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ESCOLA SOCIALISTA DE KARL MAX

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Por:   •  22/5/2014  •  2.400 Palavras (10 Páginas)  •  552 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Falando dos diferentes sentidos do verbete “socialismo”, o trabalho aborda as relações entre marxismo, educação e pedagogia com intuito de designar o desenvolvimento a respeito da locução “pedagogia socialista” ou “escola socialista” como expressão da teoria marxista da educação. Por tanto no texto se explicita o lugar da educação na teoria marxista, evidenciando a atualidade dessa corrente filosófica, a pedagogia socialista no contexto do marxismo e à pedagogia histórico-crítica como expressão de uma pedagogia de inspiração marxista.

2 DESENVOLVIMENTO

Como sabemos, sobre o fundo comum da mobilização das classes trabalhadoras que se formaram no decorrer da Revolução Industrial visando ao controle do processo produtivo, surgiram várias acepções de socialismo. O “Manifesto do Partido Comunista” (Mark e Engels, 1968) distingue “socialismo reacionário” onde situa os socialismos feudal, pequeno-burguês e alemão, do “socialismo conservador ou burguês” e “socialismo e comunismo crítico-utópico”. Depois Engels (1977) diferenciou socialismo utópico de socialismo científico.

Para ele o socialismo utópico “criticava o modo de produção capitalista existente e suas conseqüências, mas não conseguia explicá-lo e nem podia portanto, destruí-lo ideologicamente; nada mais lhe restava senão repudiá-lo, pura e simplesmente, como mau”. Na forma do “socialismo utópico” as idéias socialistas vicejaram no movimento operário europeu ao longo do século XIX, propondo a transformação da ordem capitalista.

De acordo com essa concepção a sociedade poderia ser organizada de forma justa, com todos participando da produção e fruição dos bens segundo suas capacidades e necessidades. Para tanto, era imprescindível erradicar a ignorância, o grande obstáculo para a construção dessa nova sociedade.

A educação desempenharia, pois, um papel decisivo nesse processo. E a pedagogia socialista então preconizada pelo movimento operário europeu ganhou sua formulação teórica pela contribuição de autores como Saint Simon, Fouriet, Owen e Proudhon. Mas, como assinalou Engels, era necessário superar o caráter utópico que marcava essa visão do socialismo.

Para tanto, impunha-se captar o modo de produção capitalista em suas conexões e em sua necessidade histórica pondo em evidência sua estrutura interna, “seu caráter íntimo” que ainda se encontrava oculto. Essa tarefa foi realizada por Marx que, com a “teoria da mais-valia”, desvendou o segredo da produção capitalista.

Por esse caminho foi possível ao socialismo tornar-se científico. Nessa acepção o socialismo, em lugar de ser considerado como um ideal a ser conquistado pelo entusiasmo da vontade pondo em prática planos atraentes, era encarado como produto das leis de desenvolvimento do capitalismo, emergindo como sua negação no processo revolucionário de transição para o comunismo conduzido pelo proletariado. Emerge, nesse novo contexto teórico, uma outra acepção para a expressão “pedagogia socialista”. Esta passa a ser entendida como a visão de educação decorrente da concepção marxista da história.

2.1 Teoria marxista e educação

Quanto às derivações de sentido para a educação, obtidas a partir da consideração do conjunto da obra de Marx e Engels, quem talvez melhor exemplifique esse esforço é Suchodolski que chegou a publicar, em 1961, o livro “Teoria marxista da educação”.

O ponto de partida dessa obra é uma análise da evolução dos problemas pedagógicos nos escritos de Marx e Engels em que considera a trajetória de seus escritos, desde os primeiros textos até “O Capital”.

O segundo capítulo é dedicado a mostrar o diagnóstico da atualidade de Marx e Engels em que se analisa o desenvolvimento histórico do capitalismo com as implicações para os indivíduos e as classes, em particular para o proletariado, o problema do tempo livre, a derrocada da ordem classista e a libertação do homem.

O terceiro capítulo trata dos problemas da alienação e do fetichismo para concluir com o significado pedagógico da alienação. No terceiro capítulo, denominado “O significado da revolução socialista para a educação”, é abordado o caráter de classe do sistema de ensino na sociedade burguesa, o ensino dos filhos de operários, o vínculo ensino-trabalho como gérmen da educação socialista, a organização das massas e a luta pela concepção materialista revolucionária da educação.

O capítulo se encerra com considerações sobre a questão da educação moral, cujo centro é a participação dos homens na luta pelo progresso social.

2.2 Pedagogia socialista

Considerando a especificidade da teoria pedagógica, podemos observar que nem toda teoria marxista da educação pode ser considerada pedagogia. Assim, não se pode negar o caráter marxista da teoria da escola como “aparelho ideológico de Estado”, elaborada por Althusser. E, como se trata de uma teoria que busca explicar o sentido e o caráter da educação na sociedade capitalista, não se lhe pode negar, também, o caráter de teoria da educação. Não é, porém, pedagogia. Igualmente, a “teoria da escola dualista”, elaborada por Baudelot e Establet (1971), se fundamenta no marxismo podendo, pois, ser considerada uma “teoria marxista da educação”.

Mas não se trata de uma teoria pedagógica. Parece, ser possível, sem maiores dificuldades, concluir que a pedagogia socialista compatível com o marxismo será aquela que, fundando-se na perspectiva do “socialismo científico”, busque equacionar o problema da relação professor-aluno, orientando o modo como se deve realizar o processo de ensino e aprendizagem, com tudo o que essa ação implica e que deverá ser sistematizado na teoria pedagógica correspondente.

No entanto, um outro aspecto que não deve ser perdido de vista é que a expressão “pedagogia socialista”, do ponto de vista marxista, só faz sentido como uma orientação pedagógica em períodos de transição entre a forma social capitalista com a correspondente pedagogia burguesa e a forma social comunista na qual – e apenas nela – será possível emergir uma pedagogia propriamente marxista, vale dizer, uma pedagogia comunista.

2.3 Marxismo e o Estado

Os elementos filosóficos de Marx foram, em boa parte, baseados no pensamento de Engels. A influência que a filosofia de Engels teve sobre Marx exerceu-se por intermédio de duas fontes. Uma delas foi os ensinamentos

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