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A Fotografia e Interdito

Por:   •  4/12/2017  •  Abstract  •  563 Palavras (3 Páginas)  •  121 Visualizações

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KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Fotografia e interdito. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2004, vol.19, n.54, pp.129-141. ISSN 1806-9053.  http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092004000100008.

Nilton Cesar S. F. Junior[1]

Fotografia e interdito.

Resumo.

Os autores tratam no texto acerca de morte e interditos  nas fotografias  que são produtos sociais e para quem também são produzidas.  

Os interditos são impedimentos ou proibições de bens, coisas ou lugares  que se forem violados causam desconfortos, contaminações e perigos, podendo ter formas de apropriação no plano social ou formas simbólicas no plano imaginário sendo que o seu alcance depende da complexidade do plano social no qual está inserido onde os padrões morais são volúveis e as imposições imaginárias assumem diversas formas de apropriação.

O artigo retrata a experiência da morte e da violência partindo de uma perspectiva ocidental onde ambas são negadas ou resistidas e o reflexo desse pensamento sobre o comportamnto do indivíduo.

A fotografia se constitui como apropriação daquilo que é real transformado em realidade cujo significado é construído com elementos e discursos produzidos  e os interditos funcionam em relação aos outros podendo ter um significado pessoal que não impede o convívio social de quem os pertence, mas pode causar desconforto se esses interditos forem descobertos. Isso quer dizer que alguém que tem a foto de um ente suicida e disponibiliza essa foto sem que a sua identidade seja revelada não incomodará tanto se acontecer ao contrário e as pessoas saibam a quem pertence essa foto.

A partir daí o texto discorre sobre a ambivalência da prática da foto mortuária no Brasil. No século XIX era importante guardar fotografias de entes queridos mortos e no Brasil até a década de 1950, entretanto isso deixou de ser cultuado no âmbito social e restringiu-se aos espaços privados. A falta de aceitação social dissimulou essa prática e tornou-se a expressão moderna de interdito na qual o peso da morte passou a ser mensurado segundo os critérios da utilização das fotografias. As fotos, segundo o texto, servem para dar limite ao comportamento do enlutado em relação aos mortos, família e comunidade. Dentro dessa discussão o texto mostra a imagem de um doente terminal com aids acompanhado de sua família, a foto em si é comovedora e traz a tona o valor familiar não fosse a mesma utilizada para um comercial de roupa que acabou dando conotação negativa  e potencializou uma discussão ética acerca do tema sobre até que ponto a liberdade pode ir com o novo na sociedade.

Outra discussão aventada é a ética no fotojornalismo. A captura de imagem condiciona o profissional e a relação entre venda e demanda, cujo debate nas universidades discutem a apropriação dessas imagens traumáticas para fins políticos e morais, impõe determinadas posturas que questiona essa ética. A venda dessas imagens traumáticas de homicídios caracteriza um drama social que assegura o estatuto de quem está sendo retratado e submente os que se identificam a experimentarem esse mesmo drama.  Essas fotografias podem servir para caracterizar um grupo ou para consumo morbido, pois a perturbação, segundo os autores, é mais social do que individual, elas desapropriam o corpo porque os elementos presentes se sobressaem numa organização de símbolos que representam os interditos.

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