Fichamento História Do Brasil Contemporâneo
Por: Thielly Manias • 18/9/2025 • Relatório de pesquisa • 5.320 Palavras (22 Páginas) • 53 Visualizações
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THIELLY SOENGAS MANIAS Nº USP 4956421
PROFA. MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO
FICHAMENTOS
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- JANOTTI, Maria de Lourdes Mônaco. Os Subversivos da República. São Paulo, Brasiliense, 1986. Capítulo I. (FICHAMENTO ORIENTADO PELA ATIVIDADE UNIPACK 1).
- A autora faz uma crítica à historiografia, por apresentar como verdadeira somente uma versão da história da transição monarquia-república, aonde a versão dos vencedores predominou, ou seja, dos republicanos, que afirma a transição ocorreu dentro dos conformes mais pacíficos, sem movimentos contestatórios.
- Classifica os políticos adeptos da monarquia como saudosistas, e do republicanismo, como neo-republicanos. Também os classifica, respectivamente, como os vencidos e como os vencedores.
- O perfil do grupo dos inconformados é de origem diversa, como políticos influentes durante o Império, jornalistas, Intelectuais, obscuros políticos de província, funcionários da máquina burocrática, portadores de títulos nobiliárquicos, bacharéis das faculdades de Direito, parentes de políticos destituídos de poder, católicos radicais, e outros descontentes com a causa republicana.
- A tipologia apresentada por Janotti acerca dos monarquistas é essa: afetivos, saudosistas, intelectuais e ativistas.
- As fontes ideais para a reconstrução dos tipos políticos monarquistas seriam: artigos, jornais e revistas da imprensa militante, bem como da imprensa burguesa - assim obtém-se as duas versões, registros policiais, correspondência particular dos envolvidos, testemunho de seus integrantes e inimigos, etc.
- Os objetivos do estudo da autora são determinados pelas seguintes questões levantadas, e por supera-las e esclarece-las tem por função:
- “o significado das suposições das notícias anônimas que correm publicamente sem confirmação e que provocam reações concretas, isto é, geram fatos históricos”. Ou seja, a corrente de boatos que são tidos como verídicos e geram reações por parte dos republicanos.
- “o objeto em estudo vincula-se, estreitamente, à história dos insucessos. Por isso, sua memória é bastante fragmentada(...)”. Ou seja, há imensuráveis lacunas que dificultam o acesso a informação mais próxima possível da realidade.
- Das fontes da autora:
- O título do capítulo e seus intertítulos:
- OS EXILADOS DO PODER.
- Primeiras contestações
- Aspirações e desilusões
- Confronto decisivo
- Quinze fontes utilizadas pela autora para formular sua análise:
- Prado, Eduardo. A Ilusão Americana. 3ª edição, São Paulo, Escola Tipográfica Salesiana, 1902.
- Carta de A. S. Teixeira de Macedo ao Conde D’Eu. Nápoles, 21/03/1894. Museu Imperial. Arquivo da Casa Imperial. M. 204, Doc. 9264, manuscrito.
- Carta de Silveira Martins a Andrade Figueira, 01/11/1894. Actas do IHG de São Paulo. Sessão 20.5.1920. Vol. XXXIII, 1937.
- Santos, José Maria. Bernardino de Campos e o Partido Republicano Paulista. Rio de Janeiro, José Olympio, 1960.
- “Manifesto de 6/7/1893”. Diário Popular, 09/09/1893.
- Pompéia, Raul. O Estado de S. Paulo, 28/04/1983.
- Apud Lafayette, Pedro. Saldanha da Gama. Rio de Janeiro, Ed. Souza, 1959.
- Carta ao Cel. Manoel de Oliveira Valadão. Ouro Preto, 02/03/1983. Arq. Nac. AP 53, Cx. 2, Pc. 4, manusc.
- Carta a Fernando Lobo. Ouro Preto, 03/03/1893. Arq. Nac. AP 53, Cx. 2, Pc.4, manusc.
