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Doze Lições sobre história

Por:   •  6/5/2018  •  Seminário  •  15.439 Palavras (62 Páginas)  •  187 Visualizações

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PROST, Antoine. Doze lições sobre história. Belo Horizonte: ed. autêntica. 2012.

Introdução

● O estudo de historiografia, ou epistemologia na história, para estudantes em fase de

formação tem grande valor para orientar como, porque e o que se faz quando se

pretende essa profissão. Ou seja, trata­se de uma primeira direção no fazer e no

discurso do historiador ao comparar os diferentes fazeres e formas discursivas que já

houve.

○ Introduction aux études historiques ­ publicação por Charles­Victor Langlois e

Charles Seignobos. (Trabalho pioneiro).

● Durante um intervalo bastante razoável, entre a última década do XIX e 1980, a reflexão

sobre a história da história não deu grande passos e mesmo na França fora

considerada secundária. A responsabilidade de refletir sobre o andamento da disciplina

e suas metamorfoses ficou na realidade sob a alçada de filósofos, como Raymond Aron,

por exemplo. Aula inaugural Collège de France (1953) por L. Febvre:

○ Habitualmente, os historiadores fazem história sem meditar a respeito dos

limites, nem condições dessa matéria. Sem dúvida, eles têm razão; é preferível

que cada um exerça o seu ofício. De maneira geral, um historiador deveria

começa a fazer história sem delongas: caso contrário, nunca conseguirá fazer

seja lá o que for!

○ Philippe Ariès: ¨Elas são ignoradas ou postas de lado, deliberadamente, com um

simples dar de ombros, como se tratasse de falatório teórico de amadores sem

competência: a insuportável futilidade do técnico que permanece confinado

dentro de sua técnica, sem nunca ter tentado observá­la de fora!¨

[...] Elogiam a beleza da obra e valorizam a habilidade, em vez das teorias que estão

entulhados ­ em sua opinião, inutilmente ­ os colegas sociólogos [...] Por maior força da razão,

eles julgam que a elaboração de uma reflexão sistemática sobre sua disciplina é algo

pretensioso e perigoso: isso corresponderia a reivindicar uma posição de fundador de escola

que é uma atribuição rejeitada por sua modéstia ­ mesmo que seja fingida ­ e que, sobretudo,

deixá­los expostos à crítica, nem um pouco benevolente, de colegas que, eventualmente,

pudessem ter a impressão de que eles pretendem ensinar­lhes o ofício. [...] (página 9)

[...] e empreendimento unificador de Braudel e dos defensores de uma história total que fosse

capaz de recapitular a contribuição de todas as outras ciências sociais redundou em uma crise

de confiança: à força de servir­se de questões, conceitos e métodos que ela pede de

empréstimo à economia, sociologia, etnologia e linguística, a história passa, hoje em dia, por

uma crise de identidade que suscita a reflexão. [...] (página 10)

Capítulo 1: A história da sociedade francesa (séculos XIX e XX)

[...] a disciplina chamada história é uma realidade, em si mesma, histórica, ou seja, situada no

tempo e no espaço, assumida por homens que se dizem historiadores e que são reconhecidos

como tais, além de ser aceita como história por diversos públicos [...] antes de ser uma

disciplina científica ­ segundo sua pretensão e, até certo ponto, conforme ela o é efetivamente

­, a história é uma prática social.

● O reconhecimento dos historiadores precisa ser necessariamente duplo, pelos

seus pares e pela sociedade que lhe confere importância, para assim

consagrá­lo como tal.

● Como a história é, antes de ser uma prática científica, uma prática social ou,

mais exatamente, como o seu objetivo científico é, também, uma forma de tomar

posição e adquirir sentido em determinada sociedade, a epistemologia da

história é, por sua vez, em parte, uma história [...] (página 14)

O caso francês pode ser muito ilustrativo quando investiga­se a relação entre disciplina e

sociedade que lhe é subjacente, factual que, especialmente após a queda do antigo regime e

do protagonismo que a França conquistou com os episódios revolucionários, os historiadores

têm nesse país tal expressão no número de publicações e leitores sensivelmente maior que

seus vizinhos. Na França como em nenhum outro país a história é conhecimento mais

elementar e toda presente na opinião pública, reflexão filosófica e deliberações do campo

político:

● Prestemos atenção [...] às vitrines das livrarias: as coleções de história destinadas ao

grande público aparecem aí em maior número e são mais importante que no exterior.

Além das editoras universitárias e dos editores especializados, a história suscita o

interesse das grandes editoras [...] as quais possuem uma ou várias coleções na área

de história. (página 15)

○ UM POVO QUE NÃO ENSINA SUA HISTÓRIA É UM POVO QUE PERDE

...

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