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Escolas De Chicago

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Por:   •  25/10/2014  •  3.550 Palavras (15 Páginas)  •  1.610 Visualizações

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Escola de Chicago

É o nome dado a um grupo de professores da universidade de Chicago nos anos 20 e no inicio do século XX, trouxeram uma serie de contribuições à sociologia, psicologia social e ciências da comunicação. Foi inaugurada no ano de 1892, na cidade onde havia maior índice de arrecadação por doações de batistas liderados por John Rockfeller. Possuía faculdades separadas para humanidades, literatura e ciências além de uma escola de teologia e escola de pós graduação. Nessa escola destaca-se o funcionalismo em psicologia, a sociologia urbana; ecologia humana, as formas sociológicas da psicologia social que receberam o nome de behaviorismo social e interacionismo simbólico produzindo contribuições relevantes até os nossos dias, comunidade e a interpretação explicação como método e o estudo da linguagem fatores que intervêm na comunicação. A Escola de Chicago refere-se à primeira e importante tentativa de estudo dos centros urbanos combinando conceitos teóricos e pesquisa de campo de caráter etnográfico. Os representates desta escola são: William I. Thomas, Florian Znaniecki, Robert E. Park, Louis Wirth, Ernest Burgess, Everett Hughes e Robert McKenzie. Da década de vinte à de trinta, a sociologia urbana foi quase sinônimo de Escola de Chicago,que inicia um processo de estudos em antropologia urbana, em que o "outro" torna-se o "próximo". Desencadeia os estudos relacionados ao surgimento de favelas, a proliferação do crime e da violência, ao aumento da população, que são marcantes no início do século XX.

Psicologia- Entre os seus fundadores está Dewey que em 1894 saiu da Universidade de Michigan onde era professor e Chefe do departamento de Filosofia, entre 1884 a 1894, para ser líder do departamento de Filosofia e incluindo um laboratório de psicologia e sugeriu a criação do setor de Pedagogia.No final da década de 1890, Dewey mudou a sua anterior visão idealista neo-Hegeliana e adotou uma nova posição, que se tornou conhecida como pragmatismo, interpretando-o com feições próprias que denominou , “instrumentalismo”, propôs uma experiência com a avaliação pedagógica, metodologia para análise da arte e da moral nos livros que publicou sobre esses temas. Tornou a Universidade o centro do funcionalismo e deu origem ao behaviorismo e entre os seus trabalhos está o artigo, O conceito de arco Reflexo em Psicologia (The reflex arc concept in psychology, 1896) com as concepções de Charles Bell (1774-1842) e Fraçois Magendie (1783-1855) da distinção entre as vias sensoriais e motoras. Aproximava na noção de processamento central e/ou funcional da resposta à função da consciência que era o principal objeto de estudo da psicologia americana na época estabelecida por William James (1842-1910). Em defesa da origem do behaviorismo na corrente funcionalista, além do fato de John B. Watson (1878-1958) ter sido aluno de James Rowland Angell (1869-1949) o sucessor de Dewey na Universidade de Chicago (1900-1903) Edward L. Thorndike (1874-1949) o funcionalista da Universidade de Columbia, autor da Lei do Efeito, é reconhecido publicamente por ele numa conferência em Chicago, 1908 onde proferiu suas intenções de fundar uma psicologia humana e profunda. É a definição do funcionalismo a partir da declaração de Angell que enquanto os estruturalistas perguntam, O que é a consciência? Os funcionalistas perguntam: Para que a consciência? Angell estudou com James em Harvard (1891), assistiu aulas de Wundt e Hermann Ebbinghaus em Leipzig, entrou para Universidade de Chicago em 1895 como professor assistente e tornou-se seu diretor em 1918. Definiu o funcionalismo como a psicologia das operações ou funções mentais, destacou a teoria do instinto de C. Darwin; a idéia de continuidade entre as mentes das diferentes espécies e o estudo sobre a expressão das emoções no homem e nos animais. Outro importante psicólogo funcionalista desta universidade foi Harvey A. Carr (1873-1954) onde iniciou-se como doutorando com tese concluída em 1905 sobre ilusões visuais de movimento sendo contratado em 1908 para ocupar o lugar de Watson, transferido para a Universidade Johns Hopkins para lecionar: “Introdução à psicologia experimental e comparada”. Entre os seus principais livros publicados estão Psicologia: Um estudo da atividade mental (Psychology : A study of mental activity, 1925) e Introdução à percepção do espaço visual (Introduction to visual space perception, 1935)

