TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

BRUXAS: FIGURAS DE PODER

Artigos Científicos: BRUXAS: FIGURAS DE PODER. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/11/2014  •  1.767 Palavras (8 Páginas)  •  261 Visualizações

Página 1 de 8

BRUXAS: FIGURAS DE PODER

INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objetivo analisar a visão do ensaio da autora Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan, onde em seu resumo fica bem claro sobre as práticas e saberes à margem da Igreja e de outras instituições dominantes na Idade Moderna. Trazendo como referências dois historiadores que terão análises diferentes nesse processo de construção histórica, tendo no século XIX com Jules Michelet que construiu a imagem romântica e martirizada da bruxa e com o Malleus Maleficarum que descreve os poderes da bruxa em uma aliança com o demônio. Segundo a autora, existe uma fêmea inebriante ou uma velha decrépita que foi retratada no mundo ocidental e reformulada no quais muitos entenderam por feminino, tendo esta imagem por diversos discursos apresentados enaltecendo com romantismo de Michelet e outro eclesiástico, expresso nos enunciados seculares da cristandade contra arcaicas práticas pagãs e nos pontos essências de Malleus Maleficarum mostrando como a mulher pelo simples prolongamento do corpo seria apresentando para os povos como a bruxa cheio de feitiços e magias apagando sua imagem verdadeira.

BRUXAS: FIGURAS DE PODER

Quando a autora fala sobre a inocência, medo e dor, não significa dizer com quem esta com a verdade dentre vários assuntos referentes a este, mais na forma em que esses povos viveram e suas sucessivas faces, encontramos esta informação já no final do primeiro paragrafo quando ela diz que ambos os discursos permitem vislumbrar as paisagens paradoxais sobre as quais a imagem da mulher independente, dona de seu corpo e de seu destino, se cria. Este é um ponto fundamental pra percebemos em que nível a Mulher era vista sobre um toque da autora com a corrente de “Malleus Maleficarum uma ampla gama de traçados históricos sobre as mulheres e as várias etapas de suas vidas: infância, menarca, juventude, defloramento, gravidez, parto, maternidade, menopausa, envelhecimento e morte esgotamento que ocorreu por vários motivos, cunhada dentro do cristianismo, a figura da bruxa traduzidas em mulheres, devoradoras, perversas, matadoras de recém-nascidos, feiticeiras, que não poderiam ter ações humanas, pois se estivesse alguma coisa do bem era vista como coisa de Deus e não de suas próprias atitudes.”.

No seu ensaio relatado fica claro que o século XIV com a crise do feudalismo foi um grande marco para o poderio religioso teocentrista, saindo dessa era medieval e introduzindo uma nova concepção moderna com as consequências que se tornavam presentes nesta época algumas pragas como peste negra, fome, guerras, pois são grande as dificuldades em compreender a doença acreditava-se que seria a fúria divina que punia os pecadores.

A grande crise financeira, que acompanhou a extinção do feudalismo e o desenvolvimento dos centros urbanos, produziu histórias sobre bruxas que comiam restos mortais e se alimentam de carne podre e também como foi analisado por Pierre Töpffer assinala que miséria deve ter agregado muitos excessos rapidamente identificados com práticas feiticeiras. Durante esse período é importante destacar que o homem da época em contato permanente com a morte, como escrito no texto no ano de 1348, que é aproximadamente o mesmo ano conhecido como profícuo da encarnação do filho de Deus, por marcar a “chegada” da peste a mais bela cidade italiana Florença”. Isso fortalecia cada vez mais o preconceito contra a mulher que nada poderia fazer e quando estas preparavam uma medicina caseira de plantas ou folhas de arvores eram acusadas de bruxaria, pois apenas o filho de Deus poderia operar milagres, nada se perguntavam como o lixo era tratado os resíduos humanos, higiene, água, isso tudo poderia ter ocasionado doenças da época e, o que foi lançado foi à ira Deus em parceria com a mulher, e que essa visão religiosa enfraqueceria ainda mais o papel da mulher que sempre inferior ao homem.

Com o desligamento da igreja católica ao protestantismo também trouxeram essas perseguições para as mulheres, castigos frequentes, fortalecimento do comercio, tudo era algo do demônio e a mulher este símbolo perfeito. Desta forma tudo era pecado o comercio ganhava cada vez mais destaque teria sido o motivo causador de tal peste! Isso fica bem claro com Malleus Maleficarum e no ensaio de Paola Basso que diz; “alguma bruxa operou algum prodígio sem a ajuda do diabo, certamente foi porque serviu como instrumento para que Deus realizasse alguma das obras necessárias para o aperfeiçoamento do ‘plano divino’. Como subordinado de Deus, o diabo servia-se da bruxa para testar a fé dos homens e também de mulheres virtuosas. Mesmo as damas de ‘boa conduta’ eram envolvidas aos cortejos infernais porque a mulher era mais ‘facilmente seduzidas pelo pecado’.”.

