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A alta idade media ocidental

Por:   •  20/9/2016  •  Resenha  •  2.250 Palavras (9 Páginas)  •  480 Visualizações

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RESUMO SÍNTESE:

Este trabalho tem como finalidade retratar o resumo síntese do seguinte livro:

BANNIARD, Michel. A Alta Idade Média Ocidental. Lisboa: Publicações Europa-América, s/d.

Toda civilização sofre modificações ou simplesmente desaparece. A história existe para indagarmos os resquícios deixados por estas sociedades. As periodizações Antiguidade e Idade Média simplesmente não foram deixadas de ser uma e fundada outra de um dia para o outro. O longo período desde o fim da Antiguidade e início da Idade Média é reconhecido pela Alta Idade Média. Localizações como Itália, Gália e Espanha serão aqui tratadas de um império a outro.

Durante a invasão dos povos bárbaros aos territórios do Império Romano pode-se notar que houve aceitação pelas camadas abastadas do império, é o que demonstra a tese de Salviano, padre de Marselha (450). Conflitos entre as terras, fuga dos encargos romanos, imposição das partilha de terras sem importância para a população romana pobre são dados que comprovam esta tese. Por outro lado, na camada dos poderosos houve o interesse próprio em salvar suas propriedades com seus exércitos. Fica evidente que aconteceu uma degradação na força militar do Império Romano. A autoridade do Imperador vai-se esvaindo, até ser expulso e substituído por um Imperador bárbaro.

O movimento dos povos, ditos bárbaros, são significativos. Somente na Espanha há uma grande movimentação entre invasores e expulsos de povos como Visigodos, Vândalos e Suevos. Expulsos da Espanha os Visigodos partem para a África em 429. É a primeira invasão sofrida por este território e primeiro sinal de que o império está perdendo a África romana. Na Gália o movimento é fragmentado chegando assemelhar-se a um mosaico. A Itália aparenta-se de forma homogênea, o poder dos exércitos dificulta a movimentação neste território. Toda esta movimentação não tem apenas características políticas, mas também religiosas. A África é marcada por intensa resistência impositiva da Igreja Católica contra o arianismo pregado pelos Vândalos. Ao longo dos anos este território é intensamente assinalado por confrontos religiosos de diferentes etnias. É somente em 702 que definitivamente a África deixa de ser romana. A cultura árabe supera a cultura latina.

A Espanha é pioneira da civilização “europeia”. A centralização de poder, um sentimento nacionalista questionável, a união dos poderes Igreja e Estado tornam a Espanha um Estado homogêneo. Com a invasão mulçumana isso muda. Essas formas novas de Estado promulgaram a invasão destes povos. Porém este povo invadiu a Espanha geograficamente incompleta o que deu chance dos “espanhóis” tomarem novamente a sua terra.

A Itália foi um território a partir do ano de 568 que sempre oscilava. Assistiu aos poderes ariano e cristão, e fora ora ocidental ora oriental. Testemunhou também a muitas passagens de povos de diferentes etnias. E seu território ora se tornava intacto, ora fragmentava-se. Dentre os anos 568 a 812 a Itália sofre nas mãos de alguns reis e imperadores, divide-se em vários pequenos impérios, a economia sofre, é invadida por vários povos e a religião cristã disputa o palco religioso com outras crenças. Somente no século VIII é que a Itália consegue formar-se um estado pontifício, mesmo confundindo-se com a história da Gália e divida entre duas nações.

A Gália sofreu impacto dos povos bárbaros de modo diferente da Itália e Espanha. Os povos de fora nada trouxeram de mudança, esta ocorreu dentro da própria Gália. A nação em todo o momento de transição fulgura entre uma estrutura nova feudal e a clássica.  Característica pacífica durante o império carolíngio na Gália. Toda essa movimentação dos povos, as mudanças e a constante fuga do centro urbano marcam a transição dos tempos, e denota o início da era feudal.

