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Nascimento e Expansão do Tráfico Europeu

Por:   •  3/4/2020  •  Abstract  •  2.120 Palavras (9 Páginas)  •  232 Visualizações

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Nascimento e expansão do tráfico Europeu

A Europa não se manteve ausente das correntes de trocas negreiras anteriores ao tráfico transatlântico. A sua participação inicialmente menor e indirecta, faz-se por intermédio dos seus vizinhos muçulmanos. Depois, a partir do século XIV, os europeus, principalmente os da península ibérica, esforçaram-se, não sem êxito, por abrir vias de trocas directas com África atlântica. Inicialmente polivalentes, estas trocas acabaram por se concentrar nos escravos como mercadoria privilegiada. Tendo-se tornando rapidamente independente dos canais árabes, o comércio de escravos feito pelos europeus havia de conhecer uma ampliarão sem precedentes. ELIKIA (2003:249)

Vias árabes e apetites europeus

A escravatura era um estatuto social corrente na Europa medieval. No fim da idade média, os escravos que se encontravam na Europa eram, na maior parte originários dos países instalados nas margens do mar negro ou Cáucaso. Se bem que seja possível qualquer tentativa de qualificação, os negros da África constituíam uma excepção. Se a introdução proveio inicialmente da iniciativa dos árabes, os próprios europeus não tardaram a utilizar um número crescente de escravos. ELIKIA (2003:249)

A Espanha sem dúvida foi que recebeu maior número de escravos africanos como resultado da sua conquista e da longa ocupação de uma parte da península ibérica pelos muçulmanos (séculos XIII-XV). Os africanos utilizados pelos árabes serviam inicialmente como soldados. Desconfiando em ralação as tropas berbes que tinha sidos as primeiras a lançar-se na conquista da Espanha, tanto como em relação ao soldados árabes.

Mais ou menos no século X, a oferta de escravos negros sofreu um aumento regular como consequência das guerras ligadas a islamização. Os cravos negros tornaram se cada vez mais numerosos na Espanha. ELIKIA (2003:250)

Períodos

A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas. Ela é baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus. O tráfico de escravos africanos se dividiu em quatro fases:

1. Ciclo da Guiné  (século XVI) Conhecido como ciclo de Guiné, ocorreu na segunda metade do século XVI e recebeu essa denominação em função da rota do tráfico, que partia da costa oeste da África, ao norte do Equador, região onde hoje está situado o Senegal, Gâmbia e Guiné

2. Ciclo de Angola  (século XVII): Ciclo de Angola e Congo têm início por volta de 1580, mas estende-se até o final de século XVII. O número de africanos da chamada África Austral que chegaram ao Brasil é estimado em 600 mil. Na Baía, não se sabe ao certo o número de escravos que vieram desta parte do continente africano. Entretanto, pela grande quantidade de navios negreiros que aportaram aqui nessa época, presume-se que tenham chegado um grande número de escravos. O certo é que a maioria deles foi levada para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, instalados na região do Recôncavo. Além de Angola e Congo, vieram também nesse ciclo escravos oriundos de Moçambique, todos eles de etnias bantos.

3.Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé  (século 18 - 1815): No final do século XVII, uma grande epidemia de varíola registada, em Angola, provocou uma nova mudança na rota do tráfico negreiro para o Brasil. O receio de contrair a doença fez com que os traficantes voltassem a buscar escravos na região mais acima, onde hoje se situa Gana e a costa do golfo de Guiné.

4.O ciclo da Costa da Mina perdurou por dois terços do século XVIII. Dessa região da costa África. Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851) A enseada do Benim é uma baía situada na parte setentrional do Golfo da Guiné, a oeste do Golfo da Biafra.
Estende-se ao longo da costa da África Ocidental por cerca de 640 km desde o Cabo St. Paul no Gana, até à foz do rio Níger na Nigéria. Os seus principais portos são Lomé, Lagos e Cotonou. Foi O ciclo da Baía de Benin ocorre entre 1770 e 1850, incluindo aí o tráfico clandestino.

O nascimento do comércio atlântico

Estas viagens tiveram a prazo consequências incalculável. Permitiram com efeito que os europeus instaurassem trocas em seu proveito. Copiadas a princípio do modelo árabe, estas trocas deviam progressivamente adquirir uma forma específica de fazer dos escravos negros um produto de troca privilegiado ELIKIA (2003:249).

O comércio português pelo atlântico adoptou modo transaariano dos árabes, tendo recuperado a maior parte das suas características. As mercadorias transportadas pelos portugueses da África ocidental incluíam uma forte proporção dos produtos comprados na África mediterrânea e procurados pelos sudaneses. Tal foi nomeado o caso dos cavalos, um cavalo por 12 escravos nos anos 1450, um cavalo por 7 escravos a volta de 1460. ELIKIA (2003:249)

Abertura do Atlântico

O comércio de escravos no Atlântico ou comércio transatlântico de escravos, também chamado de tráfico negreiro, ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravos que foram levados para o Novo Mundo a maior parte pela rota de Comércio Triangular , eram membros de povos da África Ocidental, nas partes centrais e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados directamente pelos europeus.

Os números de pessoas trazidas foram tão grandes que, antes do final do século XVIII, os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos membros oriundos do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte. O sistema económico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos.

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