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O COLETIVO VICTOR JARA DO ASSENTAMENTO COMPANHEIRA ROSELI NUNES NO MUNICÍPIO DE AMAPORÃ-PR: UMA SEMENTE DE RESISTÊNCIA NA AGRICULTURA CAMPONESA.

Por:   •  13/2/2019  •  Monografia  •  6.965 Palavras (28 Páginas)  •  252 Visualizações

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O COLETIVO VICTOR JARA DO ASSENTAMENTO COMPANHEIRA ROSELI NUNES NO MUNICÍPIO DE AMAPORÃ-PR: UMA SEMENTE DE RESISTÊNCIA NA AGRICULTURA CAMPONESA.

André Aparecido Liberato e Carla Fernanda Russo.

Universidade Estadual de Maringá – UEM.

Carlafer-nanda-@hotmail.com

RESUMO: Essa pesquisa foi destinada a entender o modo de vida em trabalho coletivo do “Coletivo Victor Jara” que é um grupo de camponeses do assentamento Companheira Roseli Nunes localizado no município de Amaporã no Noroeste do Estado do Paraná. Essa forma de trabalho ainda que pouco presente faz parte do processo de união e resistência que ocorre entre os assentados. Desta forma, através de entrevistas, análises documentais e observações sistemáticas entendemos como o sistema produtivo adotado pode influenciar aspectos da vida econômica e social dos assentados e quais são as perspectivas dos que ainda permanecem nesse modelo produtivo, identificando os pontos bons, os pontos ruins e a motivação que os leva a continuarem trabalhando dessa maneira.

Palavras chaves: Trabalho Coletivo. Camponês. Resistência.

ABSTRACT: This research was aimed at understanding the way of life in collective work of the "Victor Jara Collective", which is a group of peasants from the Companion Roseli Nunes settlement located in the municipality of Amaporã in the Northwest of the State of Paraná. This form of work, although little present, is part of the process of union and resistance that takes place among the settlers. In this way, through interviews, documentary analyzes and systematic observations we understand how the productive system adopted can influence aspects of the economic and social life of the settlers and what are the perspectives of those who still remain in this productive model, identifying the good points, the bad points and the motivation that drives them to continue working in this way.

Keywords: Collective Work. Farmer. Resistance.

INTRODUÇÃO

Os assentamentos rurais no Brasil, em sua grande maioria, são constituídos por lotes individuais, com área estimada a partir da definição de módulo regional, ficando as famílias praticamente sozinhas para se desenvolverem em uma situação econômica desfavorável, de escassos recursos e tendência de queda dos preços agrícolas. Assim, vários assentamentos no país apresentam falta de investimentos o que causa problemas estruturais como: ausência de casas, energia elétrica, água, atendimento de saúde, falta de acesso aos centros urbanos, deficiência de assistência técnica e evasão rural. Todos esses fatores conduzem à venda irregular de lotes, dependência de créditos contínuos e problemas na comercialização, o que passa a ser um dos grandes problemas da reforma agrária, essa falta de desenvolvimento dos mesmos, transformando-os em unidades econômicas inviáveis.

Assim, a prática da cooperação agrícola é uma ferramenta que poderia beneficiar e resolver alguns problemas, como o baixo desenvolvimento que acompanha vários assentamentos. O modelo de cooperativismo praticado em Cooperativas de Produção estimuladas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos assentamentos em que a posse da terra e a organização da produção estão sob controle da Cooperativa, fundada e gerida pelos seus sócios, poderia se consistir em exemplo para o desenvolvimento dos assentamentos. Este modelo, espalhado em alguns casos no Brasil tem propiciado aos camponeses assentados a aquisição de diversas instalações nos lotes, compra de maquinários e implementos agrícolas, acumulando assim um considerável patrimônio para seus associados, sendo que individualmente seria muito difícil alcançar, no entanto, este é um modelo pouco usual.

As práticas coletivas em áreas de assentamento rural, que são bastante comuns nos períodos da ocupação e do acampamento, diminuem geralmente após a divisão dos lotes entre os assentados. Entretanto, apesar do tempo decorrido desde sua existência algumas práticas continuam a existir e se fortaleceu ao longo dos anos nos grupos sociais que são motivados não apenas pelas questões de trabalho, mas pela participação nas decisões políticas no assentamento. Trata-se de uma prática coletiva motivada por sua importância na produção e no manejo coletivo dos recursos, e, isso permite refletir sobre a pertinência e a eficácia da aplicação dessa estratégia em sua plenitude no desenvolvimento local.

Para compreender a realidade coletiva e sua interação com o indivíduo faz-se necessário compreender o contexto histórico e social do assentamento para, também, indicar as mudanças que ocorrem quando os membros da família optam por combinar a atividade agropecuária de forma coletiva. Neste sentido se torna necessário também, estudar a influência da prática do grupo sob os aspectos da estruturação do poder e hierarquia familiar.

Sendo assim, optamos por trabalhar com essa realidade com o Coletivo Victor Jara que é um grupo de famílias organizadas em um coletivo dentro do assentamento Companheira Roseli Nunes localizado no município de Amapoã, no Noroeste do estado do Paraná, pois trata de um grupo de assentados que ainda persiste em manter o trabalho coletivo em suas atividades.

Desta maneira, este trabalho vem trazer a consolidação da pesquisa realizada no referido coletivo, onde procuramos vivenciar as experiências in loco, junto a este grupo e entender como ainda persistem na coletividade, em meio a um mundo que prega o individualismo.

OBJETIVOS DO TRABALHO DE PESQUISA

O objetivo geral deste trabalho foi estudar e compreender as estratégias coletivas desenvolvidas por agricultores familiares de um assentamento localizado no município de Amaporã, Noroeste do estado do Paraná. Para explicar essa questão, foi analisado o processo de ocupação do território; a trajetória da organização dos assentados, bem como, a maneira como as estratégias coletivas dos agricultores familiares modificam o contexto da unidade de exploração familiar.

O estudo do processo histórico de ocupação da terra até chegar ao assentamento denominado Companheira Roseli Nunes investigou as estratégias de sobrevivência da agricultura familiar, suas práticas, traços culturais e costumes que existem nos assentamentos de luta pela terra, os meios de produção existentes no assentamento e a aproximação ou ligação com a agricultura numa perspectiva ecológica, bem como, a importância do coletivo dentro do assentamento.

Ao tratarmos do coletivo Victor Jara, identificamos

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