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O Historiador e suas fonte

Por:   •  14/5/2018  •  Dissertação  •  1.611 Palavras (7 Páginas)  •  137 Visualizações

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná- Técnico Integrado (Mecânica)

Carolina Dubezkyj Quintana

Documento Histórico:

Uma chave para as portas do passado

                                    Curitiba, dia 7 de setembro de 2017.

Introdução

História, o que é História? Com o passar dos anos, esse estudo foi sendo cada vez mais valorizado dentre sua importância e relevância para a sociedade atual. Nos livros, nas paredes, no ar, a história por si só, pode estar contida em qualquer pedaço de matéria, o qual esse estudo não existiria sem. Vestígios deixados por sociedades perdidas no tempo são a chave para que historiadores possam comprovar seus argumentos e foram denominados: Documentos históricos.

Uma evolução histórica

       Os documentos históricos nem sempre abrangeram tantas formas, só eram denominados assim, os que possuíam um tipo de escrita inquestionável, e nesse mesmo período, a história tinha um conceito breve e um tanto quanto simples em comparação a sua complexidade hoje então percebida. A História para os positivistas, por exemplo, não era nada mais, e nada menos do que uma sequência de fatos os quais mantinham um só ponto de vista, que nem sempre carregavam consigo uma quantidade discutível de informações e nem tinham tal fidelidade com a história original.

     Todavia, um movimento francês surgiu em meados do século XX com o objetivo de dar à história, uma integridade naturalmente merecida. A Escola de Annales deu um longo passo em direção ao estudo autêntico da história, negando o simples fato de a mesma ser fácil e pouco burocrática de ser construída. Esse movimento consistia em anexar juntamente a base do relato histórico, pesquisas aprofundadas sobre cada informação transmitida, relacionadas diretamente ao contexto histórico no qual aquele acontecimento se encontrava. Além de estabelecer uma nova concepção do que é história, a Escola conseguiu desmembrar o tempo, utilizado para periodizar os acontecimentos, em dois tipos: o cronológico (que consiste em números) e o histórico (que troca os números por uma lista de acontecimentos ligados a mentalidade humana). O tempo histórico divide a linha do tempo em acontecimentos de curta, média e longa duração, sendo caracterizados por exemplo, respectivamente em governos, alterações em uma constituição, e o feudalismo.

       Seguindo o rumo de novas percepções, o movimento estabeleceu uma relação de interdisciplinaridade da história com outros tipos de ciências sociais, especialmente a Sociologia. Essa relação se mostrou notória quando esses fatos históricos registrados não só apresentavam pesquisas diretamente ligadas ao acontecimento, mas sim, informações sobre o contexto histórico em que ele se inseria, em se tratando de questões econômicas, e assim sendo, questões sociais. Dentre esses fatores os quais uma história é “reconstruída”, a base dessas pesquisas realizadas vem obrigatoriamente de documentos históricos, uma vez que podem ser escrituras, fósseis, esculturas, pinturas, rochas, entre outros.

      Por exemplo, temos o próprio movimento discutido, o de Annales. A princípio, a Escola se originou de um simples documento, uma revista chamada “Annales d’Histoire Économique Sociale”. Há umas décadas atrás, quando esse movimento foi reestudado, suas informações eram vagas, ou seja, não tinham provas satisfatórias. Porém, quando se é encontrado um documento autêntico, e ao mesmo tempo, relacionado ao fato, é possível concretizar o mesmo, e transformá-lo de vez em História. Portanto, os registros foram realizados com base na escritura fornecida antes mesmo da própria criação do movimento.

     Visto que o conteúdo do documento é a parte mais utilizada na comprovação dos acontecidos, casos específicos acabam ignorando esse fator. Neles, o que importa não é o que está escrito, mas sim, quem o produziu, ou até mesmo o seu contexto na história, valorizando um relato por trás do documento.

     Quando esses documentos procurados são recentes, é mais fácil de se achar, mas agora, e os pré-históricos? Bom, para isso foram necessárias uma série de escavações e de estudos, para encontrar o que pode ser apelidado de “ilha do tesouro para historiadores”: os Sítios Arqueológicos.  Esses locais são chamados assim pela demasiada quantidade de documentos históricos, explicada por um fenômeno muito famoso no Período Neolítico: o sedentarismo.             Essa fixação primitiva contribuiu para que diversas ferramentas fossem deixadas no local, e que seus resquícios fossem encontrados pelos arqueólogos milhares de anos depois. O mesmo acontece com os fósseis, e até mesmo sua disposição no local se torna útil para a melhor compreensão do que está sendo estudado. Por curiosidade, os arqueólogos executam várias técnicas para estuda-lo, como por exemplo, observar o quão compacta a terra que o soterrava está, pois quanto mais compacta, mais antigo é o objeto. Outra técnica um tanto quanto trabalhosa é a análise do DNA do documento, o que possibilita ser descoberto de que lugar esse ser vivo veio, estudado normalmente pelo conceito de imigração pré-histórica.

