O Fichamento História da Arte

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

História – História da Arte

Professora Daniela Queiroz Campos

Aluno: Paloma de Lima Kemmer

Fichamento

JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP.

p.43	Edgar Degas (1834-1917) foi um dos fundadores do movimento Impressionista, embora divergisse de uma das principais características do movimento: a pintura de paisagens ao ar livre. Degas entrou para a arte como se converte a uma religião. Além de ser um trabalhado comum que vai se dedicar a sua vida a constituir uma carreira, vai se dedicar a criar uma obra de alta excelência, já que é uma pessoa extremamente perfeccionista e radical. “Que eu me embrenhe, mesmo que não saiba absolutamente nada. Essa é a única maneira de avançar" JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP.
	Degas é um artista com uma rotina muito severa, que acaba fazendo com que trabalhe mais e que prefere a solidão do que as pessoas que ele considera inconvenientes, já que não pode prescindir da Opéra. relata que durante muito tempo suas correspondências estiveram em posse de sua família que reside em Nova Orleans, entre 1872 e 1873. Na década de 1870 vai ficar conhecido por ser o ‘’pintor das bailarinas’’. Acaba sendo a inspiração pela Opéra como espaço e plástico social.
	Vai se descobrindo e se tornando matriz da maioria das suas obras, em relação a Opéra. suas obras vão começar a destacar em relação as questões de gênero para a desconstrução em relação ao estereótipo na sua época, mesmo havendo uma grande oposição em relação a discursão de gênero na sociedade do seu tempo.
p.44	Dos quadros históricos às cenas de ópera. As primeiras tentativas de Degas em relação às pinturas históricas, faz com que seja criado um movimento em relação às expressões dos corpos, e uma sequência de coreografias das figuras. Vai desempenhar um papel fundamental e admirada por Andrea Mantegna (1431-1506) e também por Nicolas Poussin (1594-1665).
	Os quadros de Degas em um dos seus primeiros quadros históricos vai retardar uma construção em relação a uma tensão e um aspecto, uma relevância entre os sexos, mas não vai ser algo tão sexuados e sim em questão de gênero algo que mais tarde vai ser retomado em quadros de Opéra
	Em relação a obra, Degas pretende e tem interesse  nas oposições por um artifício e uma dimensão social. Em um dos seus primeiros quadros Scène de guerre au Moyen Age (Les Malheurs de la ville Orléans) uma cena que vai retratar a guerra da idade média, chamada por as desafortunadas de Orleans, vai retrata mulheres nua sendo agredidas por homens vestidos e montados em cavalos , essa obra acaba despertando diversas interpretações, e Degas retrata ao longo das suas pintura uma tradição ocidental em relação aos raptos e sequestros de mulheres e violência contra as mulheres.
	Há uma versão sobre o Rapto das Sabinas, uma obra cuja sua versão foi copiada por Degas, e que foi pintada por Nicolas Poussin. Algumas obras como o Rapto de Proserpina; o Rapto de Europa; o Rapto de Rebecca, retratos de alguns episódios sexistas e que vem da mitologia, vai se basear na história da bíblia. e vai inspirar artistas homens e que vai envolver um público mais voltado para os homens. Como alguns artista Nicolo dell’Abatte (1509-1571), Poussin, Ticiano (1488 ou 1490-1576) e Peter Paul Rubens (1577-1640) competiram suas habilidades para pode representar as agressões sexuais, tanto quanto personalidades eróticas e reais ou mitológicas
	Retratos com as roupas que marcam o século 15, com os quais os homens se vestem. Os modelos eram desenhados real, no próprio ateliê, e apenas se transformavam em estudos de modelos-vivo em forma de pintura. Degas vai substituir o erotismo carnal, por uma expressão mais uma concepção clínica em relação ao movimento do corpo. As pinturas feitas em relação às bailarinas era algo retratado em relação ao quanto sofriam em relação à prática que o trabalho de bailarina era. Muitas dessas bailarinas estavam ou lesionadas ou tinham algum tipo de lesão.
p.45	Degas começa a fazer retratos em relação aos espartanos da Grécia antiga, pesquisa sobre fontes literárias e arqueológicas, comparando uma inversão em relação ao código de gênero comparado a sua própria época. Esses quadros também vão ser retomados várias vezes pelo artista que tinham o intuito de fazer uma exposição impressionista (1880).
	Com o título de Jovens espartanos se exercitando, mas que no fim acabou mantendo em seu ateliê. As pinturas permaneceram em sua casa, Degas continua a responder sobre em relação ao corpo o movimento que vai ser inserido figura na paisagem.
