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A HISTÓRIA DE PERNAMBUCO

Por:   •  20/12/2021  •  Bibliografia  •  2.515 Palavras (11 Páginas)  •  119 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

ANA CIBELE DE ARRUDA OLIVEIRA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DE PERNAMBUCO

PROFESSOR: SEVERINO VICENTE DA SILVA

Contribuições de Ulysses Pernambucano no estado de Pernambuco com ênfase em sua gestão no hospital psiquiátrico da Tamarineira.

Recife

2021

RESUMO:

Este trabalho tem por objetivo fazer uma rápida exposição da trajetória do Dr. e Prof. Ulysses Pernambucano, apresentando suas ações acerca dos doentes mentais no estado de Pernambuco, na primeira metade do século XX. Também serão expostos alguns momentos importantes da gestão do mesmo no Hospital de Doenças Nervosas e Mentais (Hospital de Alienados da Tamarineira), gestão essa que ocorreu em dois momentos: de 1924 a 1926 e no ano de 1931 a 1935, pouco tempo antes de sua prisão pelo governo de Getúlio Vargas, acusado de subversivo.

Palavras-chaves: Ulysses, Tamarineira, doença mental, psiquiatria, higienização.

ABSTRACT

This work aims to make a quick exposition of the trajectory of Dr. and Prof. Ulysses Pernambucano, presenting his actions about the mentally ill in the state of Pernambuco, in the first half of the 20th century. Some important moments of its management will also be exposed at the Hospital for Nervous and Mental Diseases (Hospital for the Insane of Tamarineira), which took place in two moments: from 1924 to 1926 and from 1931 to 1935, shortly before its arrest by the government of Getúlio Vargas, accused of being subversive.

Keywords: Ulysses, Tamarineira, mental illness, psychiatry, hygiene.

INTRODUÇÃO

Iniciaremos o trabalho expondo a biografia do personagem em destaque, por conseguinte, na segunda seção serão discutidas as suas contribuições profissionais e diversas transformações propostas para o cuidado em psiquiatria e sua atuação em defesa das minorias marginalizadas. Será explanado sobre o Hospital de Alienados da Tamarineira, um breve histórico do surgimento desta instituição e como Ulysses fez mudanças significativas durante sua gestão, mudanças essas que serviram de referências dentro e fora do estado e até mesmo fora do país. O método utilizado neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir de material  constituído principalmente de livros e artigos científicos.

1 - Biografia e Jornada profissional

Ulysses Pernambucano de Melo Sobrinho é neurologista, psiquiatra e psicólogo, como o próprio nome indica, é pernambucano. Nasceu em Recife em 6 de fevereiro de 1892, filho de advogado e de mãe muito entusiasmada. Nascido em uma tradicional família pernambucana, possui uma posição favorável tanto social quanto economicamente. E tendo como primo nada mais e nada menos que Gilberto Freyre, outra figura ilustre de nossa terra. A origem do nome "Pernambucano" é explicada pelo mesmo Gilberto Freyre em sua genial obra Casa Grande e Senzala, quando esclarece:

"Logo depois da Independência correu por todo o Brasil grande furor nativista (...) — alguns até bairristas -- intercalaram no nome um Brasileiro, um Pernambucano, um Paraense, um Maranhão enfático, anunciando-lhes a origem brasileira ou particularizando-lhes a regional. Tal o caso do velho José Antônio Gonsalves de Mello, que pôs num filho o nome de Cícero Brasileiro, noutro o de Ulisses Pernambucano - nomes que se tem conservado na família, já estando na terceira ou quarta geração" (Freyre, 1970, v.2, p.487- 488).

 Ulysses se dedicou ao aprendizado desde criança, e seu pai foi o responsável por sua alfabetização logo depois que ele ingressou na educação regular. Como não havia faculdade de medicina em Recife naquela época (a primeira faculdade de medicina em Recife só foi criada em 1920), o jovem Ulysses foi para o Rio de Janeiro e ingressou na Faculdade de Medicina,  formando-se em 1912. Nos últimos anos do curso (1910-1912), trabalhou como estagiário no Hospital Nacional de Alienados, na Praia Vermelha. Essa experiência pode ser o impacto mais frutífero de sua carreira. Após a formatura, voltou para Pernambuco e passou a atuar em Vitória de Santo Antão, no interior do estado. Nos primeiros anos de exercício profissional, o Dr. Ulysses foi denominado clínico geral. As condições precárias do interior não comportavam especializações. Sua atuação no interior se expande, e no ano de 1914, ele muda-se para o sul do país no estado do Paraná, na cidade paranaense de Lapa, distante cerca de 60 quilômetros de Curitiba.

No ano seguinte ele casou-se com a doutora Albertina Carneiro Leão, sua prima. Deste casamento nasceram dois filhos: José Antônio Gonsalves de Mello, que se consagraria como emérito historiador e docente da Universidade Federal de Pernambuco, e Jarbas Pernambucano de Mello. Jarbas, seguindo a carreira do pai, formou-se em Medicina. Em 1916, já casado e mesmo com uma carreira profissional relativamente estabelecida no Paraná, sente saudades de sua terra. E resolve voltar ao Recife, trazendo suas vivências e experiências de médico de interior na qual conviveu com a dura realidade de populações rurais ignorantes, carentes, desassistidas e marginalizadas.

Retornou ao Recife, onde abriu sua primeira clínica psiquiátrica. Em 1918, a Escola Normal Oficial de Pernambuco inaugurou a disciplina Psicologia e  Pedagogia no Recife e, com isso, foram realizados concursos para preenchimento das vagas. Ulysses concorre com o ensaio: “A classificação das crianças anormais. A estagnação do desenvolvimento intelectual e suas formas; instabilidade e fraqueza mental.” Por motivos políticos, o então Governador de Pernambuco, entre 1915 e 1919, Manoel Antônio Pereira Borba, arbitrariamente, nomeia o segundo colocado para ocupar a cátedra. Ainda em 1918, Ulysses se inscreveu novamente no  concurso para professores de Lógica, Psicologia e História da Filosofia. Retomou o primeiro lugar, desta vez foi nomeado professor titular do Ginásio Pernambucano e posteriormente diretor, ministrando aulas de Psicologia, lógica e história da filosofia. Lecionou na Escola Normal Oficial do Estado de Pernambuco e mais tarde atuou como diretor. Em 1923, ele foi nomeado pelo governador do esporte entre 1922 e 1926. Sérgio Teixeira Lins de Barros Loreto Sérgio Teixeira Lins de Barros Loreto atuando como diretor da Escola Normal , que ocupou até 1927. Ele vai executar reformas pedagógicas e reformas de impacto social, entre as quais se destaca o exame seletivo de admissão, encerrando o atual sistema de financiamento. Além de mudanças organizacionais, também incorpora novos conteúdos curriculares e métodos de ensino inovadores. Institui exames de promoção por média em conjunto. Publica um jornal, o que prova a sua atenção geral às notícias e à comunicação. Além da garantia de merenda escolar. Essas ações sempre aludem ao bem-estar dos menos favorecidos financeiramente.

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