A análise histórica das mudanças econômicas ocorridas entre a Antiguidade e a Alta Idade Média é de difícil levantamento. Nas legislações presentes descrevendo a economia há um modo coercitivo da produção, cuja ganha um caráter essencialmente burocrático. Um forte fluxo migratório de homens e de bens demonstra que o Império Romano manteve todas as vias de comunicação abertas e a circulação de moedas. Ao longo dos séculos, representativamente no século VIII a produção vai deixando de ser coercitiva percorrendo por uma via natural. O arrebatamento das florestas espelhando uma futura agricultura e indícios de um aumento demográfico a partir do ano de 750 marca uma possível melhora na situação econômica. As propriedades privadas dão-se de maneira diferente dos tempos de Império e ao que se segue após as invasões. Durante o Império as propriedades aumentavam sem que haja o encorajamento por parte da distribuição e patronato delas. Pequenos lotes de terras (mansi) eram distribuídos para camponeses afim de estes produzirem monumentos aos proprietários. Estas terras eram muito pequenas comparadas a uillae, grandes patrimônios reservados a laicos, instituições religiosas e soberanos. Os merovíngios caracterizam-se por enfraquecimento de uillae, que por outro lado os carolíngios constituem um enorme patrimônio. A mão-de-obra para estas terras tornam-se insuficientes a partir do século VIII.

O artesanato sofre especialização durante a transição. As famílias não produzem seus mantimentos, mas abastecem-se em oficinas, isto leva a uma especialização na produção artesanal e que por sua vez gera um comércio feito de trocas por transportes. Estes últimos, tanto terrestres quanto marítimos mantém a mesma característica do Baixo Império durante os séculos V a VIII. Mudança da natureza dos produtos, as rotas seguidas e os agentes entre VIII e IX devido a invasão mulçumana. Apesar desta, não houve um regresso na economia, apenas um desloque nos centros comerciais da Gália e Espanha.

As leis orais prevaleceram na Alta Idade Média ao contrário do Império Romano no qual regiam as leis escritas. Os germânicos possuíam a tradição de transmitir seus costumes oralmente. Durante a transição da Antiguidade Tardia para a Alta Idade Média havia conflitos entre as leis, para apaziguar, os germânicos instalaram editados diferentes para cada nação: a leia bárbara e a lei germânica. É evidente que Roma teve grande influencia na legislação germânica. Entretanto este duplo sistema legislativo acarretou em diversos problemas. A sua prática foi tornando-se esquiva e a sociedade passou a praticar as leis por via de costumes. Na Gália esse ocorrido foi mais significativo, o que deu maior espaço para que o sistema feudal fincasse mais as suas raízes. No século VIII alguns documentos tratam de princípios vestígios do que seria o tratamento vassalo. Durante o Baixo Império existia um sistema de patronato (patrocinium), que possuía características de um feudalismo primitivo.         Mas este estava longe de ter caráter do sistema ocorrido na Idade Média. O que predominava neste sistema eram as relações pessoais que os indivíduos começaram a ter com o enfraquecimento do Estado. É no âmbito econômico que os carolíngios formam discretamente o sistema feudal. Ainda neste século na Gália a sistematização deu-se por caráter centralizador, ou seja, cada vez mais se afasta do Estado. Devido a isto no século IX há a passagem para um sistema feudal. O surgimento de tipos feudais deve ser analisado de maneira particularmente geográfico. Não ocorreu o processo de transformação nos demais lugares como ocorreu na Gália. Na formação da Catalunha foi dado de maneira lentamente. Foram dois séculos depois da Gália para que o sistema tomasse caráter feudal. Na Espanha o desenvolvimento de uma sociedade pré-feudal dá se um século anterior ao da Gália merovíngia. Narbonense por possuir território pequeno não se vê inserida no sistema pré-feudal. Na Aquitânia há o agarramento a romanização. Eles eram opostos à barbárie. As condições administrativas favoráveis a um sistema feudo-vassálico na Itália Central ocorreu por uma grande aceitação. Diversos estudos particulares chegam a conclusão de que “não existe um modelo feudal.” (P. Toubert).

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