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A trajetória da escravidão negra no brasil

Por:   •  10/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.295 Palavras (14 Páginas)  •  824 Visualizações

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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PONCHE VERDE

ANELIZE DA ROSA SEIBEL

BRUNA THAIS FLECK

SHEILI CHAVES GOSSLER

A TRAJETÓRIA DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL

DISCIPLINA DE HISTÓRIA

PROFESSOR (A) CORDENADOR (A): LIZIANE SCHEERNER

CRISSIUMAL, 2014

A partir do começo do século XVII houve a descoberta de uma atividade lucrativa no Brasil Colônia, denominada tráfico de escravos. Essa foi a solução encontrada pelos senhores de engenho na busca de formas alternativas de trabalho.

Diante disso, a mão de obra africana acabou constituindo a base das principais atividades econômicas desenvolvidas em todo o período colonial. Porém, seu emprego não se restringia apenas aos engenhos e às minas, como veremos no decorrer desse trabalho, a escravidão teve início nas colônias, continuidade no Império e predomina até os dias de hoje, mesmo de um modo considerado menos significativo.

A escravidão é uma prática bastante antiga e diversificada em suas formas e nos povos que a adotaram. Os responsáveis pelo tráfico negreiro trouxeram para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos durante mais de três séculos de escravidão. Portanto, frente a isso, levantam-se vários questionamentos, tais como:

  • Quais os fatores que motivaram o surgimento e a expansão da escravidão?
  • A que condições de vida os escravos eram submetidos?
  • Como se desenvolveu o tráfico negreiro?
  • Como era o processo desde a captura dos negros, sua exportação e sua negociação?
  • Quais eram as distinções dos escravos?
  • Quais foram as formas encontradas pelos escravos para resistência e a luta?
  • Qual a influência negra na cultura do Brasil?

A mão de obra nos engenhos

A implantação de uma atividade lucrativa na colônia do Brasil se fez necessária devido a vários motivos, diante disso, sabe-se que os colonos que vieram com Martim Afonso de Souza plantaram as primeiras mudas de cana de açúcar e instalaram o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533. A parir de então, os engenhos multiplicaram-se pela costa brasileira. A maior concentração deles ocorreu no Nordeste, principalmente nas regiões dos atuais estados de Pernambuco e da Bahia.  

A produção açucareira acabou superando em importância a atividade extrativa do pau-brasil, embora a exploração intensa dessa madeira tenha continuado até o início do século XVII. Diante do sucesso dessa atividade a economia açucareira necessitou, como qualquer atividade econômica, de recursos humanos, isto é, de mão de obra para executar as tarefas nos engenhos. No princípio o colonizador utilizou-se do trabalho dos indígenas escravizados, uma solução relativamente barata e em quantidade suficiente para atender a demanda de mão de obra na colônia. Porém, a partir do século XVII procurava-se formas alternativas de trabalho. Optou-se então, pela escravidão africana, originando um lucrativo tráfico de escravos entre as costas da África, a Bahia, Pernambuco e o Rio de Janeiro.

Os escravos  representam “ as mãos e os pés do senhor de engenho” segundo a conhecida frase do padre jesuíta Antonil.

Com base na citação do Padre Antonil, conclui-se que a mão de obra africana acabou constituindo a base das principais atividades econômicas desenvolvidas em todo o período colonial, nesse caso a produção açucareira, na qual era o responsável desde a colheita até a fase final da produção de açúcar.

Os africanos também foram destinados a outros cultivos agrícolas, bem como a criação de animais, ao transporte, ao comércio e ao serviço doméstico.

O ciclo do ouro

Ao final do domínio espanhol, Portugal estava mergulhado em grave crise econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido, sobretudo, ao aumento da oferta do produto no mercado. O governo português buscava novas fontes de riqueza. Nessa busca, revigorou o antigo sonho de encontrar ouro no Brasil. Mas foi somente no final do século XVII que os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro em Minas Gerais. O historiador Warren Dean descreveu como era o trabalho de exploração do ouro :

“ As turmas de escravos trabalhavam com água pelos joelhos nos leitos dos riachos e recolhiam cascalho e água em bacias chatas e cônicas de madeira, que eram agitadas e novamente cheias ate restar apenas os flocos de ouro mais pesados. Foram africanos da Costa do Ouro  que ensinaram seus proprietários a batear e se mostraram peritos em localizar minas. Esses trabalhadores alcançavam preços mais elevados porque, acreditava-se, que eram especialmente afortunados ou praticantes de bruxaria para encontrar ouro.”

Este trecho relata algumas das condições precárias a que os escravos eram submetidos, mostra ainda, o preconceito em relação a sua cultura ao afirmar que são praticantes de bruxaria.

O café e a escravidão

Os fazendeiros de café queriam repetir o sucesso econômico dos senhores de engenho e para isso se lembraram da “importância” dos escravos para o incremento de seus negócios, levando assim a retomada do trafico negreiro no inicio do século XIX.

A Inglaterra adotara o conceito de “Balança Comercial Favorável”, ou seja, o principio de que uma nação deveria gerar mais recursos com as exportações dos produtos que fabrica do que gasta com a importação. Assim, comprar um escravo ficou cada vez mais caro e difícil, desse modo os cafeicultores brasileiros recorreram ao contrabando, com desembarques de escravos em pequenos postos da costa do Sudeste. Em 1850, a lei Eusébio de Queiros extinguiu o trafico no Brasil, sendo fortalecido, assim, o comercio interprovincial. As regiões mais pobres vendiam seus escravos para as prosperas áreas cafeeiras e outras que prosperavam com muita força, sobretudo no Sudeste. Uma das formas encontradas pelos comerciantes de escravos para fugir dos altos impostos, era trazê-los a pé  do Nordeste até as regiões cafeeiras do interior paulista. Muitos escravos morriam pelo caminho e o resultado disso era o aumento do seu custo. Assim além do preço mais alto e da baixa expectativa de vida, a elevada mortalidade infantil e as constantes fugas, fizeram com que os “ barões do café” preferissem cada vez mais a utilização de mãos livres brancas.

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