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A história da mulher negra

Por:   •  28/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  644 Palavras (3 Páginas)  •  1.069 Visualizações

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências e Letras

Prof.ª
Dora Isabel Paiva da Costa

Kamila Sousa Siqueira – 131127462

PCC da disciplina História do Brasil





   O cinema, assim como outras expressões artísticas, tem como base principal as relações humanas e os conflitos gerados por elas. Relacionarei esta expressão cultural usando como base o filme “Histórias Cruzadas” de 2012, e o texto “Protagonismo ignorado”, capítulo escrito pela autora Bebel Nepomuceno e pertencente ao livro Nova História das Mulheres (BOOK, 2012).
  O texto relata como funciona a vida da mulher negra no período pós-abolição, onde esta foi imediatamente excluída da sociedade, expulsa de onde morava, por ser a área central da cidade, e por isso, reservada à sociedade branca, que almejava se europeizar. Para que isso acontecesse marginalizou o negro , pretendendo escondê-lo em cortiços nas áreas periféricas das cidades e também excluindo-o  do mercado de trabalho, importando imigrantes europeus para substituí-los.
  Por conta deste fluxo de imigrantes, a população negra encontrou poucas alternativas que escapassem das atividades de pouca remuneração. E quando havia alguma ocupação em oferta, mesmo que fosse a mais subalterna, o preconceito racial fazia-se presente, como era o caso das patroas que anunciavam a vaga para empregada doméstica e tinha como exigência principal a cor clara na pele de quem fosse responder ao anúncio. Expectativa esta que na maioria dos casos não era alcançada, pois as estrangeiras não aceitavam se sujeitar às condições das famílias contratantes, que quase sempre eram imensas jornadas de trabalho, ausência de direitos, pouca remuneração, humilhações e abusos sexuais. Assim, mesmo com preconceitos, a presença de mulheres negras no serviço doméstico continuou predominante.
 Este é o assunto tratado no filme “Histórias Cruzadas”, que foi inspirado no livro homônimo, escrito por Kathryn Stockett. No filme relata-se a histórias das famílias do Mississipi, na década de 1960, época de extremo racismo e luta pelos direitos civis.
  Nesta época apenas as famílias compostas por marido, esposa, filhos e empregada negra eram consideradas perfeitas e aceitas pela sociedade. Estas empregadas eram contratadas para fazer tudo dentro de casa, criar os filhos dos patrões, manter a casa limpa e em ordem, cozinhar e fazer tudo que os brancos mandassem. Porém fora do contexto patroa/empregada, esta última tornava-se invisível e sem utilidade aos olhos das madames.
  Várias condições injustas e chocantes eram impostas aos negros da época, como por exemplo, a empregada não poder usar o mesmo banheiro que os patrões, pois estes acreditavam que isso transmitiria doenças carregadas pelos negros e assim construíam toscas casinhas de madeira do lado de fora da casa principal para que fossem usadas pelas empregadas. Ainda outros absurdos eram impostos pela legislação, estimulando assim a segregação racial. Entre eles, a não obrigação de se prestar socorro a um negro ferido, árduas jornadas de trabalho, ou a escravidão psicológica que sofriam com o risco de serem descartados de seus empregos do dia para a noite.
  No filme, uma jovem que almeja ser escritora volta para sua cidade natal e depara-se com este cenário de racismo e extremo preconceito, presente em todas as suas amigas de infância e até mesmo em sua mãe em relação às empregadas domésticas. A jovem decide escrever um livro contando tudo que acontece na relação patroa/empregada, do ponto de vista desta última, divulgando assim todas as injustiças e crueldades que cada uma delas passava.
  Por mais que o filme se passe na década de 60 e o texto aborde a realidade da mulher negra no período pós-abolição, o racismo ainda está presente no mundo todo. Existem leis que combatem o preconceito, porém estas leis nunca serão plenamente cumpridas se o respeito e o desejo de cumpri-las não vier de dentro do próprio indivíduo. Que este entenda que todos os seres humanos são iguais, independente da cor da sua pele.

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