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Europa E Africa

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Por:   •  7/10/2013  •  1.426 Palavras (6 Páginas)  •  301 Visualizações

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O imperialismo europeu, a colonização e a partilha da África marcaram a África da atualidade. As condições de pobreza e de dependência econômica com relação às ex-metrópoles são a tônica da maioria das nações africanas ainda hoje. Além disso, as formas contemporâneas de organização dos países africanos, a partir da fundação da União Africana (UA), em 2002 contribuíram. Nesse tema, vamos abordar, além desses citados, o tema das migrações clandestinas de imigrantes africanos em direção ao continente europeu, estabelecendo relações entre a dinâmica dessas imigrações, suas motivações e relevância.

As imagens que aparecem abaixo são de um jornal francês do final do século XIX e retratam a colonização e a partilha da África. A Revolução Industrial europeia (séculos XVIII e XIX) impulsionou a necessidade de ampliação de mercados consumidores e de fornecimento de matérias-primas e as causas levaram à colonização da África e da Ásia.

O imperialismo europeu na África

Para justificar a colonização, o impe¬rialismo europeu criou uma ideologia racista, segundo a qual os brancos eram superiores às demais raças, cabendo a eles a "missão civilizadora" de resgatar os povos colonizados de sua condição de barbárie. Durante séculos, a África representou para os europeus apenas uma inesgotável fonte de escravos e, em menor escala, de ouro e de mar¬fim. Os traficantes e comerciantes baseados em entrepostos (armazém especial, particular ou público, onde se depositam mercadorias que esperam venda, exportação, reexportação, etc.) litorâneos,praticamente sintetiza¬vam a presença européia no continente.

Entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, 13 nações européias, além dos Estados Unidos e da Turquia, promove¬ram a Conferência de Berlim, que tinha como objetivos principais:

a) discutir normas para tráfego e utilização comercial livres dos Rios Níger e Congo e;

b) regulamentar a apropria¬ção do continente africano.

Com vistas a delimitar a partilha do con¬tinente foram usados paralelos e meridianos e o traçado dos rios como marcos divisórios fronteiriços. Além da utilização de recursos cartográficos na demarcação de fronteiras artificiais, os europeus estabeleceram divisões internas em suas colônias, tanto para garantir controle militar quanto para estabelecer domínio em áreas de mineração. A artificialização de fronteiras provocou a separação entre grupos étnicos que viviam pacificamente em um mesmo território, enquanto grupos étnicos adversários foram obrigados a conviver na mesma terra. Dessa forma, os colonizadores dificultaram a formação de alianças que pu-dessem lhes fazer oposição.

A definição impositiva das fronteiras foi acom¬panhada da obrigatoriedade do uso da língua e dos costumes do colonizador (educação, religião e modelo de administração), em detrimento da cultura e da tradição dos diversos grupos étnicos africanos, que foram negligenciadas. Um exem¬plo disso foi relatado no livro Amkoulell, o me¬nino fula do escritor africano Amadou Hampâté Bâ, nascido em Bandiagara, atual Mali, em 1900. Nesse livro, ao tratar da importância da preserva¬ção da memória oral, ele afirma:

“Na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima.”

HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. Amkoulell, o menino fula.

O escritor africano res¬gata a necessidade de se preservar a história oral do Mali como única forma de garantir a preservação da cultura e do saber genuinamen¬te africanos. Nesse sentido, com o auxílio da literatura, é possível fazer com que os jovens percebam a força da oralidade para a perpetua¬ção da história.

Como fruto da expansão colonial, a África passou a fornecer matérias-primas minerais e produtos agrícolas tropicais, como chá, café, algodão, entre outros, cultivados emplantations, grandes propriedades monocultoras com a produção voltada para a exportação. Dessa forma, os investimentos fei¬tos no continente foram exclusivamente para melhorar as condições de escoamento das ri¬quezas retiradas da África. Um bom exemplo disso são as ferrovias implantadas no período colonial, ligando áreas produtoras interioranas ao litoral, de onde as produções mineral e agríco¬la seguiam para a Europa. A espoliação (privação de algo por fraude ou violência) do conti¬nente evoluía rapidamente.

O poema de RudyardKipling, de 1899, intitulado o "Fardo do ho¬mem branco", sintetiza a visão imperialista e a missão civilizadora dos brancos europeus. A ideologia latente nos versos de Kipling legitimava o imperialismo europeu.

A descolonização africana

Inglaterra e Fran¬ça eram as principais potências imperialistas. O processo de descolonização se deu depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando as grandes potências européias saíram arrasadas economicamente do conflito, sem condições de manter seus vastosimpérios coloniais, Ao mesmo tempo, a opinião pública cobrava uma postura coerente da Inglaterra e da França, que tinham combatido o totalitarismo nazista alemão e o fascismo italiano em nome da democracia e da autodeterminação dos povos, e não davam esse direito aos povos de suas colô¬nias. O afrouxamento das rédeas metropolitanas fez com que muitos povos africanos negociassem sua independência ou pegassem em armas para consegui-la. A dominação euro¬péia na África muitas vezes contou com a resis¬tência dos povos locais, que se insurgiam (revoltavam) contra os dirigentes europeus. Algumas independências se deram com sangrentas guerras, como a da Argélia. Os novos países mantiveram sua con¬dição de exportadores de produtos primários e, embora independentes, continuaram muito de¬pendentes de suas antigas metrópoles.

Com o processo de independência africana na segunda metade do século XX, o pan-africa¬nismo (idéia de união de toda a África) se fortaleceu, tendo como um de seus lí¬deres Kwame N'Krumah, presidente de Gana (antiga colônia britânica da Costa do Ouro) na década de 1960. Para ele, o fortalecimento

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