- Manoel, João. Reminiscências sobre Vultos e Fatos do Império e da Amparo, Correio Amparense, 1894.
- Carta de João Alfredo à Princesa Isabel. Rio de Janeiro, 11/11/1892. IHGB, Arm. 1, Prat. 2, Esc. 25, Pasta 488 (manusc.).
- Carta de Isabel a Ouro Preto, Lafayette e João Alfredo. Boulogne-sur-Seine, 04/12/1892. IHGB, Arquivo. Lata 427, Doc. 19 (manusc.).
- Motta Filho, Cândido. Uma Grande Vida. Biografia de Bernardino de Campos. São Paulo, Nacional, 1941.
- Pereira da Silva, Gastão. Xavier da Silveira e a República de 89. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
- Carta de Ouro Preto a D. Pedro II. Ubá, 22/06/1891. Museu Imperial, Arquivo da Casa Imperial, m. 203, doc. 9249 (manusc.).
- Os arquivos e museus pesquisados:
- Museu Imperial, Arquivo da Casa Imperial.
- Arquivo do IHGB
- Arquivo Nacional
- Arquivo das Actas do IHG de São Paulo
- Segundo Janotti, as adesões por ex-monarquistas ao republicanismo seriam por parte daqueles que temiam ficar às margens do processo político, passando a crer, de uma hora pra outra que, já que a transição para a República é fato irreversível melhor aderir a ele e manter seu campo de continuidade de ação.
- O Jornal Tribuna Liberal era um jornal de oposição, praticamente o único órgão de oposição declarada, estando em apoio da causa monarquista. Foi duramente reprimido por denunciar as arbitrariedades e desmandos do regime republicano, tendo seus funcionários trabalhando sob ameaça, temendo serem presos a qualquer momento.
- Começou uma “caça as bruxas”, ou seja, dos adeptos da restauração da monarquia. O regime republicano começa a fazer sentir a repressão através do banimento de alguns monarquistas, da Censura à Imprensa, da criação do Tribunal Excepcional Militar, que julgaria todas es questões lesivas ao governo, se tornando um regime violento, opressor, e contrário aos seus próprios ideais, desapontando grande parte doa adeptos ao republicanismo.
- No Brasil e no exterior forma-se uma frente pró-monarquia articulada por eminentes jornalistas, que tomam por posição uma ação de oposição crítica, condenando a neutralidade à imprensa. O Brasil, com seu caráter de contestação especial acima das questões religiosas, fazendo com que A Tribuna se tornasse o órgão mais articulado de oposição.
- O líder do Jornal O Brasil era Carlos Laet, e os líderes d’A Tribuna, eram Ouro Preto, exilado, e Antonio Medeiros, monarquistas, jornalistas e intelectuais.
- A autora apresenta Eduardo Prado como monarquista, crítico veemente do republicanismo. Suas críticas denunciavam a dominação pelos militares, o jacobinismo e a destruição da imagem respeitosa do Brasil no exterior, construída ao longo do Império, e que em apenas dois meses foi destruído pelos atos inconseqüentes do Governo Provisório.
- A Revista de Portugal foi criticada por apresentar uma visão míope da realidade nacional. Liderada por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, passa a escrever sobre os acontecimentos brasileiros. Eça considerava a república como algo que arruinava a obra construída pelo império, já Ortigão não se surpreendia com o advento da república, pois a via como caminho da ordem natural das coisas, salientando ainda os traços negativos da sociedade brasileira, descendo a exemplos preconceituosos e superficiais. Por isso a Revista ed Portugal foi tão duramente criticada, levantando-se até a possibilidade dela não mais circular no Brasil.
- Os jornais O Jornal do Brasil, O Tribuno e A Democracia eram novas folhas de tendência monarquista. Mostravam que o descontentamento no Brasil crescia na razão da corrupção republicana, que havia transformado o país em uma grande feira e para a qual afluíam os aventureiros do mundo inteiro a fim de enriquecerem rapidamente.
