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Madame Delphine LaLaurie

Tese: Madame Delphine LaLaurie. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/11/2014  •  Tese  •  1.468 Palavras (6 Páginas)  •  160 Visualizações

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A historiadora Harriet Martineau, reuniu a partir de 1838 testemunhos de habitantes de Nova Orleans a respeito dos escravos pertencentes aos LaLaurie. Muitas pessoas observavam que esses escravos eram "singularmente fatigados e magros"; entretanto, em suas aparições públicas Delphine sempre era delicada com os negros e solícita com a saúde de seus escravos. O Tribunal de Registros na época continha notas de que os LaLaurie haviam emancipado dois de seus escravos (chamados Jean Louis em 1819 e Devince em 1832).

Uma imagem do incêndio publicada nos jornais de época

Por outro lado, corriam boatos de que Delphine na esfera privada tratava seus escravos de uma forma muito diferente. Autoridades policiais visitaram a Mansão em Royal Street em mais de uma ocasião para devolver algum escravo que havia desmaiado extenuado enquanto tentava cumprir alguma tarefa. Um número considerável havia tentado fugir e na maioria das vezes, quando estes eram trazidos de volta, não eram mais vistos. Algumas leis em vigor em Nova Orleans arbitravam a relação entre escravos e senhores, proibindo que "escravos de casa" recebessem punições consideradas cruéis. Uma amiga de Delphine, no entanto, recordou que uma das criadas da casa, uma jovem escrava, implorou que ela a ajudasse, pois temia que a patroa LaLaurie a matasse.

Várias outras pessoas lembraram estórias envolvendo a crueldade da Madame LaLaurie. Um advogado amigo da família contou ter visto certa vez uma menina chamada Lia, de apenas 12 anos, fugir para o telhado da casa apavorada dizendo que sua senhora queria arrancar sua pele. Enquanto ela chorava desesperada, Delphine aguardava com um chicote prometendo que a punição seria muito pior se ela não descesse imediatamente. Quando ela se negou, a patroa mandou que atirassem pedras para força-la a obedecer. A menina se desequilibrou e caiu quebrando o pescoço. Furiosa, Delphine teria mandado prender o cadáver da menina no poste e ela própria a açoitou inúmeras vezes. O pecado de Lia foi puxar o cabelo da patroa enquanto lhe passava a escova.

Em outra ocasião, Delphine teria ficado descontente com a refeição servida a convidados ilustres na mansão. Para punir os escravos ela teria mandado que eles não recebessem comida por dias, mas eram obrigados a assistir que ela e a família fizessem suas refeições diariamente. Quando um deles desmaiou, Delphine teria mandado que a pobre coitada fosse levada para os fundos, colocada em um caixão e enterrada no jardim. A preocupação da Madame com supostos escravos roubando comida beirava a paranoia. Nenhum deles podia comer nada sem que ela pessoalmente permitisse, como resultado muitos sofriam horrivelmente e definhavam a olhos vistos.

Boatos também diziam que Delphine chegou a ser processada por maus tratos a nove escravos que trabalhavam numa plantação da família. Esses escravos foram supostamente vendidos para outra fazenda, mas alguns dizem que eles jamais chegaram ao seu novo trabalho. Eles teriam sido mortos no caminho e enterrados nos pântanos da Louisiana. Havia ainda muitas outras estórias relatando maus tratos que iam de criadas apanhando com chicotes até escravos que tinham os dedos, mãos, pés cortados com a lâmina de machadinhas por terem cometido falhas, como por exemplo, não polir corretamente a prataria da casa.

Em 10 de abril de 1834, um incêndio começou na cozinha da mansão na Royal Street.

Os donos da casa estavam fora e as autoridades foram chamadas para ajudar no combate ao fogo. Na cozinha encontraram uma mulher negra de setenta anos, a cozinheira favorita da família, acorrentada ao forno pelos pulsos e tornozelos. Mais tarde, a mulher confessou que havia iniciado o incêndio como uma tentativa de suicídio por temer a patroa. As palavras dela foram: "Eu tenho medo de ser levada para o andar de cima. Ninguém que é levado para lá volta"

Conforme foi publicado no New Orleans Bee, populares tentaram entrar no alojamento dos escravos para evacuá-los. Uma vez que ninguém sabia onde estavam as chaves, quebraram o cadeado e encontraram "sete escravos em lastimável estado, alguns horrivelmente mutilados... haviam cadáveres pendurados pelo pescoço pendendo em cordas, braços e pernas cortados ainda presos a correntes e inúmeros apetrechos de tortura espalhados pela câmara. Os escravos cativos contaram que haviam sido levados para aquela câmara de horrores onde sofriam horrivelmente. Alguns estavam lá há meses".

Um dos homens que descobriu a câmara de torturas foi o Juiz Jean-Francois Canonge, que posteriormente prestou depoimento sobre o que foi encontrado na mansão: "Havia uma mulher nua com um colar de ferro cheio de espinhos presa na parede por uma corrente. Os muitos ferimentos em suas costas evidenciavam o uso de chicote e ferros em brasa. A mulher contou que a Madame Delphine costumava cortá-la com uma navalha e beber seu sangue. Por vezes ela mergulhava suas mãos e rosto em uma bacia cheia de sangue acreditando que assim poderia rejuvenescer."

Uma representação em cera da Câmara das Torturas

Canonge continuou em seu testemunho: "Uma velha negra tinha um ferimento profundo na cabeça e estava fraca demais para falar ou andar. Um homem havia sido castrado e o ferimento fora costurado com barbante, a língua dele também foi cortada para que ele não pudesse reclamar".

Um dos homens de confiança dos LaLaurie, quando interrogado confessou que a câmara de torturas era usada há anos e que a patroa se divertia quase que diariamente atormentando

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