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A História da Africa Negra

Por:   •  9/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  198 Visualizações

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FICHAMENTO: KI-ZERBO, Joseph. II. Os primeiros contatos com os europeus e o tráfico de escravos do século XV ao século XIX. In. História da África negra – I (p. 261 – 289).

A) PRIMEIROS CONTATOS

Os europeus encaravam uma imensa demanda de ouro. A única riqueza aceita como valiosa era o outro e eles viviam o metalismo mercantilista, que dizia que se devia acumular o máximo de ouro, gastando o menos possível. No entanto, o caminho que as especiarias das Índias faziam para chegar a Europa aumentava seu preço exponencialmente.

Essa necessidade de manter comércio com as Índias, a sede por ouro e o grande avanço tecnológico levaram os europeus ao mar, em busca da maior jornada já feita: o contorno do continente africano. No caminho, várias cidades foram fundadas, principalmente pela costa do continente, e os primeiros contatos entre os reinos africanos e europeus começaram a acontecer.

B) O TRÁFICO DE ESCAVOS

1. Origens e evolução

O comércio em grande escala de negros não aconteceu espontaneamente. Possuir escravos era sinal de status monetário tanto na Europa, como na África e Ásia. A próprias palavra escravo nasce de Eslavo, povo da Europa central vendidos durante a Idade Média.

Na África, os escravos se dividiam em domésticos e de guerra, que ganhavam o status de escravos domésticos mais tarde na maioria das vezes.

(...)nas regiões de África em que a evolução económica estava avançada, (...)a escravatura tomava um carácter de acentuada exploração. (p. 265)

Mesmo assim, a escravidão africana e a resultante do comércio em grande escala eram bastante diferentes. O escravo africano em seu próprio continente vivia com sua família, poderia se tornar um chefe na ausência de seu senhor dependendo da consideração que esse tinha por tal escravo, e era visto como um integrante da família. Além dessas diferenças, haviam tribos onde a escravidão era desconhecida. Portanto, é errado se pensar que os europeus estavam apenas continuando com costumes africanos.

Se estivessem realmente continuando com os costumes africanos, já estariam modificando-o para algo completamente diferente. Os comerciantes começam a arrancar negros a força e leva-los a Europa, onde eram vendidos. Rapidamente na Europa se torna “moda” ter um escravo negro, ou marfim, ou tapeçarias, para se provar que tinham um apreço pelo exótico.

A América se torna domínio espanhol e o missionário espanhol Las Casas se compadece do sofrimento dos povos nativos latino-americanos. Ele faz algumas propostas para melhorar a situação desses povos, como: aumentar o número de colonos espanhóis, substituir o trabalho dos nativos pelo dos africanos, pretos da carne mais resistente, que aguentariam o trabalho sem morrer. Junto com isso, poderiam começar a catequizá-los, acabando com dois problemas de uma vez.

O Tratado de Tordesilhas, por fim, entrega a África a Portugal, começando com o grande comércio de negros .

2. Métodos e meios de ação

Primeiramente, se era oferecido um acordo entre os reinos africano e europeu. Caso o acordo não acontecesse, se utilizava a força. De um jeito ou de outro a vontade branca prevalecia.

As companhias eram quem faziam o comércio. Eram contratadas por nobres e pelas coroas europeias e eram elas que se lançavam ao mar e corriam os maiores riscos deste comércio.

Havia o monopólio, vendido pela Espanha a um indivíduo ou país, que era o direito de transportar um número dado de negros às colônias nas Américas. Por exemplo, a Companhia Portuguesa da Guiné assumiu o compromisso, por contrato, de fornecer “dez mil toneladas de negros”.

As caravelas eram altamente tecnológicas para a época e continham “ferros, fixações, correntes, cobertas”, tudo para carregar a maior quantidade de carga humana possível em seus porões.

Os pontos de contato entre os povos eram simples, muito diferentes dos luxuosos portos europeus. Facilitava a rotação da frota, mas, por outro lado, atraia muitos interessados em se aproveitar do interesse europeu pelos escravos. Príncipes locais pediam propinas, os negreiros se afeiçoavam de intermediários, permitindo que esses ganhassem parte do ouro também. Para todos os lados haviam pessoas interessadas a levar uma parte do dinheiro europeu.

Por essas razões, muitos comerciantes decidiam tentar a sorte no tráfico improvisado. Com frequência, os comerciantes perdiam frotas, roupas e até a vida nessas tentativas, pois o interior da África era cheio de tribos perigosas e canibais. Por esses motivos, o tráfico que prevalecia era o feito através das feitorias que cercavam a costa africana.

3. O ouro negro

O ferro e a aguardente representam a parte mais importante para o comércio da África. Uma vez que haja ferro e aguardente, tem-se a certeza de conseguir por toda a parte ouro, cativos e defesas de elefante. Em qualquer operação é absolutamente preciso ter quinquilharias de toda a espécie. É a mercadoria mais em conta para as negociações e aquela em que se tem mais lucro. Sem quinquilharias, a colónia não poderia subsistir. Os pretos e as pretas, os mulatos e as mulatas, trazem cintos prodigiosos de três ou quatro fiadas de missangas. No lenços com fundo vermelho obtém-se um lucro considerável, tanto na compra de cativos como nas trocas que se fazem por ouro do país. (p. 272)

Para garantir o lucro, os comerciantes vendiam as quinquilharias, mas de baixa qualidade, tanto o álcool quanto as roupas e outros tipos de quinquilharias. A qualidade dos produtos passava-se despercebida e haviam escravos sendo comprados unicamente com álcool.

Em troca destes produtos, os africanos davam aos europeus “peles, goma, marfim, ouro” e pessoas. Cada setor de venda tinha a reputação de fornecer escravos com traços de personalidade ou qualidades específicas.

Foram estabelecidas equivalências para o tipo de escravo comprado e seu preço. Os mais valorizados eram os homens entre seus quinze e vinte e cinco anos com todos os membros, dentes e saudáveis. Logo após, unidades foram estabelecidas também.

Os escravos reunidos para serem transportados aguardavam as caravelas em barracões. Nos barracões, cenas de pura brutalidade e barbárie aconteciam. Mães eram separadas de filhos, que, por sua vez, eram mortos ou jogados ao mar, e não podiam nem lamentar, pois a fala era punida com a morte. Escravos que eram colocados em tais barracões se revoltavam, resultando em violentas represálias para servir de exemplo para os outros.

Os

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