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A HISTÓRIA DAS MULHERES

Por:   •  14/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.163 Palavras (5 Páginas)  •  163 Visualizações

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A HISTÓRIA DAS MULHERES

        Estudar a luta das mulheres pela sua autonomia se faz necessário para o reconhecimento da sua função na história, que, partindo do viés patriarca, acaba tendo dificuldades na sua atuação em sociedade e, consequentemente, no fazer histórico. Nesse sentido, se torna perceptível até hoje, em sociedade, a pressão do machismo construído socialmente em torno da autonomia feminina, sempre as colocando em segundo plano e restritas aos afazeres de casa.

        Diante essa realidade e percebendo a necessidade de se estudar os movimentos das mulheres, o objetivo principal que se faz presente é o de identificar essas lutas femininas, e de todos os seus setores, especificamente do início do século XX, na busca da igualdade de direitos e igualdade entre os gêneros.

 Para que esses objetivos sejam alcançados é preciso compreender a luta das mulheres em todos os seus setores, não apenas o das mulheres brancas e, consequentemente, ocupantes de um espaço social econômico confortável, mas, também, das mulheres negras, pobres e que não viam outro meio de saída para sobreviver se não o de se submeterem a trabalhos e bicos que as colocavam num espaço de exclusão social, pois gerava preconceito partindo do viés religioso. O conteúdo apresentado das seções do livro didático História – Sociedade & Cidadania (São Paulo: FTD, 2009) se demonstra restrito à um grupo de mulheres que, não isentas de sofrer o machismo que assolava e as colocava como um objeto de uso exclusivo dos homens, ainda conseguiam partilhar de um espaço de privilégio frente suas condições sociais. Assim, o conteúdo peca em não trazer em questão as mulheres pobres, negras e, consequentemente, com mais dificuldades de reconhecimento na história.

        O primeiro trecho do texto, como fonte em questão, trás um acontecimento histórico que trouxe uma verdadeira revolução sexual: a liberação ao público da pílula anticoncepcional, que passou a ser vendida em qualquer farmácia e que trouxe a possibilidade de a mulher decidir engravidar ou não. A questão que levanto aqui é: a que grupo de mulheres essa medida irá chegar? Quais as mulheres irão ter condições para financeiras para ter acesso a essas pílulas? Essas pílulas chegaram para o acesso de mulheres pobres?

        A segunda parte do trecho destacado mostra a mudança na concepção do traje de roupa que as mulheres usavam, onde antes se tinha uma crítica as roupas mais curtas pois a colocava numa posição vulgar, naquele momento, mesmo diante as críticas, elas passaram a usar minissaias e calça estilo saint-tro-pez, demonstrando sua autonomia no vestir. Mostra também que mulheres passaram a reconhecer mais sobre sua autonomia civil e que, por isso, surgiram organizações que promoviam discussões sobre o tema e que resultaram em levantes nas ruas com o intuito de reivindicar direitos iguais entre os gêneros: como o direito do divórcio e mais vagas em cargos públicos e faculdades.

        Aqui, o que exponho mais uma vez é para a classe que está sendo direcionada essas medidas. A fonte mostra imagens de mulheres brancas e que demonstram estar ocupando um espaço social econômico confortável, com roupas que não são todas as mulheres que têm acesso, o que acaba apagando a realidade de outras mulheres que também lutavam pelos seus direitos, mas se encontravam num espaço escasso para tomar medidas que não fossem os da sua sobrevivência e de seus filhos. Ora, como tratar de um tema sem expor todos os setores que são atingidos? O avanço feminino, nesse sentido, foi percebido apenas na esfera da elite feminina? Nesse sentido, vale destacar também a região em que a mulher está inserida. Aqui, não se pode esquecer que as regiões representam uma distinção das classes sociais e que por isso cada uma tem sua particularidade de lidar com a realidade. Regiões com maior riqueza econômica acabam tendo mais destaque em relação a outras que não apresentam muita riqueza, o que gera invisibilidade dos setores mais pobres.

No que diz respeito ao papel da mulher no Brasil da primeira república, Margareth Rago em sua obra Do Cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar, afirma que existia uma preocupação em manter as mulheres no espaço do lar, cuidando da casa, dos filhos e do marido. Desse modo, a mulher não era preparada para trabalhar em fábricas, mas sim restrita aos afazeres de casa, sendo submissa ao sexo oposto, que era definido como trabalhador fora de casa e moldado ao papel do patriarcal. Vale salientar que esse papel está em torno em todos os setores femininos, mas que acaba se enquadrando pior nos setores mais pobres, uma vez que não havendo condições de trabalho para o marido, a mãe também sai de casa em busca de emprego, mesmo tendo filhos.

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