- Janotti analisa a publicação de 1891, O Advento da Ditadura Militar no Brasil, de Ouro Preto como uma obra “antimilitarista da primeira à última página e, a pretexto de deixar para a História uma versão verdadeira dos fatos, enveredava para a inconfiabilidade da ditadura militar e do federalismo”.
- No exílio, a família real ficava como uma possibilidade, uma reserva. Cogitava-se a hipótese de ascensão da Princesa Isabel quando de seu casamento com o Conde D’Eu, a simpatia de alguns com D. Pedro II fazia com que houvesse bastante troca de informações por correspondência, colocando-o a par da situação, e havia também uma continuidade de suas estruturas reais.
- Janotti enfatiza a questão da insegurança republicana ante ao “perigo restaurador” monarquista como sendo algo em que mais forte que a própria ação restauradora, era o receio que dela se tinha, e que, em nome desse receio, muitas vezes infundado, os atos de violência do regime se justificavam.
- O Jornal O Fígaro era uma folha semi-oficial do governo Floriano Peixoto. Já em contrapartida o jornal O Protesto, como o nome chega a indicar, vem em favor da monarquia, taxando-se como “além de monarquista, católico, apostólico, romano, mas sem propugnar pela submissão da política à religião”.
- A ação dos monarquistas restauradores, rotulada pelos republicanos como “agitação sebastianista”, foi uma adesão de portugueses que ainda viviam no Brasil e tem por ideário a restauração da monarquia portuguesa, como nos tempos colônias.
- Como representação do pensamento seu e do grupo liberal não adesista que não aceitava a República, enumerando muitos dos argumentos levantados pelo autor em defesa do seu ideário.
- Os jornais que saíam a favor da República eram, por exemplo, A Metralha, O Diário Oficial, O Jacobino, entre outros.
- Janotti apresenta a questão da censura republicana como sendo uma forma de abafar os restauradores, e que usa o máximo de seu rigor ao aumentar o número de prisões políticas, de perseguição aos suspeitos de adesão à causa restauradora, e havendo a suspensão de vários jornais, como A Platéa, O Comércio de São Paulo, Paulistaner Eccho, A Pátria Italiana, Bestia Humana, Tagblatt, O Repórter e a Tribuna do Povo.
- A autora faz uma análise da obra A Ilusão Americana, de Eduardo Prado, apontando o seu perfil de crítica ao republicanismo, explorando três ordens de idéias: o nacionalismo, a crítica da república brasileira e a defesa dos interesses britânicos. A obra é analisada ainda como tendo dois aspectos principais: uma dimensão freqüentemente omitida, que é o ataque à república brasileira, e sua afirmação mais óbvia, que é a da afirmação do nacionalismo cultural.
- Concluindo seu texto, a autora faz uma comprovação de seus levantamentos. Comprova a formação de grupos políticos monarquistas ativos e contestadores durante os governos militares, que encontraram dificuldades de congregação entre liberais e conservadores por uma mesma causa, especialmente por se encontrarem pelos problemas conjunturais do fim do Império. Comprova ainda a indiferença dos exilados e áulicos que cercavam a família real. Entretanto, comprova que esse grupo monarquista conseguiu produzir o conjunto mais significativo de críticas e denúncias sobre os primeiros anos da República.
- MANFREDI, Sílvia Maria. Formação Sindical no Brasil: História de uma prática cultural. São Paulo, Escrituras, 1996. Capítulo I, II e III.
a) No primeiro capítulo, intitulado "Formação sindical: uma prática cultural que faz parte da história dos trabalhadores”, a autora introduz ao leitor o processo de construção da identidade coletiva, afirmando que ela ocorre através de pequenas lutas que se forjam nos lugares de trabalho e moradia e acabam por converter-se em movimentos mais amplos e abrangentes, como exemplo a organização sindical. Afirma ainda que além dessa aprendizagem ocorrer no cotidiano, ela passa por um conde práticas e experiências educativas mais sistematizadas, realizadas em espaços de troca, reflexão e teorização.
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