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Museologia e Sala de Aula

Por:   •  8/11/2021  •  Trabalho acadêmico  •  940 Palavras (4 Páginas)  •  78 Visualizações

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Olá, professora Camila

Tudo ótimo, e com você?

Como você tinha pedido para eu me atentar a buscar por fontes, eu procurei por diversas revistas do século XIX, que tratavam sobre os Deputados e sobre o Imperador, como a Revista Illustrada, onde encontrei diversas imagens que exemplificam bem as famosas casacas e sobrecasacas da época e como eram utilizadas para se misturar na sociedade. E o Jornal do Commercio que pelo que pude observar era uma espécie de classificados, eu notei o aumento exponencial dos anúncios referentes a indumentária, principalmente referente as casacas e sobrecasacas ao longo dos anos. Em minha busca por fontes, encontrei uma HQ satírica de Dom Pedro II bem interessante chamada "Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a viagem picaresca do Imperador de Rasilb pela Europa" narrando sobre a sua primeira viagem ao exterior em maio de 1871, onde o monarca brasileiro deixou o Rio de Janeiro com sua comitiva rumo a Portugal, para dar início à sua viagem pelo continente europeu, Egito e Ásia Menor. Ao longo de toda história em quadrinhos o monarca é representado como “monarca-cidadão”, demostrando toda a aversão que o Imperador teria da ritualística que envolveria a monarquia, o que incluiria as vestes e símbolos monárquicos, assim como o cerimonial e os privilégios que adviriam de sua posição e o destacariam dos demais. Suas vestes oficiais deram lugar a um jaquetão, a um chapéu baixo e chinelas, com o uso de um chalé manta quando necessário e de acessórios como um guarda-chuva.

Na 1° imagem, os quadros correspondentes à momentos antes da viagem, ainda em seu reino, ao início de sua segunda passagem por Portugal e ao final de sua travessia no continente. Todos os quadros destacam elementos do vestuário utilizado pelo Imperador durante toda sua viagem. Se passando por um cidadão comum, D. Pedro II teria assumido semelhante aparência, encontrando governantes e atravessando toda a Europa trajando roupas comuns, na tentativa de se desvincular dos traços típicos dos regimes monárquicos que vinham sendo criticados na época e ligá-lo à noções de “democracia”, na medida em que o aproximava de qualquer indivíduo.

Na obra ‘’Fardas do Reino Unido e do Império’’, de José Wasth Rodrigues, encontrei iconografias referentes as vestimentas da corte, dos deputados, senadores e principalmente de Dom Pedro II e como elas evoluíram ao longo do século XIX. Inclusive me atentando ao fato sobre a ‘’pose napoleônica’’ do Imperador através das fotografias em que ele aparece sempre com a mão inserida dentro de sua casaca, o motivo dele adotar essa pose, para mim ainda está bastante incerto, fiquei ainda de pesquisar mais sobre isso. Na imagem 2, onde mostra as fardas de Dom Pedro II, é possível observar que os três na parte de cima possuíam bastante ornamentos, já o terceiro, e também o favorito do Imperador, era uma simples sobrecasaca com botões dourados e um galão sobre os ombros no lugar das dragonas. Demostrando sua simplicidade.

Outro ponto que eu observei ao longo das leituras foi a questão da adoção da cor preta na indumentaria masculina como a cor que representaria o homem comum, o novo homem que surgia nessa era mais industrial, representando, ao mesmo tempo, um emblema de respeitabilidade masculina. Marcelo Araújo, em seu livro ‘’Dom Pedro II Moda Masculina na Época Vitoriana’’, associa essa consolidação da cor preta e das mudanças da indumentária com a ‘’moralidade vitoriana’’. Foi nesse mesmo livro que eu li uma citação muito interessante, datada de 1861, do diário de Dom Pedro II ‘’Nasci para consagrar-me às letras e às ciências, e, a ocupar posição política, preferiria a de presidente da República ou ministro à de imperador’’, demostrando seu descontentamento com as formalidade e os ritos do Império, mesmo que isso trouxesse inúmeras criticas para seu governo e para sua imagem, causando descontentamento principalmente com os militares que realizavam críticas sobre a ausência de um Imperador que exprimisse masculinidade, vestisse os trajes oficiais e montasse em cavalos, coisas que o Imperador detestava. Ao invés de se portar com a coroa e com espadas, o Imperador preferia portar seu guarda-chuva e sua mala, buscando, sempre que podia evitar esse tipo de associação com os ritos imperiais. Ao ler sobre o descontentamento dos militantes devido ao comportamento e as vestimentas do imperador, pensei diretamente no fim do reinado de Dom Pedro II, é claro que é preciso observar toda a conjuntura em que ele se encontrava no final do seu reinado e da questão política e social, mas, com toda certeza essas ações e costumes do Imperador influenciaram bastante o imaginário militar ao longo dos anos, fazendo-os desejar alguém mais representativo no comando da nação.

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