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O BRASIL DE GEISEL E A “NOVA” ÁFRICA INDEPENDENTE

Por:   •  5/11/2017  •  Monografia  •  7.933 Palavras (32 Páginas)  •  292 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE HISTÓRIA

FERNANDA REGIS COSTA

        

O BRASIL DE GEISEL E A “NOVA” ÁFRICA INDEPENDENTE

Goiânia

2013


FERNANDA REGIS COSTA

O BRASIL DE GEISEL E A “NOVA” ÁFRICA INDEPENDENTE

Monografia apresentada ao Curso de História da Universidade Federal e Goiás para obtenção do título de Bacharel em História

Orientador(A): Prof. Dr. Élio Cantalício Serpa

Goiânia

2013


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. GOVERNO DE ERNESTO GEISEL

2.1 Metas de Governo

  1. Liberalização da política, resistência e redemocratização

2.3 Um olhar sobre a política externa antes de Geisel

 – 1964 a 1974

2.4 Pragmatismo responsável e a política externa geiseliana

3. BRASIL E A DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA – 1974 -1979

3.1 O Brasil e a Revolução Portuguesa de 1974

3.2 Brasil e África, novas políticas

3.3 Brasil e Angola, um caso especial

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA


  1. INTRODUÇÃO

Ao estudar a historiografia que trata das relações entre Portugal[1] e Brasil, em alguns momentos surgem lacunas. O livro de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, História da política exterior do Brasil, mostra que a relação entre esses países é contraditória desde a independência até os dias atuais. Ela passa de uma política de distanciamento, no período pós-independência no século XIX, para uma política de colaboração no século XX, para enfim, esses países se tornarem aliados políticos e econômicos a partir da década de 1980.

Na historiografia brasileira existem várias obras que analisam a política externa no período militar e no decorrer da história do Brasil. E embora exista uma variedade de trabalhos que se propõem a analisar a relação com Portugal, não se encontra com facilidade um estudo específico sobre essa relação no período do governo de Geisel e sobre a África. Dessa forma tem-se por objetivo a descolonização africana, o papel do Brasil no processo de descolonização e as suas implicações para as relações dos dois países. 

Na introdução do livro Depois das Caravelas. As relações entre Portugal e Brasil, 1808-2000, de Amado Cervo e José de Magalhães, Dário Moreira de Castro Alves destaca que "o relacionamento de Portugal com o Brasil foi, em sua essência, mais íntimo e entrelaçado do que qualquer outra metrópole europeia e seus respectivos territórios coloniais", baseando-se em "quatro elementos de valor perpétuo: [...] sangue, língua, cultura e passado comum." [2]

Partindo do geral, temos historiografias que falam do panorama das relações internacionais brasileiras no decorrer dos séculos, desde a independência do país até os dias atuais.  Situando dentro do recorte temporal específico do tema abordado, têm-se inicialmente artigos que se propuseram a analisar a política externa brasileira no governo Geisel. Ainda tratando de uma historiografia preliminar, há o uso de um capítulo de livro referente à história de Portugal no período da Revolução dos Cravos, que proporcionará a “descolonização” da África e uma mudança na política externa portuguesa frente à África e aos outros países.

Como se trata de uma análise historiográfica, as fontes básicas são os livros que tratam das relações internacionais brasileiras em um contexto geral, como História da política exterior do Brasil, de Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno, Depois das Caravelas. As relações entre Portugal e Brasil, 1808-2000 – explicitado abaixo –, e o livro do brasilianista Jerry Dávila, Hotel Trópico, que nos mostra o papel do Brasil na descolonização africana de uma forma imparcial.

A intenção dos autores nesse livro (Depois das Caravelas. As relações entre Portugal e Brasil, 1808-2000) é fazer uma análise da relação entre Portugal e sua ex-colônia, Brasil, nos últimos 200 anos, para a comemoração no V Centenário do Descobrimento do Brasil.

Depois das Caravelas. As relações entre Portugal e Brasil, 1808-200, foi dividido em duas partes, a primeira escrita pelo historiador brasileiro Amado Luiz Cervo, que trata das relações entre os países até o século XIX, seguido de um capítulo de duas historiadoras cariocas – Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira e Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves – que fala das relações culturais do século XIX. A segunda parte do livro relata as relações desde o início do século XX até os tempos atuais.

Ao ler o livro, percebemos três períodos distintos da relação Brasil - Portugal, um primeiro momento que Amado Cervo chama de "tempo da distância", que vai da Independência do Brasil até o início do século XX. O segundo momento, chamado por Cervo de “tempo da retórica”, que inicia com as comemorações do IV Centenário do Descobrimento (em 1900) e do Primeiro Centenário da Independência, estendendo-se até o duplo acontecimento da Revolução de Abril de 1974 em Portugal, que causou o fim do colonialismo português e o início da chamada política do pragmatismo responsável do Governo de Ernesto Geisel. E o terceiro momento, que segundo Calvet de Magalhães e Amado Cervo, se designa como um “happy end”, proporcionado pelo amadurecimento na relação entre os dois países, facilitado pelo investimento português em território brasileiro, democratização dos dois países, isso no fim do século XX.

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