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Sintese - As Correntes Teóricas na Geografia Agrária Brasileira. (Uma contribuição à crítica teórica, sem a prioris)

Por:   •  12/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.200 Palavras (9 Páginas)  •  623 Visualizações

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As Correntes Teóricas na Geografia Agrária Brasileira.

(Uma contribuição à crítica teórica, sem a prioris)

Autor: Antonio Thomaz Junior.

Aluno: Marvin da Silveira

Palavras-Chave: Geografia agrária; questão agrária; movimentos sociais rurais; correntes teóricas.

Introdução

O presente artigo analisa as correntes de pensamento em Geografia Agrária que ao decorrer do tempo demonstraram alterações, influenciando disputas políticas. As manifestações populares e o processo de expropriação dos camponeses, seguido do aumento do empobrecimento deste ramo, é a base dos estudos que estimularam as correntes da Geografia Agrária brasileira.

Nos arredores da firmação das correntes de pensamento em Geografia Agrária foram se acumulando preconceitos, a prioris, esta que empobrece o debate teórico e causa um distanciamento de relações entre os intelectuais.

Ainda que esteja acontecendo transformações no mundo rural, observar-se que há características históricas intactas, como a concentração fundiária, a miséria na população rural e a exploração do trabalho no campo.

Segundo THOMAZ (2009) “Portanto, ao falarmos do rural brasileiro, devemos sempre lembrar destas tristes marcas antes de tentarmos identificar o que está movendo-se neste, até porque, estas permanências não significam imutabilidade, pois redefinem-se permanentemente as formas pelas quais o latifúndio se reafirma, a exploração do trabalho se refaz e a violência no campo se reproduz no Brasil, mediante, perseguições, mutilações, mortes, formas assemelhadas a trabalho degradante e escravo etc.”

Conforme enfatiza o autor, a Geografia brasileira passou por uma renovação com a denominada Geografia crítica, esta em contraposição a chamada de neopositivista. Estas denominações causaram confusões, quase tudo fora considerado como crítico em uma referência ao materialismo histórico e dialético. Mesmo que o autor não esteja defendendo a renúncia dos referenciais teórico-metodológicos, Thomaz sobrepõe que outros aspectos devem ser apreciados.

“As correntes como identidade teórico-ideológica...?”

O autor enfatiza que as demarcações ocorridas representaram a insígnia das correntes teóricas na Geografia agrária. 

Segundo THOMAZ (2009) “Bray (2008) ao considerar na sua análise a coincidência da predominância da orientação metodológica positivista, do liberalismo político como doutrina, a abordagem organicista como prática, e a fundamentação funcionalista na sociedade brasileira, que se fizeram presentes no momento da criação dos cursos de Geografia no Brasil, em 1934, em São Paulo e em 1935 no Rio de Janeiro, tudo isso compôs os valores da época que por sua vez, povoaram a formação dos profissionais, em meio, por exemplo, o papel das oligarquias na vida social e nos valores culturais.”

Bray (2008) em suas observações ressalta que na Geografia brasileira prevalece o estudo dos fenômenos agrários, contudo não os movimentos agrários. Já em suas primeiras obras Orlando Valverde adverte que a Geografia tinha como papel explicar a distribuição de todo um conjunto de atividades agrícolas no mundo, tendo como objeto central de pesquisa o estudo da diferenciação regional da superfície da terra, não abordando os conflitos sociais. Valverde busca relacionar o grupo social e a natureza, associando a Geografia agrária à Geografia econômica.

É neste contexto que surgi o geógrafo Manuel Correia de Andrade que rompe com a neutralidade positivista, trazendo para a Geografia os movimentos sociais agrários do Nordeste. Os estudos de Manuel Correia de Andrade e de Caio Prado Jr abalaram o conservadorismo positivista, e gerou os primeiros embates públicos. Contudo, entre o final dos anos 60 e inicio dos anos 70, estabeleceram no Brasil referenciais influenciados pelo neopositivismo estrangeiro. Pelo olhar neopositivista a Geografia agrária, dos modelos matemáticos, sugou a precisão dos modelos explicativos e desconsiderou os conteúdos sociais. No final dos anos 70 se vê a necessidade dos geógrafos brasileiros realizarem estudos para estabelecer suas próprias referências e desapegar-se dos geógrafos agrários estrangeiros.

“...E os tensionamentos de uma época em plena ebulição e as demarcações na Geografia agrária...”

 As mudanças da Geografia agrária ecoaram o que ocorria em âmbito nacional, relacionada em torno dos tensionamentos e disputas politicas, sobre os “novos rumos da geografia brasileira”, e suas respostas á sociedade sobre os conflitos sociais.

Neste momento de disputas redefiniram-se os rumos da Geografia brasileira. E então a partir destas disputas politicas e do I ENG, houve a propagação desse processo nos cursos de graduação em Geografia pelo Brasil. Os autores Milton Santos e Ruy Moreira foram os pioneiros do movimento de mudança da Geografia brasileira.

Os debates sobre Geografia se deram fora das universidades, foram os ENGs, o engajamento nas lutas politica, a emergência e o fortalecimento da luta do campesinato ausente dos estudos de Geografia agrária, que voltará às atenções aos processos de modernização da agricultura. Entre tanto, é neste momento em que os movimentos sociais começam a se tornar objeto de estudo nas pesquisas de geógrafos.

Somente as pesquisas poderiam ajudar a demarcar outras referências teórico-metodológicas para a Geografia brasileira, ao invés de persistir em apostar nos discursos e conferências. As pesquisas proporcionaram levar para outros cantos do Brasil a oxigenação dos debates, e a ampliação das novas referências.

“...Para além das trincheiras acadêmico-universitárias, as correntes teóricas em xeque...”

O movimento estudantil foi essencial para a criação das condições para os debates e para os enfrentamentos, implementando ações políticas nos diversos locais. A cada ENG e Congressos da AGB realizados temas como as liberdades democráticas, eleições diretas, perseguições e proibições, movimentos sociais, reforma agrária, libertação de presos políticos, qualidade das aulas, realização de concurso público, e etc., habitaram as pautas.

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