Relações entre territórios e conflito: O Campo da Geografia Política

CASTRO; Iná Elias de. Relações entre territórios e conflito: o campo da Geografia Política. In:____. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p. 39-9

Durante a leitura podemos perceber que inicialmente a autora apresenta mesmo que ainda de forma introdutória, que existem vários argumentos para que marcos conceituais da política e formas de organizar o território sejam inseparáveis, no texto são apresentados quatro deste argumentos, no primeiro dele e defendido que a geografia como disciplina acadêmica não pode se separar de marcos institucionais da política; no segundo ponto o destaque vai para a história da institucionalização da disciplina e sua relevância para o contexto político-territorial; na terceira parte faz  busca suporte em algumas das teses de Ratzel e para o quarto ponto busca esclarecer e delimitar o campo da geografia política contemporânea ressaltando a necessidade de considerar as questões de território como fenômenos políticos.

É normal que existam diferentes grupos, que se diferenciam por mais diversificados fatores, e esses grupos possuem variados tipos de interesses e muitas das vezes esses são passos até mesmo para conflitos, e eles vão aumentando de conforme a escala aumenta. Levando isso em consideração podemos concluir que questões e conflitos de interesses surgem das relações sociais para garantirem a organização do espaço, ou seja esses conflitos nascem da necessidade de organizar o espaço de modo que melhor atenda suas necessidades.

Castro ressalta ainda que um dos maiores problemas enfrentados pela geografia política para se consolidar como disciplina após as duas grandes guerras do século XX, foi o fato do preconceito de ser vista como ama de expansão do território, ela passou a ser vista como disciplina do nazismo, ou como disciplina que levou o mundo a guerras visando a expansão territorial e exatamente neste sentido que a territorialidade política se apresenta como um conceito importante na geopolítica e daí que geografia política se mostra fundamental, pois para se situar em uma posição importante na esfera mundial as nações procuram mercado no plano global para atender seus interesses e suas necessidades, e para conseguir isso carecem de certa forma conquistar, no sentido comercial, economicamente outros territórios.

No território europeu a geografia passou a ser disciplina acadêmica no contexto político-territorial do século XIX, tendo ramo voltado para questões do estado Estado tais como: localização, posição, território, recursos, fronteiras, população entre outros.

        No âmbito da geografia política é preciso delimitar o sentido da palavra com o seu conteúdo para garantir discussões mais pertinentes, para garantir de forma real o significado da palavra e necessário considerar três perspectiva fundamentais para a disciplina: aspecto sociológico que trata da centralização do poder do estado reconhecendo a política como cada vez mais inserida na sociedade, uma outra vertente seria a economia política que conjectura domínio de forma estrutural da infraestrutura sobre a política, de forma que  este pode já vir contido no capital, e por último  a vertente teórica da ciência política, que trata de entender os fundamentos das decisões tomadas legal e institucionalmente  pelo estado identificando-os como fatos políticos que expressam interesses da sociedade. Um fato relevante que e destacado pelo autor e o fato de não se poder fazer geografia política que não incorpore a política.

        As questões colocadas pela sociedade e as respostas contrapostas pela ciência, em momentos remotos da história garantem respaldo a história para garantir a institucionalização da geografia e sua importância para o contexto político-territorial. Até momentos recentes tínhamos uma geografia meramente descritiva, apenas recontavam os existo da disciplina, isso gerava a reprodução de dois aspectos radicalmente diferente de um mesmo evento, isso era notório nos relatos dos problemas imperiais, estes relatos intelectualizados acabaram por excluir indivíduos e ideias de seus contextos sociais gerando dificuldades de ser elaborado uma crítica das intimas ligações entre a geografia e o império.

        O fundamento político-territorial do conhecimento geográfico teve importante influência do conhecimento histórico. No decorrer do texto Castro, destaca o surgimento da necessidade da inserção do ensino da geografia dentro da escolas e consequentemente a precisão de uma melhor formação dos professores, para que assim viesse atender de forma satisfatória a necessidade do desenvolvimento desta disciplina, de forma que fosse capaz de reproduzir através do meio educacional um conjunto de conhecimentos sobre a natureza, a população, e as atividades econômicas.

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