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PRÁTICA PEDAGÓGICA INTER E TRANSDISCIPLINAR: O EMPREGO DE MAQUETES NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Artigos Científicos: PRÁTICA PEDAGÓGICA INTER E TRANSDISCIPLINAR: O EMPREGO DE MAQUETES NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/3/2015  •  3.312 Palavras (14 Páginas)  •  622 Visualizações

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PRÁTICA PEDAGÓGICA INTER E TRANSDISCIPLINAR:

O EMPREGO DE MAQUETES NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

RESUMO

Esse trabalho relata uma experiência pedagógica, tendo a transposição didática dos conteúdos numa abordagem inter e transdisciplinar que teve a culminância do projeto com a participação de alunos do Ensino Médio como protagonistas do processo ensino e aprendizagem, discutindo conteúdos que abrangem conhecimentos construídos nas áreas de Geografia, Arte, Física, Biologia, Matemática, Química e Língua Portuguesa, História, Sociologia e Filosofia. Os educandos foram orientados, acompanhados e avaliados pela professora de geografia e por três bolsistas de ID (iniciação a docência) do Pibid/FABEJA. Como resultado dessa abordagem foi observado o empenho dos estudantes e a amostra de conhecimentos construídos, a partir da exposição destes conteúdos utilizando as maquetes construídas pelos próprios alunos. A transposição didática dos conteúdos numa perspectiva inter e transdisciplinares foi percorrida durante o processo de pesquisa, construção e explicação de maquetes para todas as turmas da escola durante os intervalos de aula, ao longo da semana, sem comprometer o calendário escolar.

Palavras-chave: Ensino de Geografia. Prática de ensino. Transposição didática. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

INTRODUÇÃO

Muito se discute sobre a importância da interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem. Portanto esta pesquisa busca apresentar um exemplo de como estas duas metodologias de ensino podem facilitar a construção do conhecimento de educandos de uma escola de Ensino Médio em tempo integral no Agreste de Pernambuco.

Trata-se de uma investigação sobre como um projeto inter e transdisciplinar, tendo como ponto central a construção de maquetes, colabora com o processo ensino-aprendizagem dos conteúdos ministrados em sala de aula. Desenvolvido desde 2010 e envolvendo todas as turmas de Ensino Médio da escola, a cada ano letivo novos trabalhos são elaborados e apresentados pelos estudantes abordando os conteúdos de energia, solo e água tratados nas aulas de Geografia.

Na pesquisa, construção e explicação das maquetes, os alunos valem-se, principalmente, dos conhecimentos na área de Geografia, Arte, Física, Biologia, Matemática, Química e Língua Portuguesa, História, Sociologia, Filosofia e, eventualmente, Inglês e Espanhol evidenciando práticas de multi, inter e transdisciplinaridade.

O objetivo geral do trabalho é apresentar, a partir de um estudo de caso, como a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade contribuem com o processo ensino-aprendizagem dos conteúdos de Geografia e os objetivos específicos, argumentar a importância da interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem de Geografia; exemplificar, a partir de prática pedagógica, processos facilitadores para a aprendizagem escolar e sugerir atividades para o ensino de Geografia.

1 INTER E TRANSDICIPLINARIDADE E TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA

Ao tentar definir interdisciplinaridade, Fazenda (2007, p. 13) observa: “é impossível a construção de uma única, absoluta e geral teoria da interdiscipli-naridade”, argumentando que a mesma existe na prática, sendo “mais processo do que produto” (FAZENDA, 2007, p. 25). De modo geral, a interdisciplinaridade é apresentada como uma metodologia que busca o diálogo entre as disciplinas, pois “[...] evidencia um cruzamento de saberes disciplinares no campo científico e um esforço organizado de coordenação, cooperação e comunicação menos assimétrica” (TEIXEIRA, 2004, p. 64).

A importância da interdisciplinaridade no processo de ensino-aprendiza-gem, é ressaltado por diversos estudiosos e pesquisadores, como o francês Edgar Morin, um dos maiores pensadores do século XX, que endossa a metodologia ao redigir a sistematização de um conjunto de reflexões sobre a educação do século XXI, num trabalho feito a pedido da Unesco em 1999:

[...] o ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural que o espírito tem de contextualizar. E é essa capacidade que deve ser estimulada e desenvolvida pelo ensino, a de ligar as partes ao todo e o todo às partes. Pascal dizia, já no século XVII: “Não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes” (MORIN, 2003, p. 7).

A partir da constatação de Morin (2003) percebe-se que a prática interdisciplinar se efetiva sempre que ocorre o conhecimento sobre determinado assunto e não há conteúdo da grade disciplinar de uma escola que possa ser trabalhado focando apenas a abordagem a partir da matéria presente no currículo, como, por exemplo, ensinar fontes energéticas somente com conteúdos de Geografia. Pires (1998, p. 177) corrobora com esta explanação ao afirmar que “(...) a interdisciplinaridade pode ser tomada como uma possibilidade de quebrar a rigidez dos compartimentos em que se encontram isoladas as disciplinas dos currículos escolares”.

Por outro lado, Santos (2008) propõe a transdiciplinaridade para trabalhar os temas transversais. De acordo com Nicolescu, o termo transdisciplinaridade está relacionado aos trabalhos dos intelectuais Jean Piaget, Edgar Morin e Eric Jantsch que propunham, na segunda metade do século XX, a possibilidade da transgressão das fronteiras impostas pelas disciplinas acadêmicas. No começo do século XXI, o termo ganha mais força devido a profundas e aceleradas transformações na esfera do conhecimento científico.

A transdisciplinaridade propõe abordagens embasadas na compreensão das múltiplas dimensões da realidade a fim de ser construída uma nova concepção do mundo e da vida. Isso ocorre ao “transgredir as falsas dualidades entre “sujeito/objeto, subjetividade/objetividade, matéria/cons-ciên-cia, natureza/divino, simplicidade/com-plexidade, reducionismo/holismo, diversi-dade/unidade, com o reconhecimento da existência de complexas pluralidades no mundo da vida” (NICOLESCU, 1999, p. 17).

Com a prática transdisciplinar, o professor transita pelas diversas áreas do conhecimento (Biologia, Antropologia, Física, Química, Matemática, Filosofia, Economia, Sociologia etc). Os temas transversais, por sempre abordarem um tópico social, as fronteiras epistemológicas de cada disciplina são transgredidas e assim é construída uma visão mais significativa do conhecimento e da vida.

Para tanto, prossegue Santos (2008),

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