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A América Espanhola

Por:   •  2/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.045 Palavras (13 Páginas)  •  227 Visualizações

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        Com o objetivo de compreender, e acima de tudo, quebrar estereótipos e visões que perpetuam a respeito da colonização espanhola, foi trabalhado diversos autores com visões de momentos diferentes desta colonização, que vão desde a chegada a América, o primeiro contato, o choque religioso e cultural, e por fim, o momento que se estabelecem e criam uma nova estrutura urbana e econômica, e inicia-se o processo de mestiçagem.

Este trabalho abrange uma visão a respeito do mestiço, de como eles se adaptaram a essa nova realidade e as leis bourbônicas e dos nativos em si, quebrando assim essa ideia de vitimismo que se faz a cerca deste conflito entre espanhóis e indígenas, a questão da ruptura religiosa também está presente, os principais pontos que foram atingidos, as alianças que eram feitas, todo o sangue que foi derramado, como os índios usaram a seu favor a chegada de Cortez criando alianças e tentando alcançar a hegemonia.

O mundo europeu convivia lado a lado com o mundo dos mexicas, em 1507 a conquista espanhola estava prestes a chegar a América. Seus rituais se seguiam normalmente o fogo anual era aceso e as cidades com brilho e aglomerado de pessoas ainda eram de uma cultura um tanto quanto “pura”, mas em breve haveria um choque entre esses povos indígenas e o homem europeu.

Os astecas posteriormente incorporam traços dos seus antepassados do século VII, é com isso então, que um vilarejo vem a ser o México, mesmo com toda essa estrutura de cidade e seu poderio econômico ainda leva em torno de 50 anos para elegerem seu líder, mas junto com a cidade do México outras disputam a hegemonia do vale, a cidade é erguida sobre águas sendo chamada de Veneza do “Novo Mundo” por exploradores espanhóis. Os mexicanos eram muito curiosos sobre si mesmos, havia uma documentação extensa, eram também apaixonados por poesia e sua “biblioteca” era muito ampla. Os europeus destroem muitas destas coisas depois da conquista por serem livros de caráter religioso ou mágico, sendo assim proibidos pela igreja. O surgimento de  documentos jurídicos também eram comum, eram usados no dia a dia para resolver desavenças negócios ou qualquer tipo de coisa que requeresse um maior controle ou justiça, já que muita coisa se resolvia assim entre espanhóis e astecas.

Vale lembrar também o surgimento da tríplice aliança, um verdadeiro marco no fator da necessidade de uma forte liderança para essa nação que estava ainda em formação, “Apesar de a aliança possuir esse nome, Tenochtitlán era a cidade-estado dominante e Tlacopan a de menor influência.” [1] Era composta por três supremos, que são eles inclusive que recebem Cortez em suas terras. Para cada província era eleito um líder que era responsável por administrar esse pequeno povoado, ele acompanhava sua economia e evolução, eram senhores nomeados diretamente pela cidade do México. Não demorou muito para que entrasse em choque essa cultura nativa com as ideias dos colonizadores, o luxo invadia os pequenos vilarejos com peças de joias e suas mentalidades, sendo assim então os indígenas perdem sua característica de nativo e passam a ser incorporados aos exércitos e participar de campanhas por todo o território, até por questões de hegemonia, uma tribo tentava se sobre sair através das outras, incorporaram realmente um caráter militar, o Império nada mais é então do que um mosaico de pequenas cidades e seus senhores nomeados por superiores do México.

A uma duvida em torno do surgimento do nome da capital México, que seria uma grande e rica nação no século XVI devido à história de uma águia sentada em um cacto, segurando uma serpente pela boca, sendo assim, a manifestação de uma deusa. Às primeiras gerações mexicanas tiveram um trabalho escaldante para administrar e controlar todo esse território, como pode ser visto neste trecho (SOUSTELLE, 1993, P.28) “É de imaginar o trabalho estafante executado pelas primeiras gerações mexicanas para adequar a seu uso esse complexo de ilhas, bancos de areia e lama, de pântanos mais ou menos profundos.” A Cidade possuía aquedutos e a população era muito grande em torno de seiscentos setecentos mil habitantes, Um grande templo predominava o topo da região e era possível ver tudo lá de cima, inclusive às estradas que se entroncavam, homens que já haviam percorrido toda Europa ficavam perplexos com um mercado tão grande e bem organizado, repleto de pessoas, uma atividade ordenada, como um formigueiro.

Não havia animais de carga ou tração, o transporte de pessoas e principalmente mercadorias era realizado através dos canais e aquedutos pela cidade, já que o terreno favorecia isso.

O termo mestiço surge como uma ideia de misturar duas raças, uma ideia de se quebrar uma pureza, deixar de ser homogêneo. Tendo assim um novo conceito de cultura e raça, ainda assim com suas diferenças fundamentais, uma vez que mistura de raças seria a multiplicação de indivíduos baseado nesse conceito, e a mestiçagem cultural um fator do meio em que se está inserido.

Hoje a definição de mestiço como a mistura de algo está muito defasada, a visão que se tem é de algo impuro e errado, como se essa fusão fosse ruim para o individuo, mas isso está presente nas diferentes realidades indígenas no México essa questão de ambiente urbano, uma invasão dentro do que antes era somente seu. A problemática dentro do fator social só se agrava levando em conta os adjetivos que são dados ao mestiço, isso delimita ainda mais a formação do verdadeiro conceito, criando uma problemática ainda maior. Uma coordenação de um novo discurso pelo qual a história se apodera, uma ocidentalização de conceitos e definições dentro dessas sociedades indígenas, é uma visão que deve ser levada além do fator cultural, algo que deve ser atrelado aos conquistadores e as mudanças do novo mundo, um choque de conquista.

O terror se instala na cidade do México, os espanhóis começam a estabelecer ali sua sede principal, junto consigo eles trazem doenças como varíolas, pestes e etc. O relato de um monge chamado Motolinía nos descreve tudo isso, fazendo referencias ainda ao apocalipse da Bíblia, como neste trecho (MOTOLÍNIA, 2001, p. 159) “En esta Nueva España siempre había muy continuas y grandes guerras, los de unas provincias con los de otras, adondemorían muchos, así en las peleas, como en los que prendían para sacrificar a sus demonios”. Nesse momento, com os negros que também eram trazidos nos navios espanhóis e inseridos também nessa sociedade como mão de obra mais forte e com uma maior produtividade, começava-se o choque de etnias, e os nativos eram escravizados e marcados como gado, e posteriormente jogados nas minas para trabalhar, muitos fenômenos foram então desencadeados pela Conquista do Novo Mundo. A mestiçagem ia muito além de um choque de cultural, mas sim algo que seria inevitável e que iria reformular os conceitos e a nova formação da antiga cidade dos mexicas.

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