	A Opéra é, para ele, sobretudo um espaço que permite a multiplicidade de pontos de vista, de iluminação, de enquadramento e de experimentações visuais. Ela é um microcosmo no qual se encontram em um espaço limitado e artificial ' todos os estratos da sociedade e ' em particular, seus extremos: a alta burguesia dos assinantes, as classes populares das quais provém a maioria das bailarinas. É um local onde a oposição dos gêneros está no seu ápice: ali os sexos se conformam a códigos sociais e culturais bastante específicos. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.45]
	As pinturas em relação às mulheres, é de um movimento nas cores mais claras que vai dar destaque a luz, e esses quadros de orquestras, Degas vai mostrar um efeito mais misterioso e com magia de palco, representando de forma realista.
p.46-p.47	O laboratório principal das obras de Degas, é um mundo com algumas oposições, como os músicos, todos do sexo masculino, as bailarinas, femininas e os assinantes masculinos, os camarotes cheios de mulheres com seus acessórios que lhe são reservados. Degas era apaixonado por Opéra, e na sua época mulheres não podiam tocar as orquestras, muitas musicistas talentosas, algumas até já foram retratadas pelo próprio pintor, só podiam se apresentar, em salões particulares, nem mesmo os homens podiam dançar.
	Havia bailarinos românticos da geração precedente, tais como Jules Perrot (1810-1892) e Louis Mirante (1828-1887) e muitos deles já foram representados por Degas em seus ensaios e nas aulas de dança.
	Hoje, graças a essa revolução que realizamos, a mulher é a rainha do balé. Hoje, o homem que dança é tolerado apenas como um acessório útil; é sombra no quadro; é o arbusto verde que circunda as flores do canteiro é o contraste obrigatório"", 2º escreve, em 1840, Jules Janin (1804-1874) [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.46]
	Alguns dos homens, vão interpretar o papel de ‘’bailarinas travestidas’’ são papéis que pertenciam apenas aos homens até o século 19. Degas já chegou a pintar algumas dessas bailarinas transvertidas, um desenho no pastel.
	Degas vai ser interessa por andrógino (hermafrodita)figuras também que são interpretadas por mulheres que haviam em sua época, e com o passar do tempo as bailarinas não vão ser mais andróginas e sim passam a ser assexuadas. Um dos desenhos que fez entre 1885 e 1910, feito com carvão e pastel, imagens de mulheres com corpos nus e em movimento, genéricos e universais.
p.48-p.49	Os assinantes, protetores-predadores, enquanto o palco ainda é predominante feminino, e seu público em geral é masculino, esses assinantes que ocupam as primeiras fileiras é ‘’uma própria instituição dentro de outra instituição''.
	A maioria dos assinantes são pessoas da elite, que se reconhecem por conta de seus trajes e vestimentas, como casaca preta, e cartola por algumas maneiras de homens do mundo. Existe também ‘’os abonnés de trois jours’’ são assinantes de três dias, tem título dos camarotes e das frisas que são alugadas todo o ano, tem acesso privilegiado ao cruzar a ‘’porte de communication’’ vão chamar de porta de conexão é uma porta ao lado do jardim que vai ter acesso aos camarotes de frente e acesso ao salão. Degas foi abonné de trois jours por sete anos, entre 21 de fevereiro de 1885 e 19 de setembro de 1892.
	as relações sociais entre as bailarinas do século 19, foram objeto importante literatura escritas por alguns assinantes da Opéra, vão sobretudo escrever sobre as fantasias que a elite burguesa masculina, em relação às denúncias relacionadas entre os assinantes e bailarinas, que foram acusadas de prostituição, e que acaba se tornando um lugar comum. os bastidores acabam se tornando um local que fica conhecido de prostituição. O que vai acabar desvalorizando do balé e das profissões da dança, e a imagem das bailarinas fica desvalorizada até o final do século.
	Algumas bailarinas que eram consideradas como estrelas tem seu salário sem ficarem prejudicadas, e as bailarinas que não eram consideradas como estrelas tem seu salário baixo, o status social não lhe trazia proteção social, e as condições de trabalhos eram muito brandas. não bastava apenas ser bailarina ter talento ou promovida ao corps de ballet era preciso que houvesse um tipo de ''proteção'' dos professores e diretores e também de assinantes.
	Esses homens, vestidos de preto, rígidos e verticais, evocam, ao mesmo tempo, predadores e agentes funerários. Eles rondam o palco, lembrando que o espetáculo é, de fato, governado pelas leis do dinheiro e do sexo, que controlam, nos bastidores, a vida precária e frágil das bailarinas. A presença deles quebra a magia e revela o avesso do cenário. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.49]
