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História e patrimônio

Por:   •  24/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.985 Palavras (12 Páginas)  •  147 Visualizações

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Universidade Federal De Viçosa[pic 1]

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de História

Curso de História e Patrimônio

PROJETO DE PATRIMONIALIZAÇÃO

Viçosa, 2015

Índice

Introdução 3

Desenvolvimento5

Conclusão12

Notas 13

Referências..................................................................................................................................14

Introdução

Este trabalho é sobre as justificativas para a patrimonialização da Igreja Santa Rita de Cássia em Viçosa - Minas Gerais.

O trabalho do tombamento é feito quando não há um interesse somente individual, mas quando há interesse e identidade coletivos. Ao longo deste trabalho vão ser apresentadas as identidades e as formas de influência da comunidade católica para com a comunidade viçosense.

Os aspectos da ocupação do povoado que viria a ser de Santa Rita do Turvo, serão apresentados no decorrer do trabalho, todavia é importante apresentar, desde já, que no início da ocupação que se deu no século XIX o papel da igreja já mostrava-se presente. Em primeiro momento, na criação de uma ermida de Santa Rita, posteriormente, com o aumento do povoado, a construção de uma nova capela de Santa Rita em uma região mais plana que foi propícia para a construção de novas edificações e para o crescimento do povoado.

O objeto deste trabalho é datado de 1950, sua estética um tanto quanto eclética será apresentada com detalhes posteriormente.

Em uma via de mão dupla tanto cidade quanto igreja experimentavam o desenvolvimento na década de 1950.¹ A cidade com a instauração de novos comércios, e o templo que virara santuário, os sinos mecânicos que outrora anunciavam festividades católicas ou até mesmo anúncios fúnebres silenciaram-se, sinos eletrônicos aqui chegaram como prenuncia de um novo tempo que aproximava-se.²

A influência da igreja e preocupação para com seus fiéis serão apresentados mais adiante. Como prenuncia, Cônego Modesto Paiva, tido em Viçosa como semideus³ teve um papel importante no que tange os princípios morais daquela época, conservador, em suas celebrações filas eram separadas por sexo, mulheres com cotovelos à mostra eram expurgadas da missa.4 Além disso, era concebido, por ele, todo o ritual sacro em sua celebração.

Será apresentada uma análise posterior da identidade do povo para com a igreja. Como iniciação é preciso apresentar que com o carisma e o poder de persuasão de Cônego Modesto o objeto de trabalho capturado foi erguido com os braços do povo, em forma de mutirão e ajudas, deixando assim clara a ligação e poderio da igreja para com sua população.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, bem como; sites de pesquisa, blogs, aliados a isso, visitas ao Santuário de Santa Rita de Cássia ademais, relatos cônego da cidade, Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho.

       

[1]

Desenvolvimento

Após contextualização histórico – temporal da formação da cidade, é válido ressaltar alguns pontos importantes que marcam as relações culturais da Igreja com a população. À começar pela forte presença católica na lógica da construção da atual cidade, em dois momentos principais, quanto a fundação da primeira ermida em uma região de vale e posteriormente em uma região mais plana, o que faz o movimento de gradação de iniciação e expansão, um primeiro controle das terras e moradias, influência na dinâmica da construção urbana, presente até no nome da cidade, durante uma época, Viçosa de Santa Rita, suposta homenagem ao eminente bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, entre outros.

Além dos aspectos estéticos da Igreja Matriz Santa Rita de Cássia, que serão expostos com minúcias de detalhes posteriormente, é importante sublinhar que o objeto do trabalho capturado data de 1950 e foi construída com braços do povo da cidade, em forma de mutirão, o que denotava também a forte ligação da Igreja e do seu poderio com a população.

Não se resume a aspectos estéticos o objeto. Dentro da gama cultural, o papel formador da Igreja, não pode ser ignorado, dentro de dois vieses, a formação moral, de conduta e ética seguindo preceitos que controlam e direcionam a postura cidadã alicerçada no conjunto de livros formadores da Bíblia, como também, na formação intelectual, dentro de uma perspectiva de que a igreja é um dos primeiros veículos de laços cultural-paradigmático, na figura do representante religioso como modelo a prestar-se submissão e o qual dever-se-ia almejar pela sabedoria nas suas colocações perante aos diversos problemas impostos.

E não somente dentro dos aspectos ideológicos e no campo das ideias, mas nas ações ofertadas e promulgadas pela Instituição, desde a chefia de Santas Casas, até nos trabalhos sociais ofertados aos mais necessitados, desde a pastoral da criança, que em Viçosa conta como uma creche, sob supervisão de uma ordem de irmãs, como outro exemplo a pastoral do idoso e/ou as inúmeras campanhas para a arrecadação de alimentos e agasalhos, porém não deixando o propósito evangelístico.

Entretanto, o que toca de forma mais pertinente quanto ao cultural, são as relações de memória, de afetividade que acompanham o relacionamento entre a população e a Igreja, que dentre um leque de opções podemos ilustrar desde a proximidade do ser com o estético e com a linguagem própria dos seus signos, como o badalar dos sinos, as cores litúrgicas e disposição de imagens, por exemplo, até uma visão mais apurada, que deixa de ser, em sua maior parte memória, para o florescer da história, com a perspectiva do entendimento do passado morto, doravante buscando as razões de como a crença e a tradição se mantém vivas e sobre o estudo de um credo fervoroso e contínuo arrebatador de mais rebanhos.

A questão da memória ela deve ser entendida não como a grande justificativa do processo de transformação em patrimônio, mas pelo sentidos de aproximação e identidade, não como uma metonímia ou por ela mesma, mas como símbolo de uma origem de um novo momento histórico da cidade, identidade carregado da duplicidade de se iniciar ou dar continuidade ao novo (história) e com o que é próximo de nós (memória), que o objeto tem com a população e como, dentro dos aspectos históricos, a Igreja povoa os conscientes coletivos,5 como ela funciona como suporte para as memórias6 e como relacionar a Instituição Social com as imagens de sobre os ideais de hegemonia de grupos de memória7 ou não ou movimentos de enquadramento e resistência dela.8

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