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O Milagre Brasileiro

Por:   •  22/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.612 Palavras (15 Páginas)  •  259 Visualizações

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Ciências Humanas e Sociais

Licenciatura em História - EAD

Unirio/Cederj

AD2 – Segunda Avaliação à Distância – 2018.1

Disciplina: Estado e Economia no Brasil Contemporâneo 

Coordenador: Pedro Henrique Pedreira Campos

Tutor á Distância: Angélica do Carmo

Curso: História

Aluno: Adriana Garcia Milani

Matrícula: 15116090173

Polo: Resende

2018


Ao analisar o artigo de Luiz Carlos Delorme Prado “O “milagre” brasileiro: crescimento acelerado, integração internacional e concentração de renda (1967-1973)”. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida (org.). O Brasil Republicano. Vol. 4. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 209-41 podemos compreender a economia brasileira entre os anos 1967 e 1973 avaliando o período chamado “milagre” brasileiro.  Partindo de sua introdução intitulada o debate sobre a Crise Econômica Brasileira no Início da Década de 1960, Prado discorre sobre a crise brasileira ocorrida nesta época, os quais foram marcados por um enorme crescimento.  Entretanto, ele afirma que este crescimento teve fim e se deu depois do Brasil estar com a economia acelerada por cerca de quinze anos, período em que a taxa era uma das melhores do mundo, chegando de 1946 a 1960 a 6,3%, igual à Coreia do Sul e só perdendo para Alemanha, Japão e Taiwan.  Mas, entre o período de 1963 e 1967 houve uma queda de 50%, o que fez gerar vários debates acirrados sobre o fato.

Prado em seu artigo relata que entre 1963 e 1967 a economia brasileira estava em crescimento havia cerca de quinze anos e de repente caiu pela metade, isso gerou debates imensos, competíamos com países como Japão, Taiwan e Alemanha e empatando com a Coréia do Sul, o que gerava perguntas a todo momento: ”por que aquele modelo de desenvolvimento que se baseava na substituição de importações tinha perdido dinamismo? Quais mudanças políticas e econômicas poderiam ser feitas para dar continuidade ao desenvolvimento brasileiro?”.  

Segundo Prado os economistas eram divididos em dois grupos os estruturalistas, também conhecidos como cepalinos, e os liberais. Sendo que os estruturalistas acreditavam que as características herdadas, baseadas nos produtos primários tropicais, é o que faziam os mecanismos agirem na queda da economia no Brasil. Eles afirmavam que a perda se originava do capital que estava ligado aos latifúndios, que faziam o Brasil perder dinamismo. Já os liberais acreditavam que o Estado deveria intervir para resolver o problema da crise e aumentar o desenvolvimento, o que os estruturalistas viam como equivocados. Acreditavam que justamente eram estes fatores que causaram a queda e o atraso do país, tratando com descaso a estabilidade da economia. O embate foi solucionado com a entrada do regime civil militar em 1964, que determinou de maneira geral a vitória dos liberais.

O autor diz que continuar a crescer era o principal problema governamental, superando a falta de desenvolvimento, ou estagnação, na qual estavam envolvidos. Para tanto era necessário reduzir a distância entre os países desenvolvidos e o Brasil, que era um país subdesenvolvido. Prometeram transformar o país em um país de primeiro mundo. Era inadiável politicamente crescer para que os oposicionistas ao regime, os cepalinos, se aquietassem devido à permanência do poder militar.

Grandes resultados foram obtidos no comércio exterior, que com isso aumentou de forma rápida o PIB. Mas apesar de crescer, o Brasil distribuía mal os benefícios. Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares eram cepalinos e viam nessa errada distribuição da renda uma característica da estrutura do sistema, sendo este um dos maiores problemas dos governos. Vários fatores da época eram notórios, como a criação do Fundo de Garantia e Cadernetas de Poupança, foram necessários para que a economia reagisse. Reformas foram feitas em todos os campos possíveis: na política fiscal, no crediário e também na política trabalhista para garantir a superação definitiva do problema da inflação e dar condições necessárias para a retomada do crescimento do país.

Prado afirma que a expressão “Milagre Econômico” foi utilizada pela primeira vez em relação à Alemanha Ocidental, devido a sua rapidez na recuperação nos anos de 1950, os analistas da época chamaram de o “Milagre Alemão”. Depois a expressão foi repetida no Japão na década de 1960 e depois na década de 1970, quando ocorreu o “Milagre Brasileiro”, que era o boom econômico que ocorreu nos anos de 1968 - e também como propaganda para o governo. Devido às críticas, o governo encomendou um trabalho a Carlos Geraldo Langoni, da FGV, para poder ter um aval e mostrar ao brasileiro que a concentração de renda havia sido distribuída corretamente. Uma pesada herança que o período do chamado “milagre” deixou para o futuro.

Prado, em seu texto, não por acaso já nos coloca de início com os economistas liberais e cepalinos que atuam na época, sendo que entre eles um dos cepalinos mais influentes se encontrava Celso Furtado e, também, Maria da Conceição Tavares, o primeiro participou do CEPAL (Comissão Econômica da América Latina), e era um dos colaboradores mais próximos de Raul Prebisch, Secretário da CEPAL. Outra pessoa com peso é Langoni que foi a figural principal de defesa do governo militar à crítica sobre a questão da concentração de renda brasileira, ele fez um trabalho excelente falando sobre a questão da concentração de renda no Brasil. No prefácio do seu livro, Delfim Neto disse: “Langoni prova que o aumento observado de desigualdade é consequência direta dos desequilíbrios de mercado característicos do processo de desenvolvimento.” (PRADO, p. 25).

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