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Burke: a continuidade contra a ruptura

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Por:   •  25/9/2013  •  Artigo  •  1.135 Palavras (5 Páginas)  •  908 Visualizações

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BURKE: A CONTINUIDADE CONTRA A RUPTURA

Maria D’Alva Gil Kinzo

Pensador e político inglês do século XVIII, Edmund Burke é considerado o fundador do conservadorismo moderno, defensor das liberdade e do constitucionalismo dos ingleses. Suas formulações teóricas são oriundas de seu ataque ferrenho aos revolucionários franceses, o que o levou a primeira posição de grande critico da Revolução Francesa de 1789.

A obra de Burke consiste em uma série de cartas, discursos parlamentares e panfletos de circunstancias. Acerca de seu pensamento, vislumbra-se as características de ser assistemático e altamente imaginativo, tornando assim uma produção sujeita a interpretações conflitantes e até mesmo a acusação de inconsistência teórica e doutrinária.

Edmund Burke nasceu em janeiro de 1729 na cidade de Dublin, na Irlanda, à época uma colônia inglesa. Burke por ter tido um vida bem confortável, teve uma excelente educação, se formou em direito e posteriormente dedicou-se primeiramente a escritos filosóficos, entre os quais destaca-se o tratado de estética A Philosophical Inquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful ("Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do Sublime e do Belo") (1757). O livro atraiu a atenção de proeminentes pensadores continentais, como Denis Diderot e Immanuel Kant.

Iniciou sua carreira política em 1761 como primeiro-secretário particular do governador da Irlanda, Willian Gerard Hamilton. Rompe com Hamilton em 1765 e é nomeado, neste mesmo ano, secretário do Primeiro-Ministro e líder do partido Whig; Rockingham. Foi depois eleito para a Câmara dos Comuns, onde tornou-se conhecido por suas posições economicamente liberais e politicamente de cunho libertário: era favorável ao atendimento das reivindicações das colônias americanas, à liberdade de comércio, era contra a perseguição dos Católicos, etc. Chegou mesmo a denunciar as injustiças cometidas pela administração inglesa na Índia. No entanto, não podia aceitar facilmente os excessos da Revolução Francesa de 1789, expondo tais críticas na obra Reflexões sobre a revolução na França, de 1790.

Burke acreditava que a revolução francesa foi um marco de ignorância e brutalidade, acusando principalmente a execução brutal de "homens bons" como Lavoisier e a opressão do chamado "Reino do Terror".

No que concerne a sua principal obra, as Reflexões sobre a Revolução em França, esta por sua vez fora lida por toda a Europa, incentivando os seus dirigentes a resistir à Revolução Francesa. Mas a sua posição custou-lhe o apoio dos seus amigos Whigs, sobretudo o de Charles James Fox.

Para Burke, a Revolução em França era um fenómeno de um tipo completamente novo, e por isso não podia ser associado à Revolução Inglesa de 1688 - que tinha provocado uma mudança dinástica e constitucional ponderada e limitada - como alguns pensadores ingleses, sobretudo Whigs, vinham defendendo. Burke entendia que a Revolução francesa baseava-se numa teoria, a teoria dos Direitos Humanos, com preposições simples, universais e dogmáticas, que fazia apelo às leis da razão, claras e indiscutíveis, que se justificavam a si próprias, e que levavam a pôr de parte tradições e costumes sociais de séculos, para remodelar a sociedade de acordo com um plano inteligível e racionalmente justificado. Ora, para Burke, este racionalismo militante estava totalmente fora de lugar na atividade política; a sociedade humana era demasiadamente complexa para ser susceptível de uma compreensão racional simplista, e muito menos de uma alteração completa, ou mesmo de uma interferência contínua.

Burke alcançava o entendimento de que a sociedade humana desenvolvia-se não tanto por intermédio da atividade racional do homem, mas sobretudo por meio de sentimentos, hábitos, emoções, convenções e tradições, sem as quais ela desaparece, coisas que o olhar racional é incapaz de vislumbrar. Um racionalismo impaciente e agressivo, virando-se para a ordem social só pode ser subversivo,

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