      Aqui no Brasil existem centenas de sítios arqueológicos, alguns ainda não foram encontrados e outros já são utilizados para estudos e pesquisas daquela determinada região. O Sítio mais antigo, que foi encontrado há 80 anos, se chama Boqueirão da Pedra Furada, localizado no estado do Piauí - S. Raimundo Nonato.  Nele são encontrados documentos em abundância, com uma das estratigrafias mais bem detalhadas das Américas, e com elas foi possível descobrir que o Homo Sapiens chegou no local entre 100mil - 150mil anos atrás. Acredita-se que nessa área, por baixo de metros compactados de terra, são escondidos alguns fragmentos de pedras primitivas e seixos, os quais pertenciam a um período cultural denominado: Pedra Furada. O pesquisador Parenti, em 2010, fez um estudo aprofundado nesse fato, querendo explicar o fenômeno com base em cada detalhe observado não só no documento, mas sim, nas condições climáticas, na fauna e na flora do período. Com essas observações foram tiradas várias conclusões, sendo que cada uma delas tinham suas desavenças, e suas respectivas “lógicas” sobre o acontecido. A primeira delas, levando em consideração os fatores mencionados anteriormente, dizia que as pedras eram jogadas de uma altura aproximada de 80 metros por enxurradas, cachoeiras, ou até mesmo por macacos do período, aonde foram notórias a quantidade de cicatrizes e lascas nos seixos (3 lascas), afirmando que foi um fenômeno natural (os historiadores sempre estabelecem uma comparação inicial com a matéria atual, a qual também ajuda no estudo da fauna, da mutação dos materiais e do clima da época). Porém, a segunda hipótese veio ao observar que alguns seixos apresentavam mais lascas em um determinado lado, afirmando-os ser um fenômeno manipulado pelo homem. Como Parenti não estava levando em consideração as mudanças climáticas que a região sofreu durante todo esse tempo, essa afirmação foi julgada incompleta. O argumento que tirou essa hipótese de trajetória, foi que o clima do período era mais úmido, o que permitiria sim, quando uma cachoeira fosse criada, o “lascamento” incomum dos seixos durante e após a queda. Nessa área não só pedras foram encontradas, mas também, resquícios de fogueiras, as quais também foram debatidas. No Piauí, a vegetação mais abundante é a caatinga, e fogueiras naturais não são muito comuns nessa área, afirmou Guidon, o arqueólogo que escavou o sítio. Sobre esse fenômeno, também surgiram algumas hipóteses, umas diziam que a vegetação da época, levando em consideração o clima úmido, era, no entanto, o cerrado, o que possibilitava o aparecimento de fogueiras naturais. E outras hipóteses, com o estudo mais aprofundado na estrutura e na disposição do documento, afirmam que a distância dos seixos queimados de seu conjunto, e sua queima desproporcional (como se um lado do seixo recebesse mais a força do atrito do que os outros) levam a conclusão de que aquela fogueira poderia ser, logicamente, feita pelo homem pré-histórico. Com esse relato é possível afirmar que a quantidade de hipóteses sobre um acontecimento pode ser infinita, por conta de milhares de fatores a serem levados em conta e diferentes formações dos próprios historiadores, visto que suas opiniões são distintas e suas especiarias na área podem alterar muito suas visões sobre aquele acontecimento. Parenti, por exemplo, foi obrigado a dar explicações sobre cada acontecimento nesses eventos, sejam eles relevantes ou também, um tanto quanto fúteis, pois a informação necessária, nem sempre sacia a História de detalhes. A dificuldade está também na disposição do documento, uma vez que não é escrito, e nem “identificado” até o momento de estudo aprofundado sobre o mesmo. Cada detalhe presente pode dar uma história completamente diferente daquela até então proferida, consequentemente, a atenção na análise do documento se torna outro fator estabelecido involuntariamente pela Escola de Annales. Contudo, ora comprova, ora rejeita, criando assim, uma chave mestra para os dois lados da moeda.

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