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A Espiritualidade na Idade Média

Por:   •  12/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.522 Palavras (11 Páginas)  •  247 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Graduação em História

Jordânia A. Machado

Larissa Souto Maior

Patrícia Almeida Diniz

Viviane Maria de Morais

        

A Espiritualidade na Idade Média

Belo Horizonte

2015

Jordania A. Machado

Larissa Souto Maior

Patricia Almeida Diniz

Viviane Maria de Morais

A Espiritualidade na Idade Média

Trabalho apresentado à Disciplina História Medieval do curso de Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – 4° Período de 2015.

Professora: Ana Maria Coutinho

Belo Horizonte

2015


INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo sintetizar a pesquisa temática “A Espiritualidade na Idade Média” através de problemáticas levantadas pelo grupo tendo como suporte teórico o historiador André Vauchez. Dentro da temática propor um plano de aula voltado para a disciplina de história, que visa contemplar o tema em questão atendendo as expectativas das Diretrizes e Parâmetros Curriculares para o ensino de história. E por fim trazer algumas informações sobre instituições religiosas, em especial a Companhia de Maria Missionários Monfortinos presentes a quase 50 anos no Brasil.


  1. Perguntas

  1. É correto a utilização do termo “espiritualidade” na Idade média?

Vauchez introduz o seu livro “A espiritualidade na idade média” problematizando o que é espiritualidade. Analisar conceitos levando em consideração o sujeito, espaço e tempo, se faz importante na medida em que passamos a olhar para o passado sem os conceitos e valores do presente. Nesta perspectiva, Vauchez nos mostra que “espiritualidade” é um conceito moderno, utilizado a partir do século XIX que para muitos autores “exprime a dimensão religiosa da vida interior” e suas relações pessoais com Deus conduzida pela mística. Tal conceito era desconhecido na idade média pois, a fé era vista sob a perspectiva da doctrina e disciplina sendo a primeira sua característica dogmática e normativa, e a segunda a sua prática no contexto de uma regra religiosa. A palavra spiritualistas é encontrada a partir do século XII nos textos filosóficos e não apresenta conteúdo religioso, é voltada para as coisas imateriais, qualidade daquilo que é espiritual.

Para Vauchez definir espiritualidade como “unidade dinâmica do conteúdo de uma fé e da maneira pelo qual esta é vivida por homens historicamente determinados” passa a incluir neste processo também os leigos, ressaltando a espiritualidade popular, uma vez que os estudos da mesma sempre eram voltadas para os altos clérigos e vida dos monges.

  1. Durante o período carolíngio, segundo André Vauchez: “a prática religiosa constitui-se menos a expressão de uma adesão interior do que uma obrigação de ordem social”. Analise tal propositura sobre o papel da religião nos tempos de Carlos Magno.

Apesar de existirem outros reis católicos antes de Carlos Magno, foi com este que a Igreja cristã expandiu seus domínios da fé na Europa Ocidental. A cristianização naquele momento se dava de forma forçada, sem encontrar lastro na liberdade do ato de fé.  Todos os súditos do imperador deviam adorar o mesmo Deus. Esta fé foi imposta de forma brutal, podendo traduzir-se na máxima Compelle intrare (força-os a entrar [na Igreja]). Carlos Magno lança mão da ideia de que o soberano tinha em sua figura um depósito de fé, tendo o dever de preservá-la e transmiti-la em sua integralidade. Para isso não titubeava em usar o constrangimento físico do poder leigo para reprimir cismas e heresias. Passou a tratar as questões religiosas de maneira administrativa, reunindo e presidindo concílios para resolver questões de fé, cultos de imagens, prescrições e exortações sobre a vida religiosa dos clérigos e dos leigos. Editava capitulares, nomeava clérigos, instituía a obrigatoriedade de pagamento do dízimo, obrigava a frequência de seus súditos à missa. A Igreja, por sua vez, tendo em vista as benesses recebidas, tinha o papel de manter seus fiéis obedientes às ordens de seu Imperador. E assim o faziam. A adesão interior ficou, na hipótese mais favorável, renegada a segundo plano, quando não servindo apenas de fachada para os cultos pagãos que continuaram a existir, e tomando um posicionamento distante dos fiéis, apegado quase que exclusivamente às formas sacramentais da liturgia.  

  1. A busca pela espiritualidade sempre esteve presente no medievo. Descreva como se deu a evolução na busca dessa espiritualidade partindo da assertiva acima exposta.

O ser humano sempre buscou um contato imediato e íntimo com Deus. No período medieval, entretanto, o desejo de um vida espiritual intensa estava associado a uma vida religiosa. A Igreja encontrava-se distante de seus fiéis, presa às rígidas formas da liturgia, as quais muitos poucos realmente compreendiam. A experiência religiosa dava-se principalmente através de gestos e ritos sacralizados, os quais estavam imbuídos de forte carga emocional. O povo rude e simples não tinha acesso à leitura, agarrando-se ao que acreditavam ser mais tangível na questão da espiritualidade. Os fiéis acreditavam estar abandonados, necessitando de intermediários nessa comunicação com Deus.  Surge a figura dos santos que acolhem esse papel de elo de ligação entre Deus e os homens. Intensifica-se o culto às relíquias e a crença nos milagres. A confissão, antes possível somente uma vez na vida, torna-se mais flexível, adotando a ideia de que o ato de confissão é o gesto essencial e a absolvição esta garantida. As penitências se tornam menos severas. As doutrinas evoluem de posicionamentos mais distantes e ostentatórios da Igreja para pensamentos voltados ao conhecimento do “eu” interior. A ascensão a Deus passa pela exploração das faculdades da alma. Chega-se a ideia de que somente se chega a Deus através de seu Filho, e para tal é preciso assemelhar-se ao Cristo, cada qual a sua maneira.

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