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O Historiador e as Fontes Digitais

Por:   •  13/8/2020  •  Resenha  •  2.012 Palavras (9 Páginas)  •  156 Visualizações

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Introdução

A história digital é um elemento constitutivo da história do desenvolvimento das tecnologias

de mídia e de comunicação que tiveram um grande impulso a partir de meados do século XX. Esse

desenvolvimento teria sido impossível sem o barateamento e a difusão dos computadores, até então

dispositivos utilizados por um número bastante restrito de pessoas e limitados a tarefas muito

específicas.

Hoje em dia, dificilmente algum pesquisador ligado às ciências humanas e sociais deixaria

de reconhecer a presença avassaladora que a internet adquiriu na vida pública e particular de parte

considerável das pessoas ao redor do mundo. Presença observada em nosso próprio trabalho de

pesquisadores. No que diz respeito às atividades relacionadas às áreas de educação, ensino e

pesquisa, o uso é constante e diário. Entre as atividades rotineiramente desempenhadas, encontramse: preenchimento online dos diários de classe; comunicação entre docentes e discentes via e-mail;

busca de referências bibliográficas; uso de textos de periódicos acadêmicos (alguns deles de

existência exclusivamente virtual); comprovação de plágios; escrita e leitura em dispositivos

eletrônicos, entre outras. Não obstante, a história da internet e os debates a respeito das relações

entre história e internet têm sido ignorados por muitos historiadores.

Desenvolvimento

Segundo Fábio Chang de Almeida, esse comportamento dos historiadores é um costume de

natureza histórica, já que a historiografia foi canonizada no papel. Desencadeando uma indiferença

pelas “ciências auxiliares” como registro de atividades humanas. Mesmo na era vigente. Contudo, a

partir do ponto de vista histórico propagado pela Escola de Annales, o império do papel foi

diminuindo através da habilidade do historiador na ausência do documento escrito, apesar da

desconfiança de muitos historiadores em agregar novos gêneros documentais, devido à herança

metodológica pragmática que salvaguardam os “papéis” oficiais.

Outro motivo da ausência do emprego das fontes digitais, segundo Fábio Chang é a falta de

um extenso debate com essas ferramentas de pesquisa científica, de forma que os historiadores

possam acolher categoricamente os documentos digitais como fontes primárias e as colocarem em

prática. Fato que será alcançado quando as fontes digitais forem verdadeiramente utilizadas pelos

pesquisadores. Todavia, a carência de referências não pode fundamentar uma omissão com o

método.

Segundo o autor, é de se compreender que a historicidade não consiga acompanhar as

transformações que a tecnologia vem experimentando por conta da velocidade que elas propiciam

às evoluções a aos impactos sociais, fazendo com que as necessidades de historiografia e,

especialmente a História do Tempo Presente busquem uma adaptação, a fim de lograr das

facilidades técnicas que as fontes digitais asseguram. O historiador não deve omitir-se das fontesdigitais, se pretende projetar o presente, pois tal ação significa ignorar toda uma nova agregação de

hábitos, condutas e método de pensamento e de princípios que vem se desenvolvendo junto com o

crescimento da população da rede mundial de computadores, tornando-se uma ferramenta de

comunicação vigorosa, por conta da facilidade de acesso e à proporção que a nova tecnologia

alcançou. Essa difusão em importância global, produziu um novo campo de sociabilidade: o

ciberespaço, em outras palavras, um espaço de comunicação por redes de computação, que eliminou

o território geográfico no terreno das comunicações.

O autor também declara que na história da Internet, a web tornou-se padrão em modelo de

gestão de arquivos e foi construída a partir do princípio de hipertexto, que pode ser considerado

como um documento digital composto por diversos blocos de informações plugadas por meio de

links, que possibilitam redirecionamentos para sites diferentes. Como a Web e´uma teia na qual um

complexo entrecruzamento de informações se articulam, é a própria tecnologia hipertextual que

possibilita as junções entre os pontos diversos; em outras palavras, o hipertexto fomentou o caráter

da internet como uma raiz que origina múltiplos ramos.

Segundo Fábio Chang de Almeida, a criação da web 2.0 em 2004, significou uma mudança

de mentalidade dos desenvolvedores de sites da internet, pois acabou por valorizar a interatividade

entre os usuários e os sites e, a consequência dessa mudança de atitude, foi a criação e

popularização dos diários virtuais ou blogs, e o Twitter; ferramentas que se tornaram um sucesso

mundial entre usuários domésticos e entre as instituições, tais como: a Presidência da república de

Portugal e o Arquivo Público do Estado de São Paulo; a enciclopédia coletiva Wikipédia; os sites de

relacionamento, tais como: Friendster e Facebook; os sites de compartilhamento de imagens, como

o Flickr; e os de vídeos, como o Youtube, que faz muito sucesso.

Podemos observar

...

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