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A Elite do Atraso da escravidão a lava jato

Por:   •  19/5/2018  •  Artigo  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  213 Visualizações

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Tiro certeiro .

O país vive um período de descrédito em suas instituições. De um lado alguns acreditam que a corrupção está no DNA da sociedade brasileira. Essa corrupção seria fruto de um modelo colonial no qual a sociedade brasileira foi vítima das garras predatórias da empresa portuguesa. Logo, todas as mazelas que a sociedade brasileira está submetida tem um único culpado.

No entanto, ao que parece, esta lógica é uma grande mentira, pois, no fundo, nós não viemos de Portugal e sempre tivemos uma elite saqueadora. Falamos a mesma língua, gostamos de bacalhau e até torcemos para o Vasco da Gama, mas isso não nos torna portugueses. Na realidade, quem faz e determina a formação de uma sociedade é a força das suas instituições e não o modelo de colonização ou o país colonizador. E a grande instituição que passou a existir no Brasil a partir de 1532, foi a escravidão. Essa ideia de que viemos de Portugal e herdamos essa herança maldita do patrimonialismo e da corrupção só na política é uma grande ingenuidade, porque a ideia do patrimonialismo e da corrupção tomou o lugar da escravidão e dos conflitos sociais e de classe. É importante ressaltar que sempre utilizamos a escravidão - e nunca refletimos sobre ela - como um nome  e que ela continua entre nós, porém com máscaras modernas. E, particularmente, a coisa mais importante de toda sociedade escravocrata é o “ódio aos pobres”.

Os anos se passaram. Sai de cena “a ralé dos escravos” e entra no jogo uma nova ralé, que podemos chamar de “novos escravos”, que são explorados por uma classe média que se vangloria de ser moral, que sai às ruas para protestar contra a corrupção de um Estado que já nasceu corrupto. Um estado que foi montando pelos atravessadores financeiros. Este Estado montando pelo sistema financeiro é rigorosamente protegido pelo aparelho de coerção do estado. Enquanto isso, a elite vende a água, petróleo e, sobretudo, vende o futuro do país. Objetivamente o país está sendo entregue ao capital estrangeiro sem que ninguém perceba, pois foi criado um mecanismo midiático de fazer a todos de idiotas, que é a fase moderna da dominação escravocrata que temos até hoje.

Talvez a pergunta mais difundida no Brasil seja a seguinte: O Brasil é o país mais corrupto do mundo? Sendo o Brasil o país mais corrupto, somos vítimas do atraso, ou seja, não existe nenhuma perspectiva de futuro? Para responder essa pergunta, para quem é um pouco curioso poderá achar a resposta na história brasileira. Uma possível resposta para essa pergunta seria a seguinte: o tema da corrupção foi criado no Brasil ou transformado em linguagem dominante quando a elite  paulista perdeu o poder em 1930. Esta elite que foi expulsa do poder cria uma novo conceito de dominação a partir do pensamento intelectual. Esse pensamento intelectual vai criar dois conceitos fundamentais para estabelecer sua dominação: o patrimonialismo e o populismo. O primeiro conceito constrói a ideia de que a elite poderosa está no Estado e não no mercado, ou seja, o mercado é tido como um mar de virtude. O segundo conceito levou à demonização da política, pois foi criada a ideia que o mal está na política. Por que se fez isso? Porque se a política, inadvertidamente, começar a ser habitada por pessoas que são líderes de classes populares, seria necessário utilizar o mecanismo da seletividade da corrupção para afastar do poder esses seres indesejáveis, deixando a elite controlar o mercado e o estado.

Essa elite passou a disseminar a ideia de que tudo que é produzido pelas camadas populares deveria ser criminalizado e marginalizado. Entra nesse jogo a classe média, que é completamente dominada pelo veneno midiático de todos os dias. A elite cria a teoria do vira lata imbecilizado, trazendo para o jogo a alta intelectualidade brasileira para criar a ideia que somos inferiores, desonestos e menos produtivos. A própria intelectualidade brasileira foi responsável por envenenar a auto estima da nação.
O resultado de todo esse processo poderia vir da seguinte pergunta: a riqueza no Brasil explica a pobreza? Em primeiro lugar, é necessário olhar para desigualdade como questão central. É absurdo imaginar que 20% de toda riqueza brasileira esteja concentrada nas mãos de pessoas que detém o capital econômico e intelectual e 80% da população é precarizada. Resultado disso: um aparelho de repressão do Estado que vitimiza 60 mil pobres a cada ano. Isso só deixa transparente a ideia de que a sociedade brasileira foi construída sobre o ódio aos pobres.

Quando se fala de uma classe média brasileira, naturalmente não se pode colocar todo mundo num mesmo balaio porque ela é heterogênea. Contudo, a maior parte da classe média se diz liberal, mas é conservadora politicamente e age como um lacaio ou um capitão do mato das grandes elites. Essa classe média realiza a dominação social em nome das elites na figura de juízes, professores universitários, médicos, jornalistas entre outros profissionais. É importante entender que existe um bloco de poder que domina não apenas pela violência material, mas antes de tudo, domina pela violência simbólica, ou seja, você engana e convence as pessoas através de uma articulação intelectual.

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