Reflexões sobre o texto de Maurício de Abreu “Sobre Milton Santos e sobre a crescente autoestima da Geografia brasileira.”

IEAR/UFF

Aluno: Cláudio Renato Pereira da Silva

2º período Geografia

Teorias da Geografia

Reflexões sobre o texto de Maurício de Abreu “Sobre Milton Santos e sobre a crescente autoestima da Geografia brasileira.”

A Geografia adotou, inicialmente, como estratégia de institucionalização a transformação como disciplina escolar, e consequentemente a criação de cursos universitários para a formação de professores. Depois tivemos a associação com o Estado Nacional promovendo o desenvolvimento de algumas teorias e metodologias. E posteriormente o surgimento das escolas nacionais (alemã e francesa, principalmente). Na tentativa de isolar a disciplina de outras influências, foram formadas as chamadas escolas nacionais, tornando-a intacta a novas correntes de pensamento. Essas escolas ainda exercem influência na medida em que intencionam se diferenciar e se afirmar diante de outras correntes. A Geografia brasileira tem buscado uma independência em relação às influências externas, a partir do momento que geógrafos brasileiros têm procurado se desvincular destas, como por exemplo, Milton Santos.

A Chamada “era das revoluções” refere-se ao momento em que as escolas tradicionais terem se aberto repentinamente e tardiamente a conceitos já discutidos e adotados por outras disciplinas. Isto representou uma derrubada de paradigmas e reverência a nomes consagrados da geografia tradicional.

A tradição empirista relaciona-se a Geografia como uma disciplina de observação sistemática onde o geógrafo contempla a paisagem sem ir além das aparências. A relação que existe entre mundo fenomênico e teorização é de que as ciências têm como ambição desenvolver teorias que abranjam o maior número possível de fenômenos.

Podemos relacionar como vantagens do isolamento da Geografia, o aumento da autoestima, a formação de escolas nacionais, preservação da autonomia em relação a outras disciplinas. Como desvantagens temos que sem a influência de outras correntes de pensamento, sofreu um empobrecimento teórico e comprometeu seu amadurecimento como comunidade científica.

O diálogo com outras disciplinas proporcionou um avanço e fortalecimento na teorização em Geografia, garantindo o seu avanço científico, e distanciando a mesma do empirismo.

A Geografia nos anos 1970 se rendeu a influência das correntes de pensamento que caracterizaram a chamada “era das revoluções”, como por exemplo, o neopositivismo, depois com o pensamento materialista histórico e dialético de Marx, e mais tarde com o pensamento fenomenológico.

As universidades passaram a incentivar a pós-graduação, fortalecendo a comunidade científica brasileira, através do aumento das verbas para pesquisa e concessão de bolsas de estudo.

Instituições como a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) também passam por uma renovação, passando a aceitar a Geografia marxista.

Houve a reestruturação da carreira universitária, melhoria da qualificação profissional de professores em início de carreira. Houve também a criação do sistema de dedicação exclusiva no magistério superior, multiplicação das bolsas de estudo para professores e alunos.

Comparando a trajetória do autor com a de Milton Santos, percebe-se que quando aquele começou a trilhar um caminho de crescimento em sua carreira de geógrafo, buscando uma pós-graduação, Milton Santos já era consagrado. Espelhou-se no início da sua formação em temáticas já amplamente trabalhadas, não tendo a firmeza de inovar, por receio de não ter seu trabalho reconhecido no exterior. Apesar de Milton Santos já ter trabalhos consagrados a nível nacional, ainda não tinha reconhecimento fora devido a barreiras linguísticas. Desta forma o autor levou algum tempo a tomar conhecimento do trabalho desenvolvido por aquele.

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