MUNDO ATLANTICO E CULTURA ATLANTICA

MUNDO ATLANTICO E CULTURA ATLANTICA

O mundo do atlântico é um lugar de interação entre povos que tem suas formas de agir, pensar e perceber as ações do outro julgando aquilo que elas têm ou possuem de lucrativo, principalmente no caso do colonizador europeu que faz desse espaço geográfico e cultural o seu entrepostos de negócios.

Esse mundo é ponto de encontro para os povos da Europa e da África que vão aprofundar suas relações comerciais, agora por mar, dando ao espaço até então pouco conhecido às características de um mundo das caravelas, dos tumbeiros e do lucro por meio da escravização do homem negro da África.

A chegada do europeu na costa atlântica da África desencadeia um processo de interação com o exterior. O mundo diminui do ponto de vista das distâncias que agora eram percorridas por navios e não mais ou pouco menos por terra, dando a interface cultural entre povos do Velho Mundo e povos dos Novos Mundos recém-descobertos a oportunidade de um contato mais direto do ponto de vista da interação cultural.

A navegação dava-se de maneira a beneficiar ao que dela necessitava para seus negócios. O mar era o campo aberto do fluxo de rotas comercias que davam lucro para os navegadores, onde os mesmos podiam chegar a determinados locais com certa facilidade para adquirir seus produtos os mais variados possíveis para o comércio dos lugares ao qual eram originários. Nesse contexto, o navegador europeu foi o mais eficiente tal vez, tendo a seu favor uma posição geográfica privilegiada e um contato há algum tempo com a África.

Uma experiência marítima dos portugueses anterior a colonização da costa africana tal vez tenha sido outro fator para um possível sucesso dos ibéricos no mar atlântico. O mar Mediterrâneo e o mar do Norte foram espaços de treinamento daquilo que viria a ser um projeto naval desenvolvido ao longo do final do século XV e todos os séculos XVI e XVII no Oceano Atlântico. Assim, a navegação costeira de Portugal contribuiu para o sucesso desse empreendimento sobre as águas que os portugueses – não só eles, os espanhóis, holandeses e franceses também participaram – teria agora que desbravar para garantir a sobrevivência o estado português.

Porem, nem tudo era perfeito como se possa imaginar para os portugueses que enfrentavam o mar e sentiam na pele sua fúria caindo desavisados em seus labirintos mortais. As correntes eram bem definidas no mar e os navegadores precisavam entender essas correntes para poderem chagar ao destino ora ou não traçado. Uma vez no mar o ideal era registar o fluxo da corrente e segui-la como se segue um rio para não correr o risco de se perder em meio ao oceano.

Nesse contexto de navegação e interação de povos outro fator irá surgir como elemento modelador do mundo atlântico, a cultura. Esta terá papel decisivo na formação do corpus social do Novo mundo, onde a influência de uma cultura branca sobre a negra e a inter-relação das duas serviu de base para a estruturação de um mundo totalmente diversificado.

As reelaborações culturais feitas pelo negro na América têm como base o fluxo de ideias; oralidades, expressões corporais, ritos e tantas outras manifestações que iam cotidianamente se modelando em face do contato direto ou indireto de negros e brancos em meio ao espaço vivido e compartilhado do