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Debret e as Representações Plásticas na Missão Francesa de Arte

Por:   •  17/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.076 Palavras (9 Páginas)  •  161 Visualizações

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 Inicio do período imperial no Brasil é marcada pela chegada da Família Real Portuguesa, que transfere a sua cote portuguesa para sua colônia no Novo Mundo, devido aos conflitos com Napoleão Bonaparte na Europa. Tal feito é conquistado com o apoio de seu maior parceiro político e comercial neste período, Inglaterra que auxiliou os lusitanos nessa empreitada.

Tendo sua chegada na cidade de Salvador em janeiro de 1808, a população fizera uma grande celebração para a corte que, e uma das suas medidas inicias foi à abertura dos povos a nações amigas, e outra determinação ainda na Bahia, de criar à primeira escola de médicos-cirurgiões do país; e com isso permite que se instale fabricas de manufaturas, indústrias.

No dia 08 de março de 1808, a corte portuguesa chega à cidade do Rio de Janeiro, e com sigo a sua corte, e com ela umas séries de designações são implementadas, como aponta a autora do caderno didático do curso de história a distancia do consórcio CEDERJ, Mariana Muaze diz:

“[...] O convento das carmelitas ficou destinado à rainha Dª. Maria I; os proprietários de melhores prédios das redondezas foram intimados a deixar suas casas temporariamente. Na fachada das residências escolhidas, pregavam se o PR (Prince Real), para indicar a solicitação da moradia. Rapidamente, a norma baixada virou piada popular e o PR, ficou conhecido como "ponha se na rua" ou "Prédio Roubado".”

(MUAZE, 2011 P.81)

A cidade do Rio de Janeiro era composta por uma população de 2/3 de negros e mestiços, e com as suas estreitas e pequenas, muitos dos viajantes, retratavam a cidade com uma sendo uma cidade caótica. Johann Moritz Rugendas, um artista que viera da Capital francesa para representar a vivência e os costumes da cidade que abrigava a corte portuguesa; por meio de uma expedição de ates e científicas. Antes de tudo é preciso entender o que eram essas expedições e ou missões de arte e científicas, para que possamos assimilar a sua importância no desenvolvimento da colônia portuguesa no Novo Mundo. De acordo com as definições da enciclopédia Itaú cultural, as expedições e missões de ate são:

“[...] em geral organizadas e integradas por estrangeiros, têm no Brasil do século XIX o seu momento de expansão. Ao longo do período colonial brasileiro, a descoberta e a pesquisa científicas realizam-se de modo esporádico [...] no século XIX tem início um processo mais sistemático de estudo e pesquisa da flora, fauna, geografia e vida social do país. O ano de 1808 é considerado um marco na história da investigação científica nacional em função da vinda de dom João VI (1767-1826) e da corte portuguesa ao Rio de Janeiro. [...]Desde então, expedições artísticas e científicas são realizadas para registrar e coletar espécimes naturais e objetos, sendo que parte deles é encaminhado a museus e instituições europeias. Tem início um ciclo de viagens e missões científicas que, ao lado das instituições culturais criadas pelo governo português instalado na colônia - Jardim Botânico, Biblioteca Nacional e Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), entre outras -, dão novo impulso ao desenvolvimento artístico e científico no Brasil.”

(enciclopédia itaú cultural )

Com a queda do Imperador Frances, Napoleão Bonaparte e o falecimento de seu filho, Jean- Baptiste Debret, em 1816 integram se a missão artística francesa e migra para o Brasil, com o intuito de fazer representações iconográficas da vivencia do cotidiano da corte na colônia. No livro de Lilia Schwarcz, “a crise colonial de independência: 1808-1830”; no capítulo referente à “colônia lebreton e outras missões científica: para uma nova sede uma representação”, apresenta uma articulação sobre a expedição artística francesa no Brasil colônia e seus representantes.

“Em 1816, um grupo de artistas franceses que aqui aportavam com o objetivo de começar as ates a partir do zero. Fazendo pouco da produção artística já existente na colônia. (...) traz na bagagem um modelo acadêmico e neoclássico (...) chefiados por Jaques Lebreton (...) apontavam artistas como Jean-Baptiste Debret (...) que teria se tornado famoso em função de seu vínculo estreitos com os jacobinos e depois com o próprio império napoleônico. O arquiteto Montigny (...) e trazia consigo o modelo neoclássico para a construção de monumentos grandiosos, inspirados nos exemplos da arte clássica. (...) Nicolas- Antoine Taunay, membro tradicional da academia, pintor de história e paisagem (...) era hora de criar uma iconografia patriótica e estatal”.

(SCHWARCZ, 2011. P. 235)

Com a família real morando na cidade do Rio de Janeiro que tinha fama de ser uma cidade caótica, era preciso modificar a aparência da mesma, e para isso a expedição artística tinha esse viés de mudar o aspecto de como a corte era vista. O objetivo dessa expedição segundo Rodrigo Naves no seu texto “a forma difícil ensaios sobre a arte brasileira”, no capítulo que fala sobre “Debret, o neoclássico e a escravidão”, apresenta uma reflexão sobre o objetivo da expedição artística na corte.

“Procurar retratar certas particularidades temáticas da terra, sem que para isso lhe fosse necessário encontrar uma forma de representação razoavelmente pertinente. (...) viram com os olhos que possuíam um mundo estranho e virado. Suas escolhas, o que na terra os atraía, pode esclarecer a imagem que faziam do país, e é sobretudo por esse viés que tem sido estudado. Contudo, nesse quadro o Brasil não passa de sintoma da mentalidade européia.”

(NAVES, 2011 P. 44)

Essas expedições tinham o caráter de documentação, por meio da representação pictórica, e como esses artistas eram pertencentes de uma formação acadêmica clássica em artes, isso fez com que interferisse no modo de representação, pois como seria fazer uma representação do cotidiano e da vida não só da corte, mas também dos escravos que ali habitavam, utilizando os canônes[1] da representação do neoclassicismo [2], que era a vanguarda artística na qual os pintores estavam inseridos naquele determinado período, parte do Século XVIII e parte do XIX, tinha por um ideal a representação do realismo através da nova temática, entretanto Debret, na percepção de Rodrigo Naves, fala sobre a prerrogativa da essência da do neoclassicismo.  

“a natureza positiva da arte neoclássica, -muitas vezes abertamente edificante- solicitava uma participação enérgica na vida pública, ainda que por intermédio da evocação de um passado exemplar. Era-lhe impensável uma arte de puro devaneio ou preponderantemente decorativa”.

(NAVES, 2011 P.65)

O que isso significa é que a representação da vida dos monarcas em público seria uma forma na qual o pintor poderia explorar de forma mais adequadas ao estilo neoclassicismo.

A representação francesa do neoclassicismo tem uma percepção voltada para a natureza, em especial a natureza humana, mesmo que as representações tenham um olhar idealizado, o simulacro ainda tem o ideal voltado para a humanidade, como descreve Rodrigo Naves:

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