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A Historia de Mato Grosso

Por:   •  19/6/2020  •  Artigo  •  5.926 Palavras (24 Páginas)  •  168 Visualizações

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HISTÓRIA DE MATO GROSSO

01. PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO

As Bandeiras eram expedições que saiam do Planalto Vicentino em direção aos sertões em buscas de metais preciosos. Havia também as bandeiras de caça ao índio, de mineração e de Sertanismo de Contrato (bandeiras particulares, que eram expedições alugadas, servindo para capturar índios e negros fugitivos).

A penetração das bandeiras em MT se deu de forma mais efetiva com ANTONIO PIRES DE CAMPOS, em 1718, que buscava aprisionar os índios coxiponé, na região à margem do Rio Coxipó.

Em 1719, PASCOAL MOREIRA CABRAL chegou nessa região também para capturar os coxiponé, mas enfrentaram forte resistência. Nesse instante, chegou à região a Bandeira dos Irmãos Antunes, que se aliaram a Moreira Cabral e venceram os índios.  Após vencerem esta batalha, fundaram o Arraial da Forquilha.

Em 1.722, MIGUEL SUTIL  encontra ouro as margens do córrego da Prainha. Este local foi chamado de Lavras do Sutil. Esta foi considerada a maior jazida da América Latina. Mais tarde, nas imediações das Lavras do Sutil, surgiu um novo povoado, a cidade de Cuiabá. O arraial florescia na região da Colina do Rosário, nas proximidades da Avenida da Prainha e da Igreja de São Benedito.

Em 1.726 as minas de Cuiabá entram de decadência.

02. ADMINISTRAÇÃO DAS MINAS

Em 1719, com a fundação do Arraial da Forquilha, o povo, de maneira ilegítima (já que esta era atribuição da Coroa Portuguesa), elegeu como Guarda-Mor o bandeirante PASCOAL MOREIRA CABRAL.

No entanto, o governo metropolitano repudiou o nome de Pascoal Moreira Cabral e resolveu nomear FERNÃO DIAS FALCÃO para ser o representante da Coroa na região de MT e poder fiscalizar os impostos cobrados.

É importante lembrar que esta área estava sob a jurisdição da capitania de São Paulo. Fernão Dias não conseguiu exercer o poder de fato, pois se deparou com a existência de um poder paralelo, exercido por Moreira Cabral e os Irmãos Lemes (João e Lourenço). Diante disso, o Governador de São Paulo, RODRIGO CESAR DE MENEZES resolveu mudar-se para Cuiabá. Mas antes, ordenou a morte dos irmãos Lemes, sendo armada uma emboscada, onde eles foram mortos. Pouco tempo depois, também morreu Pascoal Moreira Cabral, em Cuiabá.

Rodrigo Cesar de Menezes muda-se para o Arraial de Cuiabá e, em 1.727, elevou o arraial a categoria de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.

A administração de Rodrigo de Menezes foi marcada por importantes medidas, como:

a) cobrança de impostos como o Quinto (20% da produção ficava para a Coroa);

b) a Capitação (cobrança feita pela quantidade de pessoas trabalhando nas minas – por cabeça);

c) as Entradas (cobrança para se entrar na área explorada).

Portanto, seu governo foi marcado pela cobrança exagerada de impostos e intensa fiscalização das Minas.

03. ABASTECIMENTO DAS MINAS

A partir de 1719, o abastecimento da minas foi feito através das Monções, que eram expedições de comercio ou de abastecimento, que saiam de SP e chegavam até Cuiabá pela navegação dos rios da Bacia Platina.

Havia 2 tipos de monções: as fluviais e as terrestres.

04. FRONTEIRA NO SÉCUO XVIII

Por volta de 1.728 começou o processo de decadência das minas devido a vários fatores (ex.: cobrança de vários impostos pela Coroa e pelo movimento migratório de volta para São Paulo). Em 1731, cresce um movimento de migração para o lado oeste de Mato Grosso, onde os IRMÃOS PAES DE BARROS acabam por descobrir novas jazidas auríferas na região do Guaporé. Essa região foi chamada de Mato Grosso devido a sua vegetação.

O crescimento e o desenvolvimento, bem como a preocupação em perder este vasto e rico território levou o governo metropolitano em 1748, desmembrar a região da Capitania de São Paulo, e criar a Capitania de Mato Grosso. O primeiro capitão-general da capitania de MT foi ANTONIO ROLIM DE MOURA.

Em 1750, portugueses e espanhóis em litigio por esta região, firmaram o Tratado de Madri. Para representar os interesses de Portugal foi escolhido ALEXANDRE GUSMÃO. O representante português baseado no “uti possidentis” (o uso gera a posse), alegou que os territórios a oeste da colônia pertenciam a Portugal, pois foi colonizado pelos portugueses. Vencedor em seus argumentos, Alexandre de Gusmão garantia para Portugal a posse da região oeste e da bacia amazônica.

Ocorre que, para efetivar o tratado de Madri, o governo português enviou Antônio Rolim de Moura (o conde de Azambuja) para promover o povoamento e a militarização da fronteira oeste. Ele recebeu a orientação de construir a primeira capital de MT.

A cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 1752 e idealizada para ser a capital do Estado. Para seu abastecimento, o Marques de Pombal, primeiro Ministro de Dom José I, criou a Companhia de Comércio Grão-Pará e Maranhão, que exercia o monopólio do comercio sobre a capital. Em 1.778, a Companhia entrou em falência, pois com a decadência do ouro, seus navios voltavam vazios Belém.

Em 1.771, foi nomeado capitão-general LUIS ALBUQUERQUE DE MELO PEREIRA E CÁCERES, que tem por objetivo intensificar a ocupação e defesa da fronteira.

Em 1.776, há uma nova disputa entre Portugal e Espanha, resultando em um novo tratado (Santo Ildefonso). Portugal mais uma vez sai vencedor, confirmando que as terras a oeste e a bacia amazônica pertenciam a ele. Luis Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres começa fundar cidades em posições estratégicas, sendo chamado por isso de o “Consolidador das Fronteiras”. Ele fundou as seguintes cidades: Vila Maria de Cáceres (na praça principal hoje existe o Marco de Jauru, que representava a divisão entre Portugal e Espanha); fundou São Pedro D’el Rey, Cocais (Nossa Senhora do Livramento), Casalvasco (ao sul de Vila Bela), e Albuquerque (Corumbá).

05. A ESCRAVIDÃO – OS QUILOMBOS

O escravo negro era utilizado na agricultura, na pecuária, em atividades domésticas e públicas (coleta de lixo e limpeza de rios).

Os negros sofriam maus tratos, eram sobrecarregados com atividades cansativas e reagiam a estas condições de várias formas: fugiam, mulheres abortavam, suicidavam-se, matavam brancos etc. Muitos deles, após fugirem, construíam no meio do mato, um quilombo (comunidade formada por negros fugidos).

Os maiores quilombos em Mato Grosso se localizavam no Vale do Guaporé, sendo um dos mais famosos o Quilombo do Piolho ou Quariterê, que era composto por negros, índios, crioulos e caburés. Interessante notar que eles adotavam como forma de Governo a Monarquia, que foi exercida primeiramente por José Piolho e após a sua morte pela sua mulher, a Rainha Tereza de Benguela.

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