Psicologia Social- George Herbert Mead (1863 – 1931) com pós graduação em filosofia e psicologia em Leipzig e a honra de ter sido o revisor dos primeiros quatro volumes da Völkerpsychologie de Wilhelm Wundt chegou Universidade de Chicago em 1894 junto com Dewey iniciando seu curso de Psicologia Social em 1900 o que conduziu até 1930/31. Opôs-se ao reducionismo proposto pelo behaviorismo de Watson [que excluía de sua teoria termos mentais por acreditar que não se havia uma metodologia boa o suficiente para estudá-los], posteriormente reapresentado por B. F. Skinner [que trata os fenômenos "mentais" como sendo da mesma natureza da dos físicos e não os exclui da análise científica, pois eles são comportamentos e devem ser explicados enquanto tais. Vale ressaltar que o behaviorismo radical de Skinner em nada se assemelhar ao proposto por Watson e que não é reducionista] e é considerado o fundador do interacionismo simbólico por seu sucessor na cadeira Herbert Blumer (1900-1987) apesar de intitula-se autor do behaviorismo social, assim reconhecido pelos behavioristas com Arthur W. Staats (1924- ) com suas proposições sobre o comportamento humano complexo. Teóricos da segunda geração simplesmente não fazem referências à Mead. Entre os teóricos que também concordavam com o problema do auto-controle encontra-se o sociólogo funcionalista Talcott Parsons (1902 - 1979) da Universidade de Harvard com importantes contribuições e à etnometodologia e em especial à compreensão do papel do doente na comunidade ou sociologia médica. Goffman evidencia em seus trabalhos a marcante influência de Mead e da corrente interacionista. Conclui seu mestrado (1949) e doutorado (PHD), com tese sobre papeis sociais entre nativos das Ilhas Shetland na Universidade de Chicago em 1953.

Ciências Sociais / Ecologia Humana-As obras que dão início à Escola de Chicago são The City: Suggestion for the Investigation of Human Behavior in the City Environment de Robert Park, lançada em 1915, e a consistente monografia de Znaniecki e Thomas, Polish peasant in Europe and America. A sociologia atingiu rápida ascensão nos EUA seguindo a escola de Spencer e depois fortemente influenciada pela psicologia. A Universidade de Chicago desenvolveu técnicas estatísticas de observação e análise geo-espacial bastante minuciosas para a sociologia urbana, baseando-se no princípio de que fronteiras objetivamente demarcadas dentro da cidade delimitam áreas naturais da solidariedade de grupos e características grupais para os quais poderiam ser identificados, portanto, padrões de localização o que constitui a denominada Escola Ecológica. (MacIver, 1942) De acordo com um de seus criadores e principais teóricos Robert E. Park a ecologia humana é, uma tentativa de investigação dos processos pelos quais o equilíbrio biótico e o equilíbrio social se mantêm, uma vez alcançados, e dos processos pelos quais, quando o equilíbrio biótico e o equilíbrio social são perturbados se faz a transição de uma ordem relativamente estável para outra. (Park, 1936). Ambientes foram desenvolvidos e aplicados aos mais diversos fenômenos sociais e comunidades, contudo como destaca Pierson,1970 um dos tradutores e introdutores desses estudos no Brasil através da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, a ecologia humana não é sociologia e outras ciências sociais nem biogeografia ou geografia humana. É uma ciência ainda em formação, bem mais próxima da ecologia animal e vegetal que das anteriormente referidas. Outra dedicação da Universidade de Chicago foram os estudos da distribuição espacial entre o centro e periferia das cidades a exemplo do Estudo ecológico das perturbações mentais de Stuart A Queen, 1940 e do intitulado Perturbações mentais em áreas urbanas: Robert E. L. Faris; H. Warren Dunham, 1939. Foram os primeiros trabalhos epidemiológicos na área do que hoje se denomina como epidemiologia social, apesar de utilizarem dados de serviços de saúde (públicos e privados) estabeleceram taxas de prevalência e localização espacial dos agravos desenvolvendo diversas hipóteses explicativas associadas à variáveis como organização e desorganização social (slums); raça, nacionalidade, pobreza desemprego e outras características sociais e econômicas.

Criminologia-Os estudos dessa escola poderiam ser citados como contribuição à criminologia, tanto às escolas do consenso, que concebe o crime como uma falha das instituições e compartilhamento das regras sociais pelos indivíduos e escolas do conflito para quem o presuposto da natureza coercitiva da ordem social é um princípio heurístico e não um juízo factual. (Shecaria, 2004). Entre as contribuições dessa escola destacam-se as do campo metodológico associando a pesquisa a formulação de políticas criminais. Os estudos realizados apontavam para a necessidade de mudanças efetivas nas condições econômicas e sociais das crianças (carreiras dos delinqüentes). Evidenciaram também as melhorias sanitárias e manipulação do ambiente físico, considerando as oportunidades de realização dos delitos, como estratégias a prevenção deveria ser priorizadas em detrimento das repressivas. (Shecaria, 2004). Integrantes da escola de Chicago participam das teorias do conflito em especial as teorias da rotulação (labelling approach) onde os autores como Erving Goffman trouxeram contribuições fundamentais sobre os efeitos das prisões e natureza dos estigmas como para teoria do comportamento desviante aperfeiçoando pela crítica as contribuições do interacionismo simbólico e ecologia humana que unem as escolas do consenso.

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