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Londres e Paris no seculo XIX: O espetaculo da pobreza

Por:   •  3/8/2019  •  Resenha  •  2.651 Palavras (11 Páginas)  •  316 Visualizações

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• MULTIDÃO

Hábito de leitura se esp “gestos automáticos e reações instintivas em obediência a um poder invisível modelam o fervilhante desfile de homens e mulheres e conferem à paisagem urbana uma imagem frequentemente associada à imagem de às ideias de caos”. (p. 10)

alha pelas classes sociais e surge a exigência de identificação popular nos romances: os autores do séc XIX colocam-se como observadores das cenas de rua, o espetáculo da própria vida e das ruas torna-se visível nos textos.

A multidão nas ruas foi considerada um acontecimento inquietante, incitando do fascínio ao terror: Vê a multidão como uma presença de dimensão anônima. Sua movimentação compõe a representação estética da sociedade, porém, como literatos e analistas sociais do séc XX, “tem suspensa a identidade individual, substituída pela condição de habitante de um grande aglomerado urbano” e “perde parcela dos atributos humanos e assemelha-se a espectros”.

Cita Walter Benjamin: fez da multidão seu tema de estudo (andando pelas ruas e usando transportes coletivos) e tendo a vida cotidiana como um permanente espetáculo. Trata o acaso como determinante no encontro nas grandes cidades. No entanto a Paris da metade do séc XIX se divide em diurna e noturna. Durante o dia, a cena urbana se vê ocupada por trabalhadores. Já durante a noite, é tomada por criminosos e prostitutas. Nessas horas “o acaso se transfigura em temeridade”.

Cita Baudelaire: fixa poeticamente o olhar na figura feminina, que quando passa suspende o tempo e o barulho ao seu redor por um instante. Ele não pretende decifrar, apenas aceita como caos e assinala os aspectos alarmantes e ameaçadores da vida urbana.

Cita Edgar A. Poe (“O homem das multidões”): examina minunciosamente os elementos que compõe essa “maré humana”. A peculiaridade das figuras permite agrupar e ao mesmo tempo hierarquizar os grupos. “Ninguém se desvenda todo para o outro e ninguém é para o outro inteiramente impenetrável” (Walter Benjamin sobre a descrição de Poe, p. 21)

•Pobreza se concentrava em regiões próximas às docas e a regiões industriais da cidade, como East End e South London, tomadas pelo desemprego.

• COTIDIANO

Compara a cena noturna com a selva virgem, assemelhando os assaltos com os ataques dos índios, e o zunir das cidades como uma colmeia de abelhas. Tratando como necessário para literatura a identificação dos elementos comuns com a escrita anterior.

Viver numa grande cidade necessita um olhar para interpretação de sinais e códigos o tempo todo.

Nesse tempo, as atividades humanas perderam qualquer vínculo com a natureza e se tornam subordinadas ao tempo abstrato, da divisão do dia e do “tempo útil”, que seria o tempo de trabalho. Deixa de se guiar pelo tempo natural, feudal, e passa a ser medido pelo tempo fabril, indispensável para a constituição da sociedade. Exemplo disso foi a construção do Big Bem, na primeira metade do séc XIX, representante da cidade de Londres, cidade marco da Revolução Industrial.

• REFLEXOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A industrialização atraiu milhares de imigrantes e a possibilidade de emprego serviu de incentivo para população do campo e de outras regiões também irem para as cidades industriais que se formavam. Isso acarretou em um inchaço nas cidades, e decorrente desse, vários problemas relacionados a qualidade vida da população urbana.

A cidade não conseguia suprir as necessidades de sua população e as indústrias não possuíam postos de trabalho suficientes para absorver toda essa mão de obra e ao buscar melhores condições de vida se depararam com o risco de serem super explorados sujeitos a condições deploráveis dos poucos empregos que pleiteavam.

Assim, Londres que era considerada um exemplo de civilidade passou a ser comparada com o inferno, pela alta população descuidada e rodeada de fumaça das indústrias que circundavam a cidade. Diante disso crescia a miséria, e a paisagem urbana se mostrava profundamente deteriorada pela quantidade de mendigos, pela sujeira e pelo crescimento dos bolsões de pobreza que muitas das vezes era proliferador de várias doenças. A visão da cidade mudou para casas mal planejadas e sujas e a figura londrina passou a ter um aspecto “doente, pálido e magro”. Também se planejavam rebeliões pois não queriam viver de caridade das classes mais ricas. “nao a caridade, sim ao trabalho”, nesse momento “o lugar mais bonito da Europa se transformou num sórdido acampamento de vagabundos e desempregados”.

Cita Fourier: afirma que além da miséria de Londres, Paris caminha para a mesma miséria na degradação da condição humana. Essa degradação é sempre uma crítica da pobreza proletária londrina e de suas más consequências para a vida da cidade. É o argumento mais utilizado pelos franceses quando elaboram em suas projeções as futuras condições de vida em Paris já colocando aos olhos a questão da precariedade da condição de vida humana nessas duas grandes cidades europeias.

Cita Buret: tem uma imagem pessimista onde “a humanidade se vê afligida desse mal (a barbárie) que ela apenas entrevê, pois estamos longe de conhecê-lo em toda sua extensão; os governos se inquietam com razão, eles temem que, no seio dessas populações degradadas e corrompidas, explodam um dia perigos inabarcáveis”. Essa imagem explicita a diferença entre a pobreza - que atinge o homem fisicamente - e a miséria - que o atinge emocionalmente, e é nessa questão que na França os contemporâneos vêem o perigo que é a ameaça política que a miséria cria.

No final do século persistiu a imagem negativa do novo mundo industrial, onde Leon Say diz ser a causa de uma doença social nova – o pauperismo (estado crônico de privação das coisas essenciais a vida – alimentos, água entre outros). Dessa nova doença, inicia-se uma nova questão, quanto custa por dia, à vida? O historiador Michelet confirma em seu livro “La Peuple” a imagem corrente de degradação da vida (condição humana desses operários da cidade). Esse historiador juntamente com Engels tem um fascínio pelo progresso, mas tinham um constrangimento em relação ao auto custo humano para se realizar tal progresso.

Pois, a máquina vulgarizava os produtos mais diversos e colocava o homem como servo (além de dominar o corpo, ela cobiçava a mente). Assim, afastado de qualquer atividade de pensamento, esses homens perdem exatamente que os diferenciam dos seres irracionais, a razão.

Cita Michelet: busca as razões do comportamento do operário que, no seu maior espetáculo

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