabalho (ou rascunho) para que possa, através de outra visão, identificar o que poderia ser melhorado.

        Ainda neste exercício, ele aponta o fato de que as pessoas tentam dar um corpo e peso para seus textos utilizando um “tom acadêmico”, quando poderiam utilizar de palavras mais simples, ou seja, alguns escritores tendem a escrever utilizando palavras mais difíceis, no lugar de palavras mais fáceis de serem entendidas. Entretanto esquecem que dificuldade não é sinônimo de conteúdo.

        Becker propõe outro exercício, que seria o de escrever um rascunho sem ter medo de estar errado ou de ser corrigido, e que poderia escrever as ideias para o texto, mesmo que estivessem confusas e emboladas. A ideia desse tipo de produção é passar para os estudantes que não precisam se preocupar em produzir o texto de uma só vez, e que o texto pode ser feito e refeito diversas vezes através do rascunho até chegar ao ponto final, logo, seria feito em diversas etapas. Assim, produzindo o primeiro rascunho mesmo que com erros, a ideia central do texto já estaria escrita e bastarias apenas trabalhar em cima dela.

        Ele aponta duas formas de produzir o texto, uma delas é a forma como os estudantes veem o processo de escrita, tendo que preparar e elaborar tudo antes de começar a escrever, e a segunda é como ele entende como deve ser feito. Para Becker, se deve escrever um rascunho pondo todas as ideias (mesmo que confusas) no papel e depois trabalhar em cima, pois se o escritor do texto já tiver todo o seu roteiro feito, tudo elaborado e respondido, isso o deixa preso para novas questões. Logo, através das ideias escritas, o autor vai começar a conduzir a sua pesquisa utilizando autores e referencias de acordo com o que ele quer dizer, caso contrário, se o autor utilizar escolher as referencias antes de encontrar o rumo para a sua ideia, pode ser que ele fique preso em um ponto de vista que não é o que ele realmente quer escrever ou acaba sendo contraditório ao utilizar as ideias de um autor para explicar uma ideia oposta.

        No decorrer do terceiro capítulo do livro, o autor aborda como os alunos veem a forma de se escrever um texto, desde a época da escola. Normalmente, os alunos enxergam como se houvesse apenas uma maneira de se escrever um artigo (ou trabalho escolar) e ignoram a possibilidade de que haja outros caminhos a serem seguidos, sem necessariamente existir uma estrutura predeterminada de como se deve fazer.

        Desde a época da escola os alunos “aprendem” a fazer um trabalho apenas para tirar uma nota considerada boa, e nesses casos, normalmente o aluno só escreve uma única vez, sem reescrever, já que não existe um interesse no assunto proposto, entregando o resultado final mesmo se estiver ruim. Esses trabalhos escolares, aos olhos do aluno, são encarados e como uma resposta de prova, onde eles só teriam uma possibilidade de escrever, e não conseguem enxergar a liberdade que possuem. O fato de não reescrever o trabalho escolar é baseado na ideia de que existe apenas “uma resposta certa” e a “melhor maneira” de se fazer as coisas.

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