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MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

Por:   •  13/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.626 Palavras (7 Páginas)  •  156 Visualizações

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A notícia “Mulheres conquistam mais diplomas, porém menos empregos, diz OCDE” foi publicada pelo jornal “O Globo” no dia 11 de setembro de 2018, e discute sobre dados e estudos divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), concluindo que  hoje o número de mulheres com diploma de ensino superior cresce e ultrapassa o de homens nos países que integram a OCDE, contudo, continuam com espaço limitado no mercado de trabalho.

Para entender por que os estudos revelam tal realidade enfrentada e compreender a situação da mulher atualmente no mercado de trabalho é preciso antes conhecer toda sua história.  Desde o início da civilização a mulher vem sofrendo com a opressão e discriminação, simplesmente por nascer mulher, ocupando o papel de subordinada em razão de seu gênero e pela maneira que a sociedade sempre lhe enxergou. A mulher era vista tão somente como filha, futura esposa e mãe dedicada, sempre submissa ao homem, seja ao seu pai, ou ao se casar a seu marido, necessitando a autorização do mesmo para realizar qualquer ato, inclusive judicialmente, pois apenas assim seria válido. Como mãe ela era responsável por seus filhos, porém quem detinha maior poder era o pai.

Se tratando da educação da mulher, somente no século XIX, com as transformações no cenário mundial, com a industrialização e urbanização, surge a possibilidade de profissionalização das mulheres com a criação de escolas para moças. A primeira profissão que libertou a mulher para o mercado de trabalho foi o magistério, e tal fato estava ligado à imagem de moralidade que a mulher passava, pois se acreditava que ela, por ser mãe e saber melhor cuidar das crianças, seria a figura ideal para exercer tal função.

Mesmo mais tarde, no mercado de trabalho, assim como em outros ambientes, a mulher não era respeitada e menos ainda valorizada, discriminada e explorada trabalhava por até 16 horas diárias para receber salários sempre inferiores ao salário do homem.

Apesar de enfrentar diversas dificuldades e historicamente ter sido sempre tão desrespeitada e desvalorizada, a mulher contribuiu muito para o crescimento e o desenvolvimento da sociedade. Foi nesse cenário, onde a falta de valorização começou a ser intolerável e a causar cada vez mais indignação, que a luta por seus direitos começou, principalmente aqueles referentes às relações de trabalho.

Após grandes movimentos, lutas e buscas por melhoria e igualdade, muito foi conquistado, a mulher conseguiu ter seus direitos e deveres assegurados por lei, garantindo proteção em todos os âmbitos, inclusive no âmbito trabalhista.

Hoje as mulheres têm direito a ter salários iguais aos dos homens, mesmo que na prática isso ocorra a uma minoria, a poder assumir cargos de chefia, como tantos outros direitos que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e a Consolidação das Leis Trabalho asseguram e que antes não era possível. Entretanto, basta observar dados e estatísticas atuais sobre o assunto para perceber que os direitos assegurados por lei não são efetivos, pois o que está escrito não se concretiza na realidade, as mulheres continuam lidando com a desigualdade, por isso ainda há muito pelo que se lutar.

Conforme a publicação do jornal “O Globo” confirma, assim como várias notícias e pesquisas anunciam constantemente, atualmente, mesmo tão quanto ou melhor preparadas que os homens, para as mulheres as oportunidades no mercado de trabalho ainda são menores. As desvantagens enfrentadas por elas começa pela remuneração, que via de regra é menor se comparada a dos homens, mesmo quando exercem as mesmas funções. Se for negra, a desigualdade é ainda maior. É uma informação que não surpreende mais, mas que nem por isso é normal. Como já dito, a diferença da remuneração no mercado de trabalho para homens e mulheres acontece ainda hoje, devido ao principal fator, o cultural. 

Conforme entrevista sobre a inserção feminina no mercado, realizada pelo site Exame em 2011 e respondida pela cientista social e pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Gênero da UFRGS, Adriana Paz, a mesma afirma que a ocupação da mulher no mercado de trabalho ocorre na maioria das vezes, em setores que a sociedade define sendo predominantemente femininos, como os de educação, saúde e serviço social. Trata-se de funções que remetem a esfera doméstica, as tarefas de casa que são atribuídas unicamente à mulher, quando deveria ser comum a ambos os sexos, como cuidar do filho, entre outras. Por remeterem aos afazeres domésticos, tais carreiras são menos valorizadas e consequentemente são menos remuneradas.

Hoje as mulheres ocupam a maior parte dos bancos escolares e universitários, e mesmo buscando qualificação, as oportunidades não são as mesmas e ainda assim encontram dificuldades para se inserirem no mercado de forma igualitária.

Apesar das conquistas e resultados positivos, a mulher ainda sofre muito preconceito e há muitas dúvidas em relação à sua capacidade e entrega ao trabalho. Como sempre a mulher é vinculada a toda sua responsabilidade com o lar e filhos, e isso acaba se tornando mais um motivo para dificultar a disputa por uma vaga de trabalho. Geralmente, os diretores de empresas acabam dando preferência à contratação de homens por acreditarem que os mesmos terão mais disponibilidade no trabalho, como por exemplo, para viajar e realizar hora extra. Ao contrário da mulher, que é vista como uma profissional que tem responsabilidades domésticas, e se tiver filhos, a situação piora, porque os compromissos dentro de casa se tornam ainda maior. Alguns acabam até desistindo da sua carreira e projetos, abrindo mão de seus sonhos para evitar prejuízos à família. Também há o fato de que a estrutura organizacional da maioria das empresas é predominantemente masculina, o que diminui as chances de progressos nas carreiras das mulheres em relação aos homens. 

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Fonte: Site Jornal Estadão

A falta de reconhecimento e valorização das mulheres profissionalmente é um problema que está enraizado em nossa cultura e existe desde o inicio das relações humanas, uma situação que acontece não só no Brasil, mas no mundo todo, por isso devemos questionar e problematizar certezas corriqueiras a respeito da mulher e suas funções e acabar com preconceitos que limitam o seu poder e capacidade. Seja sobre acesso ao emprego, desigualdade salarial ou outras formas de discriminação, é preciso fazer mais para reverter essa tendência persistente e inaceitável e uma das principais ferramentas para começarmos a mudar isso é através da educação, abordando mais sobre o assunto nas escolas e meios sociais, para que possamos de vez romper paradigmas que assombram e atrasam nossa evolução como seres humanos, diferentes e únicos, cada qual com suas necessidades e particularidades, porém todos possuidores de direitos e deveres iguais, independente de cor, raça, etnia, credo ou gênero.

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