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Imigração Italiana no Rio Grande do Sul

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Por:   •  26/10/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.590 Palavras (27 Páginas)  •  222 Visualizações

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Imigração Italiana no Rio Grande do Sul

Maria Cristina M. Capelão Silveira

Professor: André Bazzanella

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

HISTÓRIA / Licenciatura (HID 0541) – Trabalho de Graduação

14/11/09

RESUMO

A imigração foi uma válvula de escape para a Itália, pois havia muita mão – de – obra e pouca oferta. Os colonos que trabalhavam tinham que dar metade de sua produção aos – barões e condes -, não lhes sobrando muitas vezes o alimento. Passavam fome e necessidades, se abrigavam do frio com o calor dos animais. A possibilidade de ter sua própria terra e não passar mais dificuldades foi o que impulsionou esses trabalhadores a buscarem ajuda em outro continente, sonhando com dias melhores.

Palavras – chave: Colonos; Fome; Possibilidades.

1 Introdução

Foram capazes de dar a própria vida em troca de polenta para sua família. Tendo garra quiseram provar a si próprios e ao mundo que não eram o lixo da Itália, apenas menos afortunados, nascidos em regiões acidentadas, de famílias pobres e numerosas. As humilhações pela submissão aos poderosos, a fome e o descaso que sofriam somados à falta de emprego e opções de um futuro melhor, os empurravam para fora, sendo a Itália um país pequeno e tendo 76% de sua região montanhosa, algumas áreas ainda permanentemente cobertas pela neve. Na parte norte da Itália, de onde veio a maior parte dos imigrantes, as temperaturas de Janeiro, forte do inverno, ficam entre 0° e 20° negativos, com muita chuva. Há vulcões em muitas regiões como o Etna, o Vesúvio, Stromboli e Vulcano. Enfrentam também abalos sísmicos que de vez em quando sacodem o território, não tendo condições para o cultivo da lavoura.

2 Motivos da imigração

O forte da imigração aconteceu no século XIX, quando um milhão e meio de europeus aportaram no Brasil. Por que o governo se interessou em trazer tanta gente de lá? O principal motivo era tentar modificar as estruturas do país, baseadas na monocultura, no latifúndio e na escravidão. Estes habitantes ajudariam nas fazendas de café de São Paulo, com tempo se tornariam pequenos proprietários, produziriam gêneros alimentícios e criariam mini-indústrias. No sul, serviriam de barreira contra as pretensões da Argentina, formando um exército branco e ajudariam a branquear a raça, na maioria negra e mulata.

A entrada em massa de europeus no Estado começou com Don Pedro I de comum acordo com o governo daqui. Estabeleceu-se que só poderia ser aceitos imigrantes com bons antecedentes. O comprovante podia ser fornecido pela autoridade civil ou também pelo pároco ou pastor. Outra decisão era que a metade deles deveria vir do norte da Europa e a outra metade, do sul. Podiam ser escandinavos, escoceses, ingleses, holandeses entre outros, assim contava trazer milhares deles, o que não aconteceu. Só seriam aceitos italianos residentes em Tirol, que se encontrava no domínio da Áustria. Os que não pertenciam a esta região tinham o espírito aventureiro. Outro motivo para recusar os italianos era o de ter a Itália usurpada dos Estados Pontifícios por ocasião das lutas de Garibaldi pela unificação, o que levou o governo brasileiro a protestar junto ao rei Vitório Emanuel II. Don Pedro II, casado com a princesa napolitana Teresa de Bourbon, favoreceu a imigração italiana. Levado pelo bom exemplo dos tiroleses aqui chegados. Pessoas ordeiras, com profundo amor à família, religião e trabalho. O imperador começou pelo norte da Itália, sendo a parte mais rica e evoluída do país, a população vivia em condições precárias. A situação era crítica para os camponeses pobres, sem emprego e sem terra para plantar. Assim começou o movimento migratório maciço para o Brasil. Só ao Rio Grande do Sul, entre 1875 e 1914, vieram em torno de 100.000 italianos. Segundo Loraine, “a emigração, servirá para aliviar as tensões internas causadas pelas estruturas econômicas rígidas, pela ausência de capitais e pela manutenção das mesmas relações de produção.”

3 País acolhedor

Foi o Brasil, possivelmente, o único país a montar uma empresa de colonização visando o benefício e não a exploração de estrangeiros. Se a mesma forma de empreendimento tivesse sido adotada em relação aos brasileiros, ou aos escravos libertos, estes não teriam enfrentado como enfrentaram o grave problema de exclusão da sociedade brasileira. O império brasileiro tratou seus súditos de forma discriminatória e preconceituosa.

O movimento emigratório vai proporcionar uma movimentação de capitais apreciável. A emigração passa a ser um fenômeno desejável, tanto para acalmar os grupos políticos antagônicos, como para desafogar o país da pressão social, criada pelo crescimento demográfico e pela incapacidade de absorção, pelo mercado, da mão – de – obra disponível.

No caso do Rio Grande do Sul, a imigração tornou-se necessária para a revitalização da agricultura do trigo, abandonada desde 1820. Por outro lado, o povoamento deveria ser completado, nas terras devolutas pertencentes ao Império, que estavam situadas estrategicamente entre a zona da Campanha e dos Campos de cima da Serra. A organização colonial na Província mereceu grandes cuidados, preparou-se a empresa de tal forma que está só poderia ser exitosa. O governo provincial financiou o empreendimento, endividando-se.

Os lucros só se fizeram sentir em longo prazo, quando já no início do século XX as colônias passam a ser participantes da economia estadual.

Sobre a imigração e os imigrantes, o imigrante heróico, trabalhador, econômico e realizador da economia gaúcha é a imagem que o grupo criou sobre seus feitos.

A imigração foi uma empresa montada para favorecer a força de trabalho européia, e, por conseqüência, a expansão do sistema vigente. Os imigrantes foram os beneficiários de uma experiência inédita, não os feitores da mesma. Para assegurar o êxito das colônias foram empenhados apreciáveis recursos, que poderiam ter sido aplicados em benefício da própria população brasileira.

A “nação gaúcha” deixou de existir. Só o Estado Novo vai tornar brasileiros os europeus, trazidos pela política Imperial de Imigração e Colonização. Durante muitos anos continuavam ligados mais à Pátria ingrata, que os expulsara, não lhes dando condições de

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