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M’BOKOLO, Elikia. África Negra: história e civilizações. Tomo I. Capitulo III: Os tráficos negreiros (séculos VII – XIX). P 209-252

Por:   •  23/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.710 Palavras (7 Páginas)  •  524 Visualizações

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M’BOKOLO, Elikia. África Negra: história e civilizações. Tomo I. Capitulo III: Os tráficos negreiros (séculos VII – XIX). P 209-252

“[...] Se a escravatura foi uma pratica de todas a s sociedades humanas num momento ou outro da sua história, nenhum continente conheceu, durante um período tão longo (séculos VII-XIX), uma sangria tão continua e tão sistemática como o continente africano.”

“[...] não há outro problema na história da África a respeito do qual se tenha tanto escrito e que se conheça tão mal como o do comercio dos escravos através do atlântico.” (p. 210)

As regiões africanas do trafico

Uma primeira corrente do tráfico, provavelmente a ais importante, ligava a costa oriental da África com a Arábia. Os escravos apareciam ai como uma das mercadorias, contando entre as mais procuradas, sendo as outras o marfim, o ouro e até a madeira.” (p. 211)

“Uma segunda corrente do tráfico, sem dúvida em sentido duplo no qual o comercio se misturava com cálculos políticos e com operações militares, tinha-se estabelecido há muito tempo entre a Arábia e o Chifre da África, mais particularmente a Abissínia.” (p. 212)

Os africanos na Arábia do profeta Muhammad

“As imagens mais numerosas que nos dão as fontes árabes insistem sobre o papel e as proezas militares dos africanos, livres ou escravos.” (p. 213)

“[...] um dos episódios mais notáveis da conquista do Egito foi o frente a frente entre as tropas bizantinas dirigidas por Al-Muqawqas e um milhar de soldados negros combatendo pelos árabes e chefiados por Ubaba Ibn as-Samit, um mestiço de pai árabe” (p. 214)

Um novo impulso para a sujeição dos africanos

“Ao mesmo tempo que produziam escravos de maneira maciça, as conquistas árabes e a expansão do Islã provocaram consequências decisivas no desenvolvimento do tráfico e da escravatura dos negros.” (p. 215)

“Por outro lado, relacionada a esta solicitação constante e a partir de agora legitima em escravos, a escravatura tornou-se cada vez mais, com o tempo, a condição especifica e exclusiva dos africanos negros. (p. 215)

“Homens ou mulheres, os escravos brancos eram destinados a tarefas exigindo certas qualificações e susceptíveis de elevar aqueles que a elas se entregavam[...] aos africanos foram pelo contrário confiadas as tarefas que o tempo contribuiu para desvalorizar: eunucos, escravos de plantações, etc.” (p. 215)

“[...] nos começos do século IX, o califa Al-Amin (809-813) criou dois corpos separados de eunucos: os gafanhotos (jarradiyya), quer dizer os brancos, e os corvos (ghurabiyya), quer dizer os negros.” (p. 215)

Os novos eixos do comercio dos escravos africanos

“O primeiro destes eixos ligava o pais dos zandj (Bilad al-zandj) à península arábica.” (p. 216)

“Um segundo eixo de troca instalara-se a partir dos meados do século VII e ligava o Egito à Nubia.” (p. 217)

“Um terceiro eixo de abastecimento em escravos desenvolveu-se para oeste, pondo a Ifriqiyya e o Magreb em relação contínua com o Sudão central e ocidental graças às rotas transaarianas.” (p. 218)

Uma avaliação impossível

“É impossível um cálculo exato, mas foi estimado, com base nas estatística dignas de fé e disponíveis para alguns anos, que o tráfico europeu os escravos pelo atlântico foi responsável por uma punção de pelo menos doze milhões de africanos; e é certo que muitos outros talvez um número igual ou até superior, pareceram no discurso deste processo.” (p. 221)

Utilizações dos escravos africanos

“[...] três parecem ter globalmente dominado no conjunto do mundo muçulmano: a domesticidade, o serviço das armas e o trabalho, principalmente agrícola.” (p. 223)

A domesticidade

“Conforme o seu sexo, os escravos eram destinados a funções domesticas diferentes, as mulheres participavam de preferência nos serviços domésticos, como criadas domesticas ou diaristas, mesmo se as famílias de recursos não se tenham privado de utilizar também homens.” (p. 224)

“Outra função privilegiada na domesticidade, a função de eunuco esta largamente identificada, numa grande parte do mundo muçulmano, com a categoria dos escravos negros.” 9p. 224)

“A condição e o destino dos eunucos variavam muito conforme as regiões e conforme os estratos sociais nos quais eram levados a trabalhar, podendo os dos lugares santos e os dos haréns e palácios imperiais se beneficiarem às vezes de certos privilégios e extrair vantagens inesperadas do seu estatuto.” (p. 226)

O serviço de armas

“Na realidade, os soldados negros aparecem, individual ou coletivamente, nas narrativas militares da Arábia pré-islâmica tal como nas primeiras guerras do islã.” (p. 228)

“Formadas por escravos, as tropas negras suscitavam uma mistura de admiração no que se refere à sua coragem, e de receio face à ideia de que elas podiam pôr em perigo e arruinar a ordem social.” (p. 228)

“Foi graças a estas tropas de escravos negros que esmagou os revoltados.” (p. 229)

A escravatura produtiva

“Em certas partes do mundo muçulmano, os escravos africanos foram igualmente utilizados no setor produtivo.” (p. 230)

“[...] em todas as regiões onde uma economia de plantação apareceu, estes foram amplamente utilizados.” (p. 230)

“As plantações açucareiras provocaram fortes concentrações de escravos, submetidos a uma dura exploração, o que foi acompanhado por toda a parte por movimentos de revolta mais ou menos espetaculares.” (p. 230)

“A exploração dos escravos era tanto mais feroz quanto os proprietários, quase todos absenteístas, tinham confiado a gestão das terras a intendentes(wakil) e a forros (mawla) remunerados e função da produção.” (p. 230)

“Com o abandono da exploração das terras mortas, a escravatura recuou e tomou a partir de então a forma da servidão doméstica.” (p. 232)

Depreciação e valorização: a imagem dos africanos

“As imagens elaboradas no mundo muçulmano sobre os africanos constituem de maneira significativa um domínio ainda pouco estudado.” (p. 233)

“Se a relação entre a escravatura e racismo está em certa medida estabelecida de, continua a ser difícil destrinchar o conjunto dos raciocínios nos quais assentam o racismo e o seu contrário, a evolução destes sentimentos através dos períodos significativos da história do mundo muçulmano e as suas variações em função das regiões e dos grupos sociais.” (p. 234)

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