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DESENVOLVIMENTO LATINO

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Por:   •  15/5/2014  •  1.751 Palavras (8 Páginas)  •  426 Visualizações

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O Perfil de Empregabilidade: o Desafio do Autodesenvolvimento

Vania Prata Ferreira Reis*

Sumário - Vania Prata Ferreira Reis. O perfil de empregabilidade: o desafio do autodesenvolvimento. O cenário de transformações que estão ocorrendo em nosso mundo contemporâneo, em especial no âmbito do emprego e do trabalho, está a exigir posturas pessoais e profissionais diferentes das que temos vivido até o momento. Qual o perfil profissional necessário e que maneiras temos para atingir esse perfil são as questões que veremos aqui.

* Vania Prata Ferreira Reis é diretora da empresa Grupo de Atendimento Psicológico-GAP, profª de Psicologia da Educação e Técnicas de Exame Psicológico, coord. do Núcleo de Psicologia Aplicada da UFES.

O EMPREGO E O TRABALHO: UM CENÁRIO EM TRANSFORMAÇÃO

O desenvolvimento da produção industrial em massa iniciou-se no século XV. Uma das primeiras iniciativas veio do espantoso Leonardo da Vinci que produzia agulhas em massa em l496. A Inglaterra e a França iniciaram a produção em cadeia no século XVII e os Estados Unidos no século XIX. Mas, foi com a passagem das fábricas com energia a vapor para as fábricas movidas à eletricidade "que houve, de fato, a mudança nos modos de organização e gestão".1

As mudanças tecnológicas havidas desde o início do século transformaram os empregos. Essa transformação, no entanto, não foi feita com o mesmo impacto nos diversos setores, pela heterogeneidade destes.

Naquela época, o processo de redução de emprego crescente nas atividades técnicas só era compensado por um crescimento das atividades econômicas.

Os tipos de serviço "face a face" (serviços de atendimento, de segurança...etc.), por serem menos sensíveis ao progresso técnico, não tiveram diminuída a sua capacidade de criar emprego, nesse período.

Por outro lado, as atividades de concepção, de pesquisa, de especialistas com forte valor intelectual agregado tiveram, e continuam tendo, uma importância estratégica inegável.2

Hoje, fica evidente que o crescimento econômico não significa mais empregos.

Temos um desemprego estrutural causado, na visão Keyniana, pela nossa descoberta de meios para economizar o emprego do trabalho, a um ritmo maior do que aquele pelo qual conseguimos encontrar novas utilizações para a força de trabalho.

Na visão de Oliver Blanchard3 (professor da respeitada instituição de ensino e pesquisa MIT­ Massachussetts Institute of Technology) , o aumento da produtividade não provoca demissões. Na sua opinião, apenas o que se pode inferir dos números é que quanto mais rápido for o progresso tecnológico, menor será o desemprego. Para ele, é o tipo de emprego gerado que muda. Assim, precisaríamos formar nossa mão-de-obra para as transformações para que então essa mão-de-obra possa ser absorvida.

O autor do livro O Fim do Emprego, Jeremy Rifkin4, discorda desse posicionamento e diz que mesmo que pudéssemos "treinar todas as pessoas desempregadas, o que é duvidoso, o setor de informação não seria capaz de absorvê-las." Não é sem razão que o desemprego é preocupação central de 53% dos brasileiros.

Pesquisa da DMB&B5, realizada junto a 25 mil adolescentes do mundo inteiro, revela que o medo do desemprego é mundial. Para a grande maioria (70%) dos adolescentes de hoje a maior de todas as preocupações é conseguir um bom emprego. Na América Latina, esse número sobe para 76%.

Essa preocupação não é infundada. Nos últimos 7 anos, a indústria brasileira reduziu 1/3 (34,3%) do total de vagas.6 Rifkin7 prevê que em 2020 serão apenas 2% os empregos industriais. Pode parecer exagero mas, se analisarmos com atenção o que vem acontecendo, dá o que pensar.

Em seis anos (1987-1994), a indústria brasileira perdeu 100 mil postos de trabalho. Em um ano (1995), perdeu 390 mil8, ou seja quase quatro vezes mais, e isso aconteceu mantendo-se o crescimento econômico.

Por outro lado, as oportunidades de trabalho no setor de serviços mostram uma realidade diferente. Na década de 70, essas oportunidades representavam 15% do mercado; hoje já temos áreas metropolitanas onde essas oportunidades estão entre 25 a 40% do mercado.

Pierre Morin, em seu livro La Grand Mutation du Travail e de L'Emploi9 analisa a expansão do setor terciário que, em sua opinião, se explica pelo aumento da complexidade da produção. A produção industrial em uma economia evoluída tem necessidade de serviços crescentes (pela diversidade e diferenciação das produções e rapidez das trocas). Ao mesmo tempo, essa complexidade se dá, em especial, no âmbito da distribuição e no consumo, dando ênfase assim ao setor de serviços.

O desenvolvimento do setor terciário tem compensado parcialmente a recessão dos setores primário e secundário. O crescimento do setor de serviços, no entanto, não é ilimitado.

Rifkin10 assim como Bridges11 fala do fim do emprego em conseqüência do "desmonte" que a tecnologia irá trazer para a área de serviços.

Para Bridges12 o emprego, tal como o conhecemos, está com os dias contados. As oportunidades estão migrando para novas relações de trabalho (trabalhos temporários, de horário parcial, projetos com prazo determinado...). Trabalhar de forma assalariada, por um período longo, em uma mesma empresa, em uma mesma atividade será, no futuro, mais exceção que regra.

Há três fatores que determinam essa condição do setor de serviços:

1. Não se pode estocar serviços ­ esse se consome simultaneamente à sua produção.

2. Há exigências crescentes de proximidade geográfica e temporal das atividades de serviço.

3. A grande volatilidade das atividades de serviço ­ onde moda, gosto e concorrência afetam fortemente.13

As

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