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CINEMA E LITERATURA: Análise da adaptação do romance Germinal de Émile Zola e das publicações de Edmund Wilson à luz da teoria marxista.

Por:   •  1/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.397 Palavras (6 Páginas)  •  630 Visualizações

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CINEMA E LITERATURA: Análise da adaptação do romance Germinal de Émile Zola e das publicações de Edmund Wilson à luz da teoria marxista.

                                                                   

                                                                               Maycol Mundoca

RESUMO: O objetivo deste texto acadêmico é analisar a obra cinematográfica Germinal e a publicação de Rumo a Estação Finlândia, de Edmund Wilson, acerca de temas sobre a Justiça, Liberdade, Vida Familiar e Amor frente as condições de trabalho em meados do século XIX. Visa-se, além da reflexão sobre esses temas, a utilização de cenas do filme para a compreensão de como a ideologia marxista e a dominação e luta de classes presentes no romance são retratadas.

  1. INTRODUÇÃO

Em 1885, Germinal foi publicado por Émile Zola. O autor aborda esteticamente – ou mais especificadamente, estabelece relação entre o saber científico e a arte literária – as mudanças ocorridas no âmbito político e social da sociedade do século XIX. A questão social é tratada por Zola com maestria e seus personagens refletem a diversidade social desde a burguesia até o proletariado.

       Sob a direção de Claude Berri, a obra de Zóla é adaptada para o cinema em 1993. No começo do filme, um personagem é apresentado. Etienne Lantier, em busca de trabalho nas minas, depara-se com um cenário deplorável de trabalho e bastante sintomático:  pessoas exaustas e fatigadas por longas jornadas de trabalho, doentes devido à exposição do carvão, gases e diferenças de temperatura a qual são expostas.

   Étienne passa a representar no filme, importante papel nas articulações políticas dos trabalhadores. Dentro da teoria de Marx e Engels, o filme aborda o conceito de “luta de classes”.

     O filme Germinal mostra, entre outras discussões, uma inversão de valores na sociedade do século XX, uma inversão das necessidades humanas às materiais. O processo de produção do trabalho, nesse texto, será analisado criticamente, fazendo pontes entre o filme e o trabalho de Marx.

  1. JUSTIÇA, LIBERDADE, VIDA FAMILIAR E AMOR FACE AS CONDIÇÕES ADVERSAS DE TRABALHO NAS MINAS NO SÉCULO XIX

       Em Rumo a Estação Finlândia, Edmund Wilson disserta sobre os caminhos  intelectuais de um grupo de homens – filósofos e conspiradores, utopistas e revolucionários, socialistas e anarquistas – caminhos que ajudaram a moldar a história do século XX. Dentre esses caminhos, Wilson trata das questões que envolviam Karl Marx e Friedrich Engels, ressaltando em certa parte do livro, o pensamento desses intelectuais:

“ Àqueles que falavam de Justiça, Marx e Engels replicavam:

Justiça para quem? No capitalismo, são os proletários que são presos com mais frequência e os que recebem os castigos mais severos; ao mesmo tempo, como passam fome quando estão desempregados, são eles que são levados a cometer a maioria dos crimes.

Àqueles que falavam de Liberdade, eles replicavam: “Liberdade para quem? Jamais será possível libertar o trabalhador sem restringir a liberdade do proprietário”. Àqueles que falavam em Vida Familiar e Amor – que supostamente estariam sendo destruídos pelo comunismo -, eles respondiam que essas coisas, na sociedade da época, só existiam para a burguesia, já que a família proletária fora desmembrada com a utilização de mulheres e menores nas fábricas, levando jovens a fazer amor nos moinhos e minas ou a vender seus corpos quando os moinhos e minas e fechavam”.

       A análise desses pensamentos permitem correlaciona-los à obra cinematográfica tratada em questão, Germinal. A crítica feita por Marx a respeito da privação da Justiça e parcialidade com que eram tratados os proletários fica evidente no longa metragem no momento em que o personagem de Toussaint Maheu é multado devido ao escoramento mal feito, embora não tenha sido proporcionado a ele condições satisfatórias para um trabalho bem feito. Além disso, os salários são diminuídos devido à suspensão dos pedidos de ferro para exportação, sendo repassada injustamente aos trabalhadores essa situação.

       A vida familiar da classe proletária, no filme, é retratada de modo peculiar. A família de Maheu é grande, são dez pessoas. Todos com idades produtivas precisam trabalhar nas minas de carvão, de modo a colaborar com a renda e subsistência da família. A força de trabalho nessa família é explorada ao máximo. O filme apresenta a grande exploração de terceiros: crianças sendo transportadas para o interior das minas, mulheres envolvidas na extração de minério, em condições subumanas de trabalho. Dessa forma, a família como diz Marx e Engels, fora desmembrada, diferentemente da família burguesa detentora dos modos de produção, que usufruíam de condições de vida bastante divergentes a do proletariado. Entende-se, assim, a crítica de Marx quando diz que Vida Familiar e Amor são coisas que só existiam, efetivamente, para a burguesia.

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