De acordo com autora o tema volta para uma decadência que começa com uma crise mística, fazendo parte de uma era presente na idade média, moderna e até mesmo contemporânea com varias visões de autores cuja sua interpretação nos mostra um interesse político, econômico e social usando dessa própria epidemia histórica que foi uns dos sofrimentos em que a humanidade passou e ainda passa são os livros infantis, livros “sagrados” sobre a bruxa, mas não a bruxa de ficção e sim aquela que surgiu no éden em forma de cobra e que deu a maçã para Eva como representação do pecado e, agora esta condenada por toda vida, um retrato da desigualdade, ela é absoluta submissão do homem que fez com que ela sofresse em toda historia da humanidade. Foram muitas mulheres mortas queimadas como feiticeiras demoníacas, símbolo do mal, jogada no canto para cuidarem de suas casas e filhos, símbolo da sexualidade, um verdadeiro pecado ou ela mesma o próprio pecado. Como dizia Jules Michelet (1798-1874), historiador francês quer dizer que não havia bruxas, mas as terríveis consequências da fé com as bruxas foram às mesmas que se verificariam se tivesse havido bruxa. Muitos romancistas ressuscitavam as bruxas por vários interesses, estas entravam nas mentes das pessoas e certos grupos se beneficiavam pela continuação de uma ideia ultrapassada onde até mesmo no século XVII, no avanço da ciência e da medicina o homem era castigado por desobediência a Deus, estando este contaminado pelos feitiços, magia negra e o medo. Tradições místicas e religiosas são vários fatos como este que conseguimos analisar através do ensaio da autora e até mesmo um reflexo do pensamento de Nietzsche, que mostrou muito bem os males do fanatismo religioso quando ele diz que a mulher era vista a carne vivente, que carrega em seu seio o fogo vital do desejo, apta a todas as deleitosas sensações provindas das conexões e dos acarinha mentos entre os corpos, foi rotulada por fanáticos espiritualistas como pecaminosa, impura, condenável. A critica a religião por Nietzsche é muito clara, principalmente por aquelas que foram mortas na fogueira da inquisição, Michelete escreve que elas queriam uma reabilitação do ventre e das funções digestivas para retira-las do opróbrio em que a cristandade o tinha lançado. Porém acreditar que a liberdade, igualdade, era apenas os interesses das bruxas naquela época não é bem certo, pois deveriam existiam muitos escritores e publicitários que modificaram as passagens de Jesus com o próprio paganismo católico, pois com a morte de Cristo sugiram vários seguidores, um destes eram os cristãos helenistas que tiveram bastante conflito com os judeus centros distantes da Judeia e galileia muito dessas “bruxas” fortalecidas por escritores, tiveram seu egoísmo religioso. Sabemos que autora nos mostrou um mundo cruel, malvado, sobre as mais diversas historias em que as mulheres passaram. Tendo esta saído de sua prisão só em 1936 quando passaram a ter exatamente alguns dos seus direitos declarados e, que muitos neste processo de transição aproveitaram o suficiente ao ponto de domina-las e a tornando-as escravas até a morte no mundo imaginário de contos de fadas. Isso seria o que podemos chamar de inocência e não tradição religiosa, como diz Nietzsche. Para ele tudo teria começado com Sócrates em busca da verdade. Mas como pode homem contemporâneo depender de Sócrates se ele próprio já se pergunta sobre as coisas transcendentais, metafisicas, sobre o superior. É difícil apagar as raízes medievais, renascentista, pois a culpa não está no “teocentrismo”, mas no que ela foi transformada, como visto nas cruzadas no templo de Salomão, sangue até os joelhos das pessoas, caminhos de cadáveres em uma distancia de quase três mil a cinco mil metros de distância, também nas mortes da fogueira da inquisição, nas perseguições das bruxas vistas como feiticeiras, pois esses acreditaram no Deus morto, numa religião morta, pois o vivo sempre se fez presente no novo cânon cristão e no antigo testamento. Santo Agostinho por muitas vezes deixou bem claro que o que identificaria uma igreja de outra seria aquele gerada, sustentada, nutrida e fortalecida pela palavra de Deus. Poderia até não ser esta “verdade” agostiniana, mas com a chegada de cristo o perdão foi gerado contrapondo a lei mosaica. A bruxaria nasceu também no seu ponto religioso, ao lado do cristianismo, e não no seu todo introduzindo a partir do cristianismo, esta é também uma questão que desperta o leitor neste ensaio de Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan.

CONCLUSÃO

Sendo assim podemos concluir que as mulheres como nos todo eram consideradas bruxas sem distinção do nível social na sociedade, após grande sofrimento com muitas mortes dessas mulheres que eram consideradas servas do diabo, após um tempo que foi se descobrindo que elas ajudavam na cura de doenças com as plantas que existiam na floresta.

REFERÊNCIAS:

ARAGÃO, Teixeira. Diabruras, santidades e prophecias. 1. Ed. Lisboa: Veja 1894.

BORNAY, Erika. Las hijas de Lilith. Madrid: Cátedra, 1998.

DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente: 1300–1800, uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

FOUCAULT, Michel. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

JULIEN. Philippe. “Histeria”. In: KAUFMANN, Pierre. Dicionário Enciclopédico de Psicanálise: o legado de Freud e Lacan. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 245-252.

KOLTUV, Bárbara Black. O livro de Lilith. São Paulo: Cultrix, 1997.

SPRENGER, James; KRAMER, Heinrich. Malleus Maleficarum, o martelo das feiticeiras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.

MICHELET, Jules. A feiticeira. São Paulo: Círculo do Livro, 1989.

NOVINSKY, Anita. A Inquisição. São Paulo: Brasiliense, 1993.

OSO, Fernando Jiménez Del. Brujas, las amantes del diablo. Madrid: Anaya, 1995.

PIERRARD, Pierre. História da Igreja. São Paulo: Edições Paulinas, 1982.

SALLMAN, Jean Michel. As bruxas, as noivas de Satã. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

SICUTERI, Roberto. Lilith: a Lua Negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

RUSSEL, Jeffrey Burton. A história da feitiçaria. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

TÖPFFER, Pierre. As missas negras. Póvoa de Varzim: Publicações Europa-América, 1980

...

Baixar como  txt (11.2 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »