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Hegemonias E Emancipações No Séc. XXI. RESUMO

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Por:   •  24/9/2014  •  1.473 Palavras (6 Páginas)  •  370 Visualizações

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Hegemonias e emancipações no Séc. XXI.

1. Meso Americanos, reanimando uma identidade coletiva: na primeira parte, Armando Bartra, estabelece uma comparação entre os mesoamericanos e os Gregos, descritos por Tucídides, dizendo que, enquanto os Gregos eram ameaçados pelas hostes dos Medos e lutavam contra os planos do rei persa Xerxes, os mesoamericanos são ameaçados pelo capitalismo selvagem e sua resistência é contra Bush e Fox; por tal horizonte se unem, como os gregos, para lutar contra o Plano Puebla-Panamá (PPP) e a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Na segunda parte o autor trata de uma “resistência” dos mesoamericanos frente a investidas das potências neocolonizadoras, investidas como: contra-reformas agrárias privatizantes, políticas agrícolas excludentes, quedas abismais dos preços das matérias-primas agropecuárias, negação dos direitos e liberdades políticas, repressão, fomes, desemprego, migração etc. neste contexto de resistência é que se ressalta a homogeneização dos mesoamericanos em face de objetivos semelhantes. Tal união dos mesoamericanos levou a alguns encontros, que culminaria, no terceiro encontro, com a criação da MOICAM (Movimento Indígena e Camponês Mesoamericano). Estas uniões mesoamericanas se convenceram de que o comercio não deve ser liberado, mas domesticado, para garantir uma sociedade livre; o que fica claro na luta da MOICAM contra os avanços de negociações com a OMC, pois se elevaria a competição planetária entre as potências, prejudicando os pequenos produtores rurais. Na terceira parte, o autor põe em pauta a relação do México com a meso América; para tal, divide o México na parte norte e sul, aquela mais desenvolvida que a segunda, que, por sua vez, é basicamente primária, onde se encontram as maiores problemas sociais, econômicos e políticos do País. Neste contexto o autor propõe pensar o México integrado com a América Central, pois os problemas que assolam o México são aqueles que se assemelham aos da América Central, e não aos dos Estados Unidos.

2. A autonomia como eixo da resistência zapatista do levante armado ao nascimento dos Caracoles: no subtítulo “Os caminhos da autonomia”, o autor Raúl Ornelas esclarece a estrutura das EZLN, as ações contra revolucionárias aos Municípios autônomos, posteriormente trata da questão da autonomia dizendo que a autonomia não é um projeto político, mas um processo de criação autogestiva da vida social daquelas comunidades. Os municípios autônomos são o resultado da afinidade entre suas populações. A consecução da autonomia está ligada a solidez dos territórios; a autonomia zapatista se dá na combinação de diferentes instâncias e formas de discussão e de representação. Os Municípios zapatistas se organizam em uma forma de autogoverno, mesmo depois de um município ser feito zapatista, as lideranças políticas do movimento não se intitulam governo, mas mecanismo para se alcançar a autonomia que se almejara. No tema “O nascimento dos Caracoles”, o autor expõe que a formação dos Caracoles e as Juntas de Bom Governo é uma forma de estabelecer diálogos e discussões visando a luta coletiva contra o sistema de dominação. Os Caracoles nascem pós-promulgação de uma lei indígena que ia contra os desejos postos no tratado de San Andrés; os Caracoles surgem como um estágio superior da organização autônoma, buscando superar os problemas decorrentes do primeiro processo de construção da autonomia. Consolidada a criação dos Caracoles, a EZLN consolida sua independência frente ao governo. Este novo mecanismo (Caracoles) serviu como forma de aproximar as relações das comunidades zapatistas e das não-zapatistas, ou seja, os caracoles, tratam de melhorar as relações entre as comunidades zapatistas com a sociedade civil nacional e internacional. Abordando o tema “Autonomia e poder”, Raul Ornelas trabalha a relação da luta zapatista com o poder, dizendo que nas transformações sociais, a autonomia aparece como forma de resolver relações com o poder. O autor traça um paralelo entre a revolução zapatista e as revoluções camponesas no sec. XX (Ucrânia, Aragão e Catalunha), mostrando que em ambos os casos há uma ideia de autogoverno. Neste contexto o autor cita, para nota comparativa, a revolução bolchevique, mostrando que, diferentemente desta, a revolução zapatista abandona a uniformidade e coesão, e prima por figuras de bom governo, voltado para um governo democrático; trata-se de uma ampliação dos espaços e das formas de intervenção no processo emancipador; tais características são as alternativas que o movimento zapatista apresenta frente ao sistema capitalista, buscando uma reunificação da vida social. Abordando a temática “Autonomia e revolução”, o autor apresenta a postura inovadora do movimento revolucionário frente ao poder, que é justamente não lutar pela tomada de poder; quanto a Revolução, a luta apresenta uma “revolução que torne possível a Revolução”. A existência da EZLN deve-se a uma transformação na organização político-militar para uma organização com vários níveis de participação mais flexíveis. Outro fator importante da revolução, foi a capacidade de se repensar, pois, ainda que fosse uma revolução montada pra guerra, consegue estabelecer seus esforços na construção de novas relações sociais. É, então, uma revolução não finalista, mas que se liga muito à vontade de seus membros. O EZLN, ainda que voltado para o político-militar, garante, de forma positiva, a autonomia da revolução, além, obviamente, de cuidar do processo armado da revolução. O EZLN se apresenta não como o todo, mas apenas uma parte da revolução, o que explica o porque o EZLN não busca o poder e mostra, também, como essa revolução busca uma autonomia, mas não o poder supremo, pensando no bem comum de suas comunidades. Na “Autonomia e bom governo”, o autor trata primeiramente do modo de ação zapatista de bom governo, mostrando

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