p.50 -p.51	Bailarinas e prostitutas, Degas vai dar uma forma a esses contrastes, tentando abranger técnicas adequadas para que possa tratar esses temas que ele vai representar, os tipos de obras que vai revelar a maneira crua e violenta em relação ao gênero da sua época, seja por conta da Opéra ou nos bordéis. Degas vai ter a ajuda de um amigo artista Ludovic-Napoléon Lepic (1839-1889) que já fez alguns figurinos para a Opéra, Degas vai redescobrir uma técnica do monotipo, que vai ser chamado de ‘’desenho em tinta oleosa e impressa’’. Sobre uma placa de vidro ou metal, o artista desenha e pinta com tinta de impressão, usando pincéis, espátulas e várias ferramentas, e até mesmo e mãos e dedos; a placa então passa pela prensa e dali sai uma impressão, às vezes duas ou três, menos saturadas de tinta, que o artista usa como fundo para pastéis. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.50]
	Tanto a Opéra quanto aos bordéis, eram lugares de mesclas, que não tinha muita distinção social na época, era marcado por gêneros, ali se encontravam homens ricos e mulheres do povo, Degas se interessa pela fisionomia e características físicas, e sociais e de caráter, como por exemplo as prostitutas são mulheres gordas com um perfil vulgar, queixos exagerados, já os homens das classes altas eram retratados como monstruosos, era algo que as mulheres não precisam sentir inveja.
	Degas vai retratar a desigualdade social e sexual, por meio de suas obras, mostrando os assinantes que vão ser reproduzidos em formas de boneco com gestos mecânicos.  Tanto a dança quanto a prostituição desencadearam um dos estereótipos que foram tão explícitos para os contemporâneos de Degas quanto em relação a escultura Bailarina de catorze anos, que já estaria no catálogo do ano anterior.
	‘’Marie’ ’foi uma das modelos de Degas vivia na ‘’número 36 da rua de Douai’’ era filha de mãe lavadeira e seu pai alfaiate, ambos eram belgas e que acabaram migrando para Paris para poder habitar o popular distrito de Montmartre, e aos 12 anos de idade já havia pousado para Degas. Trabalhava na Opéra com suas duas irmãs: Louise Joséphine (conhecida como Charlotte) (1870-1945), que se tornou professora de dança, e Antoinette (1861- ?), prostituta. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.51]
	Degas fez com técnicas para poder imortalizar Marie van Goethem, que vai se tornar o emblema da ‘’pequena bailarina’’ que causa um impacto no público, essa escultura vai ser feita em cera, igual muitos manequins que havia na época, Degas vai preferir não fazer o tradicional que seria com mármore, bronze, algo que na época era uma hierarquia da estética, porém vai preferir a cera que é maleável, fácil de modificar e deixa realista e antimonumental.
p.52-p.53-p.54	Pintor de leques e pastelista, Degas dedicou e experimentou e fez técnicas sobre o tema das bailarinas como, pintura, desenho, pastel, escultura, monotipia, gravuras, fotografia, muitas vezes borrando entre essas técnicas. possui um estilo de gênero que acaba sendo considerado como pastel e pintura ‘’femininas’’.
	Degas adere também a pintora em relação aos leques por volta de 1879 a 1880 onde experimenta desenhar sobre os leques, misturando com alguns materiais como, tinta a óleo ou diluía também, assim como pós metálicos, nanquim, grafite, guache e outros. Isso se tornará uma nova técnica um pouco inferior, mas que vai abranger essas misturas para compor o processo do cenário teatral, mas que ainda vai está a o gênero ‘’feminino’’.
	sua opção em pintar sobre os leques, um acessório que na época não tinha bem um gênero, era algo mais neutro, mas que muitas mulheres elegantes faziam seu uso, tornando algo de ‘’artigo’’ que poderia ser vendido facilmente, assim como os pastéis, porém ainda como um espaço para experimentar sua criação. Ao total foram produzidos cerca de 30 leques, todos com o tema da Opéra e do balé
	Ele se coloca nos camarotes muito invejados do proscênio, por exemplo, aos quais não tinha acesso, ou então constrói, em seu ateliê, composições com atalhos impressionantes e estranhos. Em La Loge [O camarote], pastel de 1885, presente na coleção do Hammer Museum (Los Angeles), ele reúne as  espectadoras e as bailarinas em dois planos contíguos, sem perspectiva.  As mulheres do camarote usam os acessórios metonímicos de ver e ser  vista, os lornhões e o leque. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.53]
	Degas aproveita seu poder masculino em relação a Opéra para poder ajudar a ampliar a visão e o ponto de vista sobre os protagonistas da Opéra, vai se interessar mais por conta da relação do contraste formais e em relação ao choque social que iria causar por conta do gênero.
	Em 1886, Degas escreve: ''Meu coração, as bailarinas o costuraram em uma bolsa de cetim rosa, aquele cetim, rosa meio desbotado, como suas sapatilhas de dança. [JARBOUAI. Degas e as relações de gênero na Ópera de Paris.In:Degas: Dança, Política e Sociedade. Catálogo, Exposição MASP. p.54]

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