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As Fortalezas de Satanás

Por:   •  19/10/2018  •  Resenha  •  601 Palavras (3 Páginas)  •  707 Visualizações

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“AS FORTALEZAS DE SATANÁS” IN: “FORMAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA INGLESA” DE EDWARD P. THOMPSON

Edward Palmer Thompson foi um dos historiadores marxistas ingleses mais reconhecidos do século XX. Ativista e autor de vários livros famosos e relevantes até os dias atuais (não apenas na área de história, mas nas ciências socias de forma geral) como “Costumes em comum” (1991), “Senhores e caçadores” (1975) e “A formação da classe operária inglesa” (1963), de onde foi retirado o capítulo desta resenha chamado “As fortalezas de Satanás” presente no volume um da obra “A árvore da liberdade”.

Neste capítulo ao qual nos referimos anteriormente, além do conteúdo histórico que o autor nos traz, tratando sobre ações dos moradores das chamadas “fortalezas de Satanás” (lugares como tabernas e prostíbulos, no geral, locais onde as pessoas viviam sua ociosidade), Thompson traz algumas reflexões, tanto sobre a questão da análise das fontes, como também sobre a forma de ver esses sujeitos aos quais ele se refere, por isso é importante dedicarmos este início para refletir um pouco sobre.

Thompson critica como alguns historiadores fizeram uso cego das fontes, tomando-as como verdade dos fatos em si só, esquecendo que os fatos muitas vezes são dispostos de forma espetacular ou mesmo seguindo propósitos pejorativos, devido ao fato de que essas minorias as quais ele se referem não terem deixado muitos registros do seus pensamentos, sendo então mais fácil ter acesso a arquivos criminais, logo, documentos produzidos por outra classe e levando em conta de que eram pessoas vistas como problemas por serem ociosas e cheias de vícios (enquanto tudo aquilo que fosse avesso ao ideal de trabalho, como beber, jogar, etc).

Essa observação ele direciona a uma divisão criada em que o “povo pobre” estava dicotomicamente dividido, de forma equivocada, entre os pecadores penitentes, arrependidos dos seus pecados e agora seguidores dos preceitos religiosos e os assassinos, ladrões, vagabundos e bêbados, os habitantes das “fortalezas”, estando atrelado a esses segundos toda a carga pejorativa citada no parágrafo anterior.

Ao longo deste capítulo, Thompson irá se dedicar a tratar de algumas ações, antecedentes do movimento operário, das pessoas pobres que eram provocadas devido suas péssimas condições cada vez mais agudas em decorrência da Revolução Industrial, nesses casos eles acabavam voltando-se contra aqueles que impunham essa situação a eles. Refiro-me aos “motins” e “turbas”, mais enfaticamente essa segunda, entre o período de meados do século XVII e primeiras décadas do século XIX. Thompson afirma que é necessário olhar para essas evidências não com olhar moralizador, mas sim com um olhar crítico e atento.

Thompson elencar as turbas e os motins como maneiras pelas quais as tradições populares “sub-políticas” vieram a afetar o movimento operário que estava no seu período inicial. Além disso, enfatiza também as noções de direito de nascimento do “inglês”, destacando a distinção, nesse contexto da metade do século XVIII aparecendo de forma jamais vista, entre o código legal e o código popular, o direito consuetudinário. Em vários “motins”, por exemplo, alcançava-se como resultado a venda dos produtos (cujo o aumento dos preços havia provocado a ação)

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