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UMA RUPTURA METODOLOGICA: Prioridade Dada à Experiência Pessoal Do "campo"

Trabalho Escolar: UMA RUPTURA METODOLOGICA: Prioridade Dada à Experiência Pessoal Do "campo". Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/4/2013  •  1.575 Palavras (7 Páginas)  •  1.610 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Neste estudo vamos discutir oito capítulos do livro “Aprender Antropologia” do antropólogo francês François Laplantine (1943), este que volta suas pesquisas para os campos da antropologia da doença e das religiões, além de dar sua atenção às relações da antropologia com a escrita. Estas abordagens, por ele são estudadas, em sua maioria na America latina (e com mais saliência o Brasil). Estes capítulos são: Uma ruptura metodológica: a prioridade dada à experiência pessoal do “campo”; Uma inversão temática: o estudo do infinitamente pequeno e do cotidiano; Uma exigência: o estudo da totalidade; Uma abordagem: a analise comparativa; As condições de produção social do discurso antropológico; O observador, parte integrante do objeto de estudo; Antropologia e literatura; As tensões constitutivas da prática antropológica., e tendo-os como base, buscamos aqui recuperar os principais aspectos que envolvem o processo do trabalho de pesquisa na antropologia. Para isto, abordaremos cada um destes tópicos respectivamente.

UMA RUPTURA METODOLOGICA: prioridade dada à experiência pessoal do “campo”

Este primeiro capítulo trata da abordagem antropológica de base - esta que diz respeito à “observação direta dos comportamentos sociais a partir de uma relação humana” (Laplantine) -, que surgiu para desconstruir a antropologia especulativa que até então predominava com características propriamente filosóficas, já que em sua metodologia não predominava o a vivência e a interação entre o observador e o grupo estudado –observado - (constituindo por assim dizer uma antropologia de gabinete). Essa antropologia de base então prioriza a experiência adquirida na pesquisa em campo e nessa primeira conjuntura englobava apenas os grupos sociais de maiores ostentações.

Ainda nesse contexto, compreendemos que é importante articular sobre alguns pontos que receberam destaque neste capitulo. São eles: a etnografia, a etnologia e a antropologia. Na sequência eles se caracterizam da seguinte forma:

§ A etnografia - É a coleta direta, e o mais minucioso possível, dos fenômenos que observamos, por uma impregnação duradoura e contínua e um processo que se realiza por aproximações sucessivas (...);

§ A etnologia - consiste em um primeiro nível de abstração: analisando os materiais colhidos, fazer aparecer à lógica específica da sociedade que se estuda;

§ A antropologia - consiste em um segundo nível de inteligibilidade: “construir modelos que permitam comparar as sociedades entre si...” (Laplantine, 1996:25).

UMA INVERSÃO TEMÁTICA: o estudo do infinitamente pequeno e do cotidiano

Após a ruptura metodológica que deu prioridade a experiência pessoal do campo, surgiu uma inversão na temática do estudo antropológico. Pois este que estudava temas globais, passou a voltar o olhar para os pequenos grupos do cotidiano, para as micros sociedades.

Esta inversão temática que visa o mais simples (que parece por muitas vezes irrelevante), corriqueiro, comum e muitas vezes por ser tão banal passa-se despercebido aos olhos do observador, influenciou grande parte das inovações ocorridas nas ciências humanas e com ênfase na história, que por sua vez tornou-se uma história antropológica. Essa mudança se deu porque o método de campo, e de estudo do micro desconstruiu tabus e consequentemente ofereceu abertura para as demais áreas.

UMA EXIGÊNCIA: o estudo da totalidade

Este capítulo diz respeito a uma das características da antropologia que exige mais cuidado: o estudo da totalidade. Isso porque como já foi colocado acima o estudo antropológico, após a inversão temática, passou a olhar para o corriqueiro, e este trás consigo a responsabilidade de não deixar passar nada despercebido. Então, se o antropólogo estuda a totalidade, ele deve elaborar um estudo por completo, visando todas as perspectivas. Essa abordagem do conjunto, explica o que escreveu Mauss em 1960: “o homem é indivisível’ e “o estudo do concreto” é “o estudo do completo”. Em detrimento disto esta, nas palavras de Laplantine, o parcelamento disciplinar que surge representando um risco para os estudos antropológicos contemporâneos por fragmentar estudos que em sua essência precisam ser completos e por isso muitos dos antropólogos recusam-se a seguir uma especialização (porque esta limita e torna o estudo antropológico carente).

UMA ABORDAGEM: a análise comparativa

Nesse caminho progressivo que a antropologia percorreu muito se foi alterado. Depois dos aspectos já mencionados aqui, vamos articular sobre “a análise comparativa”, esta que possui extremo valor para a antropologia, isso porque essa abordagem nos faz enxergar que na relação com o “outro”, descobrimos que “ele” e, suas tendências podem também estar dentro do meu contexto e não apenas do outro lado (como se entende no mais das vezes), e com isso percebemos no familiar o exótico e assim vice-versa.

Além disso, a análise comparativa tem a missão de desconstruir preconceitos, - muitos deles oriundos do etnocentrismo, este que é um dos grandes problemas enfrentados pela antropologia – isso porque observar costumes, hábitos, tendências, etc., de outras sociedades nos faz entender particularidades da nossa sociedade. Laplantine, com objetivo de defender essa abordagem comparativa, cita o exemplo de Malinowski, que passou toda sua vida estudando uma única sociedade – a dos Trobriandeses – e por este mínguo seus estudos. Embora seja tão primordial esta analise, Laplantine nos salienta que ela não pode ser a primeira ação do antropólogo em exercício, este precisa primeiro coletar os dados, compreender a lógica da sociedade, entre outras coisas, para depois de forma criteriosa confrontar com outros estudos.

AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO SOCIAL DO DISCURSO ANTROPOLÓGICO

Nessa temática articula-se que sempre há um contexto onde a pesquisa (qualquer que seja) é possível. Para elucidar esse pensamento Laplantine expõe um trecho escrito por Lévi-Strauss, “se a sociedade está na antropologia, a antropologia por sua vez está na sociedade” (1973). Nestas condições a antropologia, segundo Laplantine, “não existe em um estado puro” e por isso não se pode isolá-la no seu próprio contexto. E, essa antropologia de visão laplantiniana defende que “nosso pertencer e

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