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A Revolução Mexicana

Por:   •  15/7/2021  •  Resenha  •  1.442 Palavras (6 Páginas)  •  130 Visualizações

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RESENHA

A revolução mexicana

Aline Isadora Alves da Silva

ALIMONDA, H. A Revolução Mexicana. São Paulo: Moderna, 1986.

Neste livro Héctor Alimonda aborda o tema das revoluções sociais camponesas e os acontecimentos e personagens que marcaram a América Latina no início do século

XX. Precisamente ente os anos de 1910 e 1920 no recorte cronológico sugerido pelo próprio autor na parte final do livro.

A leitura, que é iniciada com um mapa na primeira página contendo o território mexicano e suas divisões de poderios militares entre as tropas de Villa e Zapata e o exército constitucionalista de Carranza e Obregón em 1914, é conduzida gradualmente de forma objetiva e sucinta. Não deixando de expressar suas opiniões pessoais, o autor consegue apresentar rapidamente o contexto turbulento que o México sofreu no período citado. Como tínhamos elucidado, o livro é composto de maneira objetiva e sucinta, estruturado em uma introdução, cinco pequenos capítulos, a conclusão, uma guisa de epílogo, a cronologia e sugestões de leitura. A obra reúne informações suficientes para o início de pesquisa a qualquer interessado no tema. A pequena introdução é bem interessante e desperta interesse imediato por fazer referência à tragédia da guerra de Canudos, além de pincelar os aspectos míticos e os conflitos sanguinários que marcaram este território ao longo do tempo entre os diferentes povos que ali habitaram.

Os capítulos são: 1. A fazenda modelo de Don Porfírio; 2. O tigre desperto; 3. A planície em chamas; 4. A revolução dilacerada; 5. A construção da ordem. O desenvolvimento da leitura apresenta os contextos políticos, econômicos, sociais e militares que marcaram a trajetória revolucionária do México, seus diferentes momentos, as sucessões de golpes, a multiplicidade de lideranças e táticas militares.

No capítulo 1 é feito uma contextualização do período entre a independência em 1822 e o porfiriato a partir de 1876, perpassando o clima de golpes e contra golpes, a exacerbada oposição entre conservadores e liberais, a expansão do oeste executada pelos EUA acarretando a perca dos territórios mexicanos. Este fato favorece o fortalecimento dos ideais liberais e a eleição de um índio, Benito Juarez presidente, que, dá início as bases da reforma. Com a insatisfação em assistir o levante popular e a

reforma agrária que então surgia, a França com interesse em dominar o território, inicia uma guerra civil com a proclamação do arqueduque Maximiliano de Habsburgo como imperador e envia 30.000 homens para campo de batalha. Grande desafio, mas foi neste ínterim que a população mexicana se agrupou, venceu a guerra e expulsou os franceses. A partir de então, se orienta na profunda reestruturação das bases agrárias do país, opondo-se aos latifúndios, ao poder clerical e as heranças coloniais. Ao optar por direcionamentos liberais, o povo do México seguia um curso de coesão e resistência para deixar comprovada na história sua peculiaridade nos processos revolucionários latinos americanos, processo, segundo comentou o autor, aconteceu com total desconexão ao marxismo. Mas com a morte de Juarez em 1872, reaparece o clima de instabilidade e surge o líder militar Porfírio Diaz, este personagem implanta um golpe e um regime ditatorial, o “porfiriato”, que durou cerca de quatro décadas. A legislação liberal foi mantida e incorpora-se o lema positivista “ordem e progresso”. O progresso resultado das alianças internacionais, predominantemente norte americanas, a ordem, por meio da repressão armada contra grupos indígenas e opositores. São executadas durante este regime as expropriações dos territórios indígenas e da igreja e entregues  nas mãos de outros latifundiários, formado basicamente por novos colonos do capital estrangeiro. Seguem conflitos entre os fazendeiros e os indígenas e camponeses sem terra, condicionados à mão de obra barata. Neste momento de desigualdade, em que 810 fazendeiros eram donos de mais de 80% do território entre mais de 3 milhões de camponeses e indígenas, é salientado pelo autor o personagem principal, a massa camponesa.

Dentre os personagens apresentados temos destaque para, Porfírio Díaz, Emiliano Zapata, Madero, Pancho Villa, Obregon e Carranza, personagens que são apresentados cuidadosamente, com “parênteses” para contar suas biografias, e retorno para a narração inicial, como acontece para ilustrar a divisão entre norte e sul do território mexicano, o caso particular do estado de Morelos e a liderança de Zapatista à frente do Exercito Libertador do Sul.

O capítulo primeiro é dedicado ao período “porfirista”. Do segundo ao quarto capítulo o autor ocupa-se em narrar os episódios, contextos e acontecimentos da revolução própria mente dita, perpassando o período da insurreição liderada por Francisco Madero em 1910, até 1920, com a transformação do Exército Libertador do Sul em Divisão do Sul do Exército Nacional, símbolo do fim da epopéia zapatista. E no

quinto capítulo ele se detém na “Constituição da ordem”, período caracterizado pelo acordo entre lideres zapatistas e as forças federais.

Focando nos acontecimentos históricos abarcados pelos capítulos dois, três e quatro o autor se detém em apresentar esquematicamente as estratégias táticas dos líderes interessados na condução da nação mexicana e seus recorrentes “planos” de governos, assim como, pontuar aspectos da biografia de alguns desses líderes e tecer comentários pessoais sobre o contexto político do momento. Bem, nesta trajetória revolucionária surgiu a intervenção dos Estados Unidos, país com ambição suficiente para interferir no cenário político de acordo com seus interesses. A criação do Plan de Ayala, que representava os interesses zapatistas, é crucial neste momento de conflitos internacionais e internos. O agrupamento da consciência campesina em restituir suas terras se prolifera em torno da figura de Emiliano Zapata, que lidera dezenas de milhares de homens e controla o poder no estado de Morelos. Em contrapartida, a intranquilidade militar permanece no governo Madero, o exercito zapatista é constantemente atacado por generais como Robles e o próprio Huerta, que fuzilará Madero em um futuro próximo.

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