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A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLONIAL ANTES E DEPOIS DOS JESUÍTAS

Por:   •  30/7/2015  •  Artigo  •  2.847 Palavras (12 Páginas)  •  427 Visualizações

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A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLONIAL ANTES E DEPOIS DOS JESUÍTAS

        Quando a coroa portuguesa recebeu a notícia da descoberta de novas terras além do oeste, mal imaginava quanto custosa seria a campanha para “aproveitá-las”. Não só do ponto de vista naval, pois se envolviam grandes quantidades para mover as naus de um continente ao outro, ou do ponto de vista da manutenção das novas colônias ultramar, mas sim da necessidade de pessoas hábeis e corajosas para tal aventura. O custo humano era algo grandioso e indispensável. Muitos sabiam que não voltariam.

        A aliança com os povos nativos se tornava uma maneira muito interessante de aperfeiçoar, otimizar tal colonização. É neste ponto em que entra a ordem jesuítica, que foi de suma importância para a coroa, catequizando os indígenas e educando-os segundo os costumes europeus. Portanto a educação deste período é o foco do presente ensaio.

        Este trabalho se desenvolve sobre o tema da educação no Brasil Colonial dentro do período jesuítico e depois dele. Temos como objetivo geral descobrir o que mudou e o que continuou na educação com a expulsão da ordem jesuítica do Brasil no final do século XVIII. Especificadamente Analisar a educação no período jesuítico e a educação posterior para destacar as mudanças ocorridas, pesquisar e entender os objetivos da coroa portuguesa em mandar os jesuítas para o Brasil, interpretar as vantagens e desvantagens da educação jesuítica para o projeto de colonização português e compreender a metodologia de ensino jesuítica e sua importância social.

        A educação não é um processo independente, está intimamente relacionada à estrutural social, em nosso caso, uma estrutura em formação, em pleno desenvolvimento. Para compreender os fatos ocorridos na determinada época, temos que ter em mente a mutualidade entre a educação e a sociedade, pois uma é o reflexo da outra. Este fato histórico é a manifestação de uma organização de seres humanos, uma estrutura, que demonstra o Zeitgeist, espírito de época, que pode ser, por exemplo, decorrente de uma tensão social. Além disso, seria um paradoxo tentar interpretar a educação posterior até a atual, sem compreender o processo da educação jesuítica.

        O que mudou e o que continuou na educação do Brasil colonial com a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal? Para responder a nossa pergunta de pesquisa iniciaremos o trabalho com uma breve introdução sobre a ordem jesuítica. Logo após esclareceremos os objetivos e as vantagens da educação jesuítica para a metrópole portuguesa, seguindo isso interpretaremos o processo da educação e a sua metodologia. Depois disso trataremos das mudanças de Marquês de Pombal e seus reflexos na sociedade tanto no Brasil como em Portugal e a relação da educação antes e depois do período pombalino. Finalizando com algumas considerações.

Durante o final da Idade Media um dos principais pensamentos que foi crescendo foi o medo do fim do mundo. Principalmente após a crise que a Europa viveu dentro do século XIV com a peste negra, fome dentro do cenário rural e constantes guerras. Isso semeou um grande medo e uma crescente preocupação com o lado espiritual da Europa e posteriormente do recém descoberto novo mundo é neste contexto que é criado em 1534 por Inácio de Loyola a companhia de Jesus também conhecida como ordem dos Jesuítas dentro do chamado projeto de colonização.

A função destes padres, em primeira instância, era de catequizar os gentios (nativos). Foram tentados vários métodos para este fim, o que gerou mais resultado foi à fundação dos colégios principalmente em pequenas vilas que eram construídas afastadas das cidades onde estes padres, que se comunicavam em tupi, ensinavam os índios a partir de um tripé: trabalho, oração e educação. Trabalho na horta e na caça para sustento do colégio (alguns colégios também faziam trabalho de extrativismo e assim estabeleciam pequenas rotas comerciais dentro da colônia). Educação para se ler e escrever e além da catequese que entrava na orientação religiosa juntamente com os momentos de oração. Este é o projeto de educação dos indígenas dentro das vilas. A escola funcionava dentro da igreja que também era jesuíta e se dava de uma forma muito similar com a dos colégios. Os padres jesuítas usavam de táticas diversas para ensinar a fé para os nativos e para as crianças como teatros evangelizadores e a utilização de musicas, estes são apenas alguns exemplos de como esta educação se desenvolvia.

Dentro das vilas, além da escola e logicamente da igreja, as capelas tinham outra função muito importante: a de registrar não apenas os nascimentos, mas também casamentos e obituários. Todas estas funções vão dando uma importância cada vez maior para os jesuítas dentro do chamado “projeto colonial” que faz parte de um contexto maior da contra reforma protestante.

Com a crise da igreja durante os séculos XV e XVI muitas medidas foram tomadas para tentar frear o avanço das novas religiões como o luteranismo e o calvinismo. Algumas das medidas tomadas pela santa igreja católica eram reafirmar os dogmas, aumento do tribunal do santo ofício [inquisição] e a fundação de ordens religiosas como os jesuítas.

         Inicialmente a ordem não tinha um grande caráter educacional, mas sim uma função de fazer pregações em Portugal como parte dos movimentos de contra reforma. Entretanto com o passar do tempo ainda em terras lusas cada vez mais a ordem vai ganhando um caráter educacional a tal ponto que a educação se torna a principal atividade da ordem. Talvez esse caráter foi crucial para escolha da vinda dos  jesuítas. Uma vez a catequese facilita a convivência a partir do ensino das letras e da religião cristã. Existia sim uma verdadeira preocupação na conversão de novas almas dos denominados gentios, e em muitos casos esta convivência entre estado e religião não se deu de forma pacífica.

Durante o início da colônia, quando a mão de obra ainda era escassa, mais de uma vez os bandeirantes atacaram os colégios e aprisionaram os índios que estavam no processo de evangelização. Este era apenas um dos muitos pontos de conflitos que se tinham entre estado e religião uma vez que mesmo tendo pontos em comum os interesses específicos de cada esfera não são os mesmos. Maior prova disso é que com o passar do tempo a tensão entre os interesses da coroa portuguesa com os jesuítas se tornam tão divergentes que o fim dessa relação culmina na expulsão dos jesuítas durante o século XVIII como podemos ver em tal documento.   

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