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O Imperador Constantino

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Por:   •  11/11/2014  •  Tese  •  1.740 Palavras (7 Páginas)  •  261 Visualizações

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O imperador Constantino é o verdadeiro fundador da ideologia do poder eclesiástico

Até o Concilio de Nicéia (325), o poder dos bispos é ainda espiritual, mas com tendências políticas e econômicas simuladas na atenção carinhosa para com o imperador Constantino, que, em 313, mediante o Edito de Milão, notificou indiretamente este poder.

Em 325, Constantino amarra a si numa forma sutil, e na esteira de muitas regalias, todos esses bispos. Mas ninguém pense que o imperador fosse cristão! Podemos ler em "Historiae Augustae" (Loeb Library seyerus Alex"; 51) que, na sua corte gaulesa Constantino "vivia rodeado de filósofos pagãos" e, mesmo depois de Nicéia, pouco se interessou por problemas religiosos e muito menos por diferenças teológicas.

O que ele queria era a unidade dos bispos cristãos, pois havia percebido que eles eram o maior instrumento político de que então ele podia dispor para realizar a monarquia absoluta e o fato de colocar o correio do império a serviço deles era já um destes meios para realizar seus planos.

Como era a Roma cristã nos séculos III e IV? O único bispo desta época que possa interessar à história cristã é Silvestre I. Mas, antes dele, a História – lembra Dinis, que nasceu na Grécia e foi bispo de 259 a 268.

Nesses anos, foi condenado Paulo de Samosata, aquele do trono - com o dossel, que, embora bispo, dizia que Jesus era um simples homem e não Deus.

Em 270, morreu também Plotino, o fundador do Neoplatonismo, que, como Sócrates e Platão, afirmava que qualquer pessoa, pela simples luz da razão, podia elevar-se até Deus, que, contrariamente ao que pregavam os cristãos, não tinha forma alguma, nem podia ser definido por palavras humanas.

Plotino era contrário a todas as seitas cristãs, principalmente os gnósticos, que acreditavam em espíritos e demônios secundários. Antes de morrer, disse aos seus discípulos: "Vou reunir o que existe de divino em mim com o que existe de divino no universo" (veja meu livro: "Plotino e a alma no tempo", Ufes - F.C.A.A.; 1990).

Então veio Felix I, que foi bispo de Roma de 268 e 274. Homem bom, mas de nenhuma importância política. Mais importante é o que aconteceu com o bispo Eutiquiano (275-283), quando apareceu em Roma a religião de Manes que, nesta época, fundou no Oriente o Maniqueísmo.

Manes ensinava que existiam dois princípios opostos: um, autor da luz e de tudo o que é bom; outro, autor das trevas, da matéria e do mal. Falava de si como sendo o Espírito Santo enviado por

Jesus. Ensinava que Jesus só tinha aparências humanas.

Manes dizia que a matéria, os corpos, os reis, os magistratos e outros seres, eram criações do princípio mau. Por isso, ele proibia os casamentos e as guerras assim como comer carne e beber vinho.

Manes dizia que Jesus era o Sol. Este ponto é que nos interessa, porque, até o fim de sua vida, Constantino adorou o Sol como seu Deus e é nesta época que os cristãos começam a chamar Jesus de "Christus Sol" como que para agradar Constantino.

Paulus Osórius, sacerdote e historiador espanhol, escreveu, no ano de 416 d.C, uma "História Universalis" (que evidentemente só podia compreender o império romano) em sete livros e em língua latina. Pois bem, eis o que ele escreve ainda no primeiro livro, quanto às condições do império: "Os exércitos dispunham, à vontade, do poder supremo e os chefes militares apoderavam-se alternadamente do poder supremo(...). Foi no execrável reinado destes tiranos que todos os males caíram a um tempo sobre o império: a Bretanha foi subjugada pelos calcedônios e pelos saxões; a Gallia, pelos Francos, alemães e burguinhões; a Itália, pelos ale¬mães, suevos, quados e marcomanos; a Macedônia, a Média e a Trácia pelos Godos, Hérules e Sármatas; os persas invadiram a costa da Síria.

Finalmente, a guerra civil, a fome, a peste, arruinavam as cidades e aniquilavam as populações que tinham escapado ao ferro dos bárbaros. As cidades foram arrasadas por terremotos que duravam dias; o mar saiu do seu leito e inundou províncias inteiras. Em Núbia, na Acaia e em Roma, a terra abriu-se e engoliu campos e casas. A peste matava diariamente milhares de homens".

Mesmo dando um desconto de 50%, este relato dá para pensar...

Hérmias Sozômenos, que morreu na Palestina em 443 d.C, escreveu uma História Eclesiástica que não é diferente desta acima citada.

Mas os únicos que não se impressionavam com a situação geral eram os bispos e os padres.

Escreve Eusébio, na sua "História Eclesiástica", a propósito do estado social e religioso do fim do III século e começo do IV:

“A doutrina de Jesus Cristo era muito estimada e glorificada entre os gregos e bárbaros. A Igreja gozava de livre exercício do seu culto; os imperadores tinham vivo afeto aos cristãos e davam-lhes o governo das províncias, sem os obrigarem a sacrificar aos ídolos; muitos cristãos estavam até espalhados pelas cortes dos príncipes e tinham permissão de cumprir, junto com suas famílias, os deveres da religião cristã. (...)

“Os bispos eram venerados e queridos dos povos e dos governadores das províncias. Inúmeros pagãos vinham todos os dias fazer profissão de fé cristã. Em todas as cidades se construíam igrejas e os templos já eram pequenos demais para a quantidade de fiéis que a eles concorriam.

“Mas o excesso de liberdade produziu a quebra da disciplina e então começou a guerra por meio de palavras ofensivas entre bispos e padres, que, excitados uns contra os outros, provocaram rixas e desordens. (...)

Os padres, desprezando as santas regras de piedade, tiveram entre si contestações e disputas; fomentaram ódios e inimizades, disputando os primeiros lugares como

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