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Relatório de Campo - Porto Seguro/Belmonte

Por:   •  10/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  494 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais

Aluna: Polyana Oliveira Ramos

Geografia – Bacharelado                                                                                              3º semestre    

Prof. Jacques Delabie

             Relatório de Campo: Belmonte – Porto Seguro

Nossa aula de campo teve início no dia 16 de maio de 2015, e destinou-se à cidade de Porto Seguro que fica cerca de 306 km do município de Ilhéus.  Nesse percurso notamos a presença da Mata Atlântica que é um dos ambientes que possuem uma das maiores biodiversidades no Brasil abrigando um elevado número de espécies, sendo esse um resultado de um conjunto de fitofisionomias bastante diversificadas propiciando assim uma significativa diversificação ambiental e criando as condições adequadas para a evolução de um complexo biótico de natureza vegetal e animal altamente rico.

A implantação de novas formas de uso da terra nos ambientes costeiros ocorreu, na maioria das vezes, sem o devido planejamento que considerasse as questões ambientais, sendo que a fragilidade ambiental dessas áreas é bastante elevada e as modificações nesses sistemas ambientais pela ação antrópica causam danos irreversíveis.

Notamos diversos exemplos de danos causados aos sistemas ambientais costeiros, onde se pode observar o desmatamento, aterro dos biomas, o lançamento de esgotos domésticos e industriais nos cursos de água alterando por completo os índices de qualidade da água, e construções nas zonas de praias que modificam a dinâmica das correntes costeiras desencadeando alterações na dinâmica sedimentológica da área. Todos estes problemas são resultantes do processo de antropização das paisagens, que tem provocado alteração na dinâmica dos sistemas ambientais costeiros.

Até meados dos anos 1970, os municípios que integram a região Costa do Descobrimento integravam economicamente a Região Cacaueira que, até o final da década de 1980, tinha na monocultura cacaueira sua base econômica. A crise da monocultura cacaueira levou à implantação de novas bases econômicas, como a implantação da atividade turística (explorando os potenciais naturais e culturais).

A nossa primeira parada foi na cidade de Belmonte que fica localizada em pleno domínio da Mata Atlântica na Bahia, tendo a sua história de ocupação humana marcada por uma sucessão de ciclos econômicos fundamentados na exploração de recursos naturais em diferentes unidades de paisagem, iniciada com a exploração econômica da lavoura cacaueira no século XIX. Onde na década de 70, através do PROCACAU, a CEPLAC lançou um pacote tecnológico chamado “Derruba Total”, que consistia na derruba completa da vegetação nativa e na criação de novos cacauais plantados em consórcio com a banana e, numa fase posterior, com uma árvore leguminosa chamada Eritrina vinda da Amazônia. Esse programa foi responsável pela ampliação da área cultivada e pelo aumento da produtividade.

Nossa segunda parada foi Santa Cruz Cabrália, município localizado na Costa do Descobrimento, onde ainda hoje conserva seu casario colonial de 1535, que foi a data oficial do seu nascimento. Sendo que a cidade é dividida em parte Alta e Baixa, seguindo uma tradição lusitana. Nessa região também existem áreas urbanas, onde pelo aumento na demanda de serviços e equipamentos urbanos, expandiram-se na direção do Tabuleiro Costeiro, ocupando áreas onde anteriormente se desenvolviam atividades ligadas ao setor primário e também remanescente de Mata Atlântica.

Logo após a nossa parada em Santa Cruz Cabrália nós seguimos viagem para o nosso destino, Porto Seguro.  Na manhã seguinte seguimos para a Estação Ecológica do Pau Brasil, que também fica localizada no município de Porto Seguro e abrange uma área de 1.145ha, foi implantada em 1969 e a sua administração é de responsabilidade da CEPLAC. Nessa unidade de conservação existe a ocorrência de uma densa floresta com árvores de pau-brasil e demais exemplares da Mata Atlântica, como o jequitibá, jacarandá, peroba, etc., constituindo um registro dessas espécies.         

Por fim fomos visitar uma área de plantação de eucaliptos próxima à fábrica da Veracel, onde monocultura do eucalipto vem produzindo relevantes transformações na organização dos espaços e no uso das terras.  É estimado que o eucalipto foi introduzido no Brasil no século XIX, e que ele era utilizado apenas para o reflorestamento na região sudeste do país. Então a partir do século XX, ele veio se espalhando pela microrregião de Porto Seguro, transformando rapidamente a paisagem e as relações socioeconômicas de todo o território.

Entende-se aqui que a ocupação do território baiano teve origem com o povoamento da zona costeira associado às fases sucessivas de atividades econômicas ocorridas no Brasil, nas quais se destacam o pau-brasil, a cana-de-açúcar e o cacau. O pau-brasil era encontrado na Mata Atlântica, diante da extensão da costa e do valor comercial do corante extraído da madeira. A cana-de-açúcar e o cacau estão presentes no litoral da Bahia desde o século XVI até os dias atuais. No entanto, apenas o cacau constitui ainda uma atividade agrícola relevante nos municípios de Belmonte e Canavieiras, ocupando principalmente as florestas sombreadas pela Mata